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terça-feira, 16 de abril de 2013

Opinião em contos e estórias sobre coisas sérias

Numa época em que tudo parece ser um mar de incertezas e surpresas - dito assim para não ser muito pessimista - lembrei-me de recorrer a uma velha fórmula para expressar algumas opiniões sobre o atual momento em que vivemos. Curiosamente, na mesma semana, dois Media, bem diferentes, publicaram dois textos igualmente únicos que fiz recorrendo à mesma técnica.

Usando, e talvez abusando, de inspirações à "La Fontaine" ou "Orwellianas", saíram-me, por via dos dedos que caiam nas teclas, os dois textos de um modo alegórico, e, por vezes, humoradamente satírico.

O primeiro foi criado para o semanário regional Região de Leiria, fazendo várias alusões a contos e ficções populares, para abordar a problemática de definição e constituição de uma região que parece igualmente fantasiosa. O texto em causa pode ser visto AQUI.

O segundo foi criado para o projeto P3, associado ao Jornal Público, e trata alegoricamente de uma determinada Quinta que é governada por um tal Coelho. O texto em causa pode ser visto AQUI.

 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O positivismo e as festividades em extinção

Reclamar só pelo simples facto de o fazer, habitualmente e compreensivelmente – pois sem alternativas não há mudanças -, não serve de nada. Mas criticar, de um modo positivo e construtivo, por outro lado, faz todo o sentido: concretiza e eleva a cidadania e a participação cívica.
As dificuldades que o país atravessa são mais que evidentes, mesmo para quem não as note no seu dia-a-dia, os Media encarregam-se de nos fazer lembrar delas diariamente. Difíceis são os tempos presentes, por isso é normal que se veja o futuro de um modo mais acinzentado. No entanto, a tonalidade com que pintamos os dias vindouros depende do modo como queremos ou somos levados a ver a realidade – esse conceito por vezes tão subjetivo. A dita crise – jargão que de tão usado já quase nada significa para os portugueses – é uma consequência de medidas tomadas (ou não) no passado, sendo, na mesma medida, também o futuro condicionado pelas decisões que hoje tomamos, ou não fosse o passado desse futuro o nosso atual presente
Fonte:  http://contracrise.com/
Sim, precisamos de aumentar a produtividade, e há pelo menos dois caminhos para isso: pela quantidade ou pela qualidade. No imediato, a segunda opção – a da qualidade – exige maior investimento (a vários níveis), algo que está muito condicionado pela falta de financiamento disponível. Apesar disso, tal opção não pode ser abandonada, pois isso implicaria abdicar da evolução social e melhoria da qualidade de vida de quem trabalha, já para não falar da qualidade do produto do trabalho. No entanto, a curto prazo, dadas as limitações económicas e financeiras, provavelmente seremos obrigados a trilhar pelo aumento da produtividade através da quantidade daquilo que já se produz; daí ser defensável que tenhamos de dedicar mais horas ao trabalho. Até aqui tudo bem, mas nem sempre mais tempo de trabalho significa maior quantidade de produção associada, pois nas tarefas produtivas entram outros fatores, especialmente quando são as pessoas os “motores da produção”.
Nenhum trabalhador sem a devida motivação será verdadeiramente produtivo. Trabalhar, muitas vezes, horas e horas a fio não significa produzir muito. Precisamos é de produzir bem, e o mais possível com o mínimo de tempo, sem desperdícios e com real sustentabilidade. Para isso precisamos de cuidar da motivação, saúde mental e emocional dos trabalhadores. As pessoas têm de trabalhar, contribuindo para o crescimento da almejada produtividade, com otimismo e esperança no futuro, sentindo-se úteis e recompensadas por isso.
A responsabilidade de transmitir otimismo, cuidar da motivação e alegria dos cidadãos deveria ser abraçada por todos os Governos, pois disso dependerá a própria produtividade laboral, seja no sector público como no privado. Retirar feriados, dificultar celebrações e festividades (cívicas, laicas, ou até mesmo religiosas), que contribuem para alegrar o país (por exemplo o Carnaval), será um mau serviço à demanda por mais produtividade, apesar do aparente potencial bruto dessas medidas, já para não falar das perdas económicas associadas ao fim das próprias festividades. 
A economia tem de ser cada vez mais coadjuvada por medidas e políticas que assentem na psicologia positiva, até porque a economia não é tão racional como alguns a teorizam, tendo o lado emocional uma influência imensa e inquantificável!

Texto publicado no Jornal Tinta fresca em 11 de Fevereiro de 2012, no Diário de Leiria em 15 de Fevereiro de 2012 e parcialmente no semanário Região de Leiria em 10 de Fevereiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Kellerman Remixed - Uma nova experiência de escrita

Dia 14 de Janeiro ficou disponível, para leitura e download, o último e-book de Paulo Kellerman - um conhecido e reputado escritor de Leiria. Até aqui nada de novo, pois o autor já tem vários e-books disponíveis online, e são vários também os livros em papel da sua autoria. O que torna este acontecimento relevante é que se trata de uma compilação de textos reconstruidos e recriados a partir de originais de Paulo Kellerman, daí o título "Remixed". Para além dos textos - originais e de remix -, constam até outras remisturas - duas criações sonoras e uma gráfica - que deu origem à capa do e-book, que por sinal é excelente!
Transformo esta notícia em "redundância da atualidade", registando-a aqui no blogue, para recordar a minha primeira experiência, mais séria, a escrever algo ficcional. Sim, tive a honra de ser convidado para este projeto coletivo, tendo escrito a história romanceada "Coisas que se contam no Salão de Beleza", num remix do texto de Kellerman "Coisas que se contam no consultório".
Quero agradecer ao Paulo pelo convite e a uma "bruxinha" pela lembrança e sugestão, realmente só uma assim poderia ter desencadeado a magia para que isto acontecesse.
Despeço-me do registo pedindo desculpa pela minha contribuição. Provavelmente ficou aquém do que esperavam, e do que esperava o autor. Tentei dar o melhor. Falhando completamente ou não, confesso que adorei e irei recordar esta experiência! Quem sabe um dia ainda escrevo uma história ou conto de maiores dimensões pela minha iniciativa própria.

Nota: 
O e-book pode ser descarregado no site do "Região de Leria" no seguinte link: http://www.regiaodeleiria.pt/blog/2012/01/14/kellerman-remixed/
Para conhecer mais sobre o escritor Paulo Kellerman fica o link do seu blogue: http://agavetadopaulo.blogspot.com/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Voluntariados e entorses nas pré-festividades de 2011

A época que antecedeu o Natal de 2011 aqui por Leiria merece um registo aqui nas "Redundâncias", por muitas e variadas razões redundantes, mesmo que alguns dos casos até sejam de grande importância e marcos a recordar.
Primeiro, os cortes orçamentais a que o Natal de Leiria esteve sujeito, sem grandes investimentos públicos, devido à difícil situação financeira do Município, levaram a que a cor do nosso Natal local vivesse muito do voluntariado e uma atitude cívica de salutar e elogiar - o que até foi positivo! Este ano não houve a habitual "Aldeia do Pai Natal" no nosso Rossio à beira Lis. Mas em contrapartida criou-se uma "Oficina" - do mesmo proprieário fictício, o Pai Natal - no conhecido edifício do Banco de Portugal. Nesse local de nome ficcional, mas bem real, construiu-se e produziu-se uma exposição alusiva ao Natal e dedicada as mais novos. "Fábrica" construida à custa dos meios internos da Câmara Municipal e de vários voluntários que expuseram alguns bens e objetos de brincadeiras, que são verdadeiras coleções de afetos e afetividades. Tive a possibilidade em ajudar a que nessa fábrica houvesse uma "Linha de Montagem" de Lego, de contribuir para que alguns dos melhores construtores/colecionadores de Lego de Leiria pudessem expor as suas coleções e criações para delícia de visitantes de todas as idades. Obviamente não podia deixar de colocar lá umas quantas criações também, mas a falta de tempo crónica, por excesso de vontades de fazer e criar, têm-me desviado de novas construções. Ficou lá um barco e uma torre medieval inteiramente fruto da minha imaginação. Espero que de futuro se possam organizar mais exposições e alargar a quantidade e qualidade das criações Lego para mostra, este foi sem dúvida um bom princípio. Mas mesmo com pouco tempo, foi a perseverança do Alex e do António, e apoio da Orlanda, que permitiu que tudo se tivesse montado e  que o resultado final fosse bem simpático. Aliás, o resultado só pode ter sido bom, pois até foi dado bastante destaque ao evento, até pelo próprio semanário Região de Leiria que fez uma excelente reportagem acompanhada de vídeo e entrevista ao Alex - o principal autor da exposição Lego. Ficou o exemplo de cidadania e voluntariado destes construtores Lego de Leiria, o primeiro que queria dar e referir neste texto.
Vista panorâmica do tema cidade na exposição 2011 do Banco de Portugal
Outro caso é o o "Leiria Iluminada", como de uma necessidade se fará e concretizará uma ato de voluntariado que seguramente fará história na cidade e no seu centro histórico. Como não haviam verbas para grandes iluminações para o Natal de 2011, devido novamente à dificuldade financeira que passa a CML, alguns cidadão e utentes do centro histórico de Leiria tiverem a excelente ideia de eles próprios, recorrendo a copos e velas, iluminar a noite de 23 de Dezembro. O resultado só poderá ser bom! Seguramente que o efeito visual será muito particular, mas mais importante será a união  e mobilização dos leirienses - num ato de pura cidadania ativa -por uma causa e objetivo coletivo da sua própria cidade. Imagine-se o que mais poderá ser conseguido de futuro com o aproveitar destas sinergias!
Para mal dos meus pecados - que devem ser muitos, pois enquanto ateu devo até ser culpado dos mais simples - tive uma grande entrose ontem... Hoje estou de muletas e com o pé ao alto, inchado com quase o dobro do volume que normalmente tem. Ontem, no meu habitual dia a que me dedico à prática do mau futebol - aquele que sou capaz de praticar - fiz a proeza de marcar um golo de belo efeito - mesmo ao canto depois de uma finta - enquanto torcia o pé direito sobre o meu próprio peso. Por isso, essa mini fatalidade, não poderei sair nesta noite em que Leiria se ilumina especialmente. Só me resta imaginar como será e esperar por ver as fotografias!
Copos e velas depositados nos pontos de recolha para o "Ilumina Leiria"
Acho que vou recordar este pré-Natal de 2011. Só espero que as luzes desta nova Leiria não brilhem só hoje. De futuro gostaria de poder contemplar a sua cívica luz,  o seu exemplo de claridade a seguir!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

As novas Novas Oportunidades

Vai se provando que as ideologias não morreram, muito pelo contrário – e ainda bem. O que lamento é serem encapuçadas e não admitidas quando utilizadas para atacar determinadas coisas. Falo do programa Novas Oportunidades (NO), como exemplo mais actual disso.

Mas vamos à coisa em si. Primeiro há que identificar exactamente o que é o programa Novas Oportunidades. O acrónimo RVCC , que é apenas uma das modalidades das NO,  significa Reconhecimento e Validação de Certificação de Competências, ou seja, foi algo criado especificamente para um público-alvo bem definido, com experiência de vida cumulativa capaz de ser equiparada aos saberes garantidos por determinados níveis do ensino formal. Obviamente o RVCC não é para todos, apesar de muitos portugueses se adequarem a esta validação. Mas para quem não tem por si só as tais competências, ou mesmo tendo pretende aprender mais, existem as restantes metodologias e opções formativas tais como: EFA, CEF, RVCC profissional, CET, e muitas mais.
Agora a perspectiva ideológica do programa NO. Estas oportunidades são um modo de fazer justiça face ao passado, construindo o futuro. Somente os meios mais elitistas e privilegiados, que pretendem ignorar a História, podem negar que até ao final da década de 70 o prosseguimento de estudos, directa ou indirectamente, era vedado à maioria. Quem pode dizer àqueles que no passado foram forçados apenas à 4ª classe ou 6ªano que hoje não podem, nem merecem, ter Novas Oportunidades? Trata-se, no mínimo, de uma questão de Justiça, e, ideologicamente falando, de um modo de garantir hoje a igualdade de oportunidades que nunca aconteceu no passo. É a igualdade de oportunidades que promove a evolução e desenvolvimento social, com benefícios para os indivíduos e sociedade em geral. Só o negarão as perspectivas mais conservadoras que temem a perda de estatuto social, pois o saber e o acesso à informação privilegia quem os detém.
Mas claro, o programa das NO não é perfeito, e mesmo sendo uma boa medida – conceptualmente – tem falhas. Pois, nem sempre, pela pressão de metas e objectivos, se consegue exigir tanto quanto serial ideal, mas também porque por vezes faltam os meios materiais e humanos para tais exigências. No entanto, mesmo com todas estas lacunas, ninguém, depois de passar por um processo destes, fica igual. As mudanças e evoluções são evidentes. Temos de pensar na valorização e reforço da pessoa que tem a sua nova oportunidade, de como fica esperta para o uso das TIC, de como a partir dai valorizará a importância do saber e da formação, e de como poderá apoiar e acompanhar e incentivar ainda melhor a educação e formação dos seus filhos! No fundo é a própria cidadania que se enriquece também! Só por isso vale a pena! Vale a pena continuar a melhorar o programa!
Chegou a altura de dar Novas Oportunidades àqueles que, desperdiçando a primeira, formaram juízos de valor, e com isso preconceitos infundados, sem saber ou compreenderem a complexidade destes e outros casos!


Não precisará a empatia social de uma Nova Oportunidade?

(Texto publicado parcialmente no Região de Leiria em 3 de Junho de 2011)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma opinião muito pessoal à pressa sobre hortas comunitárias

Há umas semanas atrás o semanário Região de Leiria perguntava na sua página de facebook: se a sua cidade tivesse uma horta comunitária, arrendaria um talhão para cultivar os seus próprios alimentos?.
Achei a pergunta deveras interessante respondi logo lá, no facebook, à coisa. Atenciosamente e amavelmente o jornal em causa publicou  parte da resposta - aproveito para agradecer o facto -, excerto que passo a citar: Provavelmente não, por mais benéfico, a vários níveis que isso fosse. Admito a minha falta de pro-actividade neste sentido, no entanto, com a minha ausência haveria seguramente espaço para todos os interessados.
Por isso e como a minha opinião se mantém deixo aqui o restante do texto não publicado:  Mas será que na hora da verdade haveriam agricultores para encher essa quinta comunitária de verde e outros coloridos vegetais? Espero que sim!
Pronto, está completa a opinião, se é que isso tem algum interesse - provavelmente não ou não fosse isto uma "redundância da actualidade". Sem dúvida que o projecto das hortas é muito interessante: promove uma saudável actividade lúdica e física que até pode produzir alimentação; tem também uma importante valência social, pois pode desenvolver um benigno espírito de cooperação.
 Apesar do meu cepticismo face a caso concreto - até porque só não me dedico à agricultura de lazer nuns quantos terrenos familiares por opção  espero que realmente, se o projecto for para avançar, que hajam muitos agricultores verdadeiramente no terreno, concretizando mais que mera intenções.

Boas Colheitas!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Concorda com a redução do financiamento ao ensino particular e cooperativo?

Na verdade temos de nivelar o ensino por cima, mas com equidade entre todos. Novamente neste, como noutros casos, parece difícil ao cidadão comum ter uma opinião séria sobre o assunto. Afinal quem fala verdade, Governo ou Escolar Privadas e Cooperativas de Ensino? Provavelmente todos falam a sua "verdade" pois todos têm a sua "razão", até porque cada caso deve ser um casos e estes cortes seguramente que promovem tanto justiça como injustiça. Quem nos informará verdadeiramente sobre o que pensar?
Comentário à questão em epígrafe lançada no facebook do semanário regional REGIÃO DE LEIRIA. Apenas foi publicada a parte aqui identificada a vermelho.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Semana Académica de Leiria: Leirienses vs. Estudantes

As novas regras para a Semana Académica de Leiria vêm mais uma vez evidenciar o conflito, e a incompreensão mútua, entre estudantes do Ensino Superior e Habitantes da Cidade de Leiria – representados pela CML. A única forma de resolver as divergências, que se vão agudizando, passa pelo diálogo, pela abertura de espírito e pela capacidade de cada “um” se colocar no lugar do “outro”. Havendo essa capacidade será mais de meio caminho andado para uma solução que respeite e sirva os Leirienses, onde se incluem os Estudantes. Aqui não se trata de ver quem é o dono da razão, pois todos têm o seu quinhão: os Leirienses por serem incomodados até horas impróprias e assistirem a comportamentos pouco dignos e distúrbios causados por alguns estudantes; os Estudantes por fazerem parte da sociedade leiriense e com isso terem direito às suas festividades e comemorações – nem que seja pelo contributo cultural e económico que dão à cidade.
A proposta que faz a C. M. de Leiria parece-me ser um bom princípio para se chegar a uma solução pragmática para o problema. No entanto, o horário de encerramento poderia ser um pouco mais alargado, mas somente se isso se conseguisse cumprir à risca. Todos sabemos como é difícil respeitar horários em Portugal – algo bem mais complicado que chegar a um consenso.
Assim, antes de recorrer a críticas com base em generalizações e preconceitos, há que reflectir sobre os efeitos que cada posição tem no agudizar deste dispensável confronto. Aqui penso que os estudantes podem dar o exemplo e demonstrar na prática o que significa ser detentor de uma educação superior.

(Texto publicado no Região de Leiria em 3 de Dezembro de 2010)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um choque com a realidade numa manhã de sábado

Numa ida à Praça Rodrigues Lobo, num sábado de manhã para tomar o pequeno-almoço, a realidade chocou comigo. Poucos minutos passados e foram aparecendo pessoas - umas mais habituadas a estas lides que outras - a pedir esmolas. É preciso sair à rua para dar de frente com a realidade.
(texto publicado dia 5 de Novembro de 2010 no Região de Leiria)

sábado, 2 de outubro de 2010

Iniciativa da REAPN e do RL - O que é para si a pobreza?

 Gostava de partilhar aqui o meu pequeno contributo, na forma de umas palavras, para uma das iniciativas  do Núcleo distrital da  Rede Europeia Anti-Pobreza (REAPN), mais concretamente a coluna que disponibilizaram no jornal Região de Leiria para que os cidadãos expressassem os conceitos e definições de pobreza. Aqui ficam as palavras que me ocorreram:

"A pobreza em primeira instância sente-se na pele, sente-se no corpo e, muitas vezes, no que falta ao estômago. Sem que essa pobreza cesse jamais podem ser minimizadas ou combatidas todas as outras formas comportamentais e intelectuais de ser pobre, pois quando a pobreza é extrema o corpo fala mais alto e remete para o campo dos luxos a preocupação com pobrezas de espírito."

(texto publicado em 1 de Outubro no Jornal Região de Leiria)

Deixo aqui também os links da REAPN para mais informações sobre as suas iniciativas e acções:

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma chuva que suja em vez de limpar

Todos presenciamos ou ouvimos falar do estranho fenómeno meteorológico ocorrido no passado Domingo dia 8 de Agosto: fazia calor e caiu uma curta chuva fugaz. Mas mais surpreendente foi o efeito da dita chuva no parque automóvel nacional – não que a frota automóvel portuguesa não seja já por si só curiosa por ser das melhores da Europa. A chuva, ao contrário do que todos os proprietários e condutores esperavam – nos quais me incluo -, não desempenhou o seu normal e habitual papel de limpeza, muito pelo contrário, a chuva sujou ainda mais os veículos desprotegidos. Apesar de invulgar o fenómeno nada tem de misterioso ou metafísico, pois, não chovendo há muito tempo, as poeiras e partículas – chamadas de aerossóis – tendem a acumular-se na atmosfera (muitas delas transportadas por ventos desde o Norte de África), especialmente nesta época do ano. Para mais, devido aos incêndios que têm lavrado por terras Lusas a quantidade de material em suspensão na atmosfera era ainda mais abundante, e, como a chuva foi curta nem sequer se deu o tempo necessário para que se depositassem todas as poeiras acumuladas e caísse “chuva limpa”.
Tal como a chuva que cai e não limpa, hoje parece-me que vivemos também em Portugal um fenómeno social algo peculiar. Provavelmente este fenómeno nada tem de novo, provavelmente a sua visibilidade deve-se apenas os novos meios e modos de comunicação, acessíveis e de fácil utilização para a uma franja cada vez maior da população – sendo a Internet o mais preponderante -, e à crescente taxa de literacia da sociedade portuguesa. Por todo o Portugal, com a maior das facilidades, “precipitam” críticas e comentários de pessoas que até há bem pouco tempo não o podiam ou queriam fazer - um reflexo de uma jovem democracia que vai amadurecendo à medida que a discussão e debates cívicos se generalizam. Mas teremos a formação necessária para compreender e lidar com toda a informação que recebemos? Teremos os meios e autonomia para convertermos essa informação em acção? Teremos os hábitos e ferramentas de cidadania necessários? Com muita facilidade “precipitamos” criticas uns aos outros, ao país e a nós mesmos. Mas será que criticamos “bem”? Será que criticamos devidamente informados, fundamentando o acto de criticar com a devida predisposição para tornar as nossas próprias críticas fecundas de acções e resoluções?
Tal como estes aguaceiros de Agosto, tendencialmente criticamos a quente. Usualmente, à semelhança do que acontece com as nuvens espessas e as chuvas abundantes que delas advêm, só as criticas consistentes e na devida quantidade podem ter algum efeito positivo sobre o ambiente em que caem. Para evitar que a culpa destas ineficazes “precipitações” morra solteira podemos adoptar uma atitude “poligâmica” e casar todos [os Portugueses] com ela [a culpa]. Podemos fazer mais e melhores críticas, consistentes e a longo prazo, e evitar cair no marasmo do sofá logo que a nossa voz crítica se cala à espera que outros ouçam e atendam com reverência os nossos ditames. Agora que fiz também eu mais um critica – uma que me parece também vazia e precipitada - chega-me a vontade de voltar ao meu próprio divã, no qual permaneço meio sentado meio de pé olhando para a rua e esperando, tal como a maioria dos Portugueses, uma chuva que molhe e limpe.
Bem, lirismos à parte, tenho mesmo de me levantar e ir limpar o meu automóvel, porque, provavelmente até já sabem, há uns dias caiu uma chuva que em vez de lavar sujou.

(texto publicado no Diário de Leiria em 17 de Agosto de 2010 e no Região de Leiria em 20 de Agosto de 2010)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Reavaliar a globalização

Depois das tristes noticias que nos vão chegando de todos os cantos do mundo, mas especialmente das Caraíbas, surge a necessidade de avaliar, ou reavaliar, um conceito controverso. Conceito esse que mobiliza pessoas de todo o planeta contra os seus efeitos mais negativos, mas que por outro lado tem como acérrimos defensores: empresas, corporações e todas as entidades que movimentam quantias consideráveis de capital. Trata-se da globalização. Muito se falou e contínua a falar dos seus aspectos negativos, facilmente apreendidos por todos nós, ou não estivéssemos a emergir de uma crise económica global. Sendo esta apenas mais um das crises cíclicas decorrentes de um capitalismo e globalização desregulamentara, algo só foi travado perante a intervenção dos Estados. Surgindo dai uma atitude paradoxal por parte de alguns agentes económicos, pois nos tempos de bonança não hesitaram em defender a desregulamentação e a diminuição do controlo Estatal, mas depois, foram os primeiros a exigir intervenção e injecções de capitais públicos, ameaçando, se isso não fosse feito, com o ruir do sistema vigente, não deixando alternativa aos Governos por esse mundo fora, se não aceitar esse tipo de soluções.

Nós, Portugueses, mais do que outro povo, devemos reflectir sobre as vicissitudes da globalização, uma vez que fomos, em pleno séc. XV, os principais agentes da globalização, mostrando a uma Europa supersticiosa a dimensão e variedade do mundo e dado a Europa a conhecer aos povos dos confins do mundo (embora essa interacção nem sempre tenha sido benéfica para esses povos).

Para além dos malefícios económicos há também os culturais, os da uniformização e perda de diversidade cultura a nível global. No entanto, comecei este texto com a necessidade, que me parece evidente, de reavaliar os efeitos da globalização, sendo que nem tudo na globalização é negativo, muito pelo contrário. Por exemplo, da recente catástrofe Haitiana, lamentável a todos os níveis, demonstrou-se um dos lados positivos da globalização: a mobilização mundial em prol da ajuda a um povo distante que sofre. Vamos defender o lado mais humano da globalização e combater os seus aspectos mais negativos. Tal como tudo na vida, devemos saber retirar o melhor da soma do todo.

(Texto publicado no Diário de Leiria em 4 de Fevereiro de 2010 e no Região de Leiria em 5 de Fevereiro de 2010)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Erros urbanísticos em Leiria

Agora que novamente teremos a oportunidade, através do escrutínio regional, de avaliar nas urnas os nossos governantes locais, parece-me ser a altura mais pertinente e apropriada para todos nós analisarmos o estado das coisas na cidade de Leiria. Por isso, farei a minha análise e espero que mais Leirienses façam também a sua. Enquanto Leiriense com forte sentido cívico, e baseando-me na minha formação académica, não posso deixar de expressar a minha opinião sobre algumas questões ligadas ao urbanismo e infra-estruturas da nossa cidade e de todos nós.
Gostava de salientar a falta de rigor e descontrolo urbanístico que tem caracterizado o crescimento da massa edificada em Leiria. Falando de zonas de expansão mais antigas, gostaria de, a título de exemplo, referir o caso da zona habitacional que cresceu envolvendo a Avenida Marquês de Pombal. Como todos podemos confirmar, não existem espaços verdes públicos que sirvam directamente esta zona, e agora com a aprovação da urbanização da Quinta da Portela, toda esta zona perderá o seu pulmão e a oportunidade de que nele se criasse um verdadeiro espaço verde de utilidade pública (algo previsto no PDM em vigor). A zona habitacional dos Capuchos é outro exemplo de uma zona urbana sem quaisquer espaços verdes. Destaca-se também em Leiria a ausência de equipamentos desportivos públicos capazes de servir os vários bairros e zonas residenciais da cidade, assim é explicável a tão grande popularidade que as consolas e jogos de vídeo detêm em relação às práticas desportivas na vida dos nossos jovens.
Continuando analisar o misto entre zonas verdes de lazer e equipamentos desportivos em Leiria, dois casos paradigmáticos saltam à vista, o estádio Municipal e a requalificação urbana através do Programa Polis. O caso do estádio é o melhor exemplo do mau investimento, pois as inúmeras derrapagens e aumento de custos associados à construção consumiram muitos dos recursos económicos do município, os existentes e os inexistentes, e para quê? Ficámos com um estádio inacabado que não serve a população e sem um pavilhão gimnodesportivo. Quanto ao programa polis, este efectivamente apresentou resultados satisfatórios, apesar de nele constarem vários projectos e obras controversas que ainda têm de comprovar a sua utilidade. Falo é claro dos parques subterrâneos, construídos em zonas onde o nível freático (nível da água no subsolo) atinge praticamente a superfície, que necessitam do funcionamento diário de bombas para não inundarem, onde os preços praticados não convidam à utilização deste parqueamento. Falo também da requalificação do Jardim Luiz de Camões e Fonte Luminosa, tendo sido substituído o acolhedor verde da relva por uma dispendiosa pedra ornamental. Ou seja, sendo o programa polis uma iniciativa Europeia e nacional, concluímos que o que efectivamente se fez de positivo até nem foi da responsabilidade da Câmara Municipal*. E a dívida do Municipal* sempre a aumentar, tal como demonstra o recente relatório das finanças da autarquia.
Por fim, as vias de comunicação. Leiria continua sem uma verdadeira circular interna, capaz de retirar os fluxos de tráfego do centro da cidade, quer os de acesso quer os de atravessamento. Por enquanto não é possível ainda contornar na totalidade a cidade sem ter de atravessar zonas habitacionais e de tráfego lento. Por exemplo, a parte da circular interna construída que inteligentemente passa em túnel pela rotunda de acesso à Cruz d´Areia mais adiante estrangula na rotunda da Praça Rotária (junto ao McDonal´s), sendo este apenas um exemplo da disfuncionalidade desta via.
Muito mais haveria para analisar, mas fico-me por apresentar para já estes exemplos, tendo como objectivo despertar a consciência dos Leirienses meus conterrâneos para situações que poderiam ter sido evitadas e, espero sinceramente, que no futuro possam vir a ser colmatadas e corrigidas.

*Responsabilidade dao anterior executivo 


(Texto publicado no semanário Região de Leiria em 7 de Agosto de 2009 e no semanário Jornal de Leiria em 13 de Agosto de 2009)
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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