terça-feira, 27 de março de 2012

Apresentação da tese sobre a Mobilidade e Transportes no Centro Histórico de Leiria no Seminário de Engenharia Civil sobre Planeamento


Escrevo estas palavras um tanto ou quanto aliviado e descomprimido depois do dia de hoje. Pela primeira vez expus publicamente a tese que elaborei, no âmbito do mestrado de energia e ambiente, sobre a Mobilidade e Sistema de Transportes do Centro Histórico de Leiria. Apesar do nervosismo do momento de obtenção da nota da avaliação da tese já ter passado há muito, hoje foi um dia de um teste igualmente importante, se não mais. Conjuntamente com os restantes colegas de painel de oradores no seminário (tratando temas do planeamento como a hidrologia e o urbanismo), onde estava um antigo professor que muito me alegrou voltar a rever - agora numa relação e papeis bem diferentes -, pudemos apresentar os nossos estudos aos alunos das licenciaturas e mestrados de engenharia civil, a vários técnicos do município de Leiria, a outros técnicos de outras autarquias vizinhas (saliento também os que se deslocaram vindos da Marinha Grande), a um público que se deslocou à ESTG por ter tido interesse no assunto, e muito especialmente ao nosso presidente da Câmara de Leiria que foi tirando as suas notas enquanto assistia às intervenções. Igualmente importante foi a presença de muitos professores do Departamento de Engenharia Civil e do próprio Diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria.


Apesar da pressão associada, este pareceu-me um desafio importante a ultrapassar. Independentemente da qualidade que este tipo de trabalhos possa ter, parece-me imperativo que sejam tornados públicos, disponibilizados: aos técnicos, à comunidade académica, ao público em geral e aos decisores políticos. Só assim os estudos académicos terão a ligação e aplicabilidade, ainda que não possam por si só ser soluções finais, mas pelo menos podem contribuir para algumas possíveis resoluções e dinamizações. Estudos e projetos feitos para ficar na gaveta de pouco ou nada servem, isso seria até um desperdício de recursos, mesmo que feitos em regime de voluntariado académico - como foi o caso.
Acabo este registo com algumas conclusões, sobre dois assuntos distintos: um ligado a este tipo de estudos; outro sobre a tese em si. 
Como já referi, no mundo académico, especialmente aquando dos trabalhos que se fazem no âmbito da formação formal, deveria haver cada vez mais preocupação em  tornar  os estudos objetivos e de os orientar para que possam resultar em algo prático e útil, até porque formar um licenciado ou mestre é um investimento dos próprios estudantes e do Estado. Logo, há que aproveitar essas sinergias e valências. 
Sobre as conclusões do estudo que elaborei, salientava: a necessidade de melhorar a redes de transportes e a mobilidade do centro histórico para que uma reabilitação e revitalização geral possa acontecer. Para isso será necessário apostar na intermodalidade, considerando o uso dos transportes públicos (preferencialmente elétricos) devidamente adequados à zona e os modos suaves (andar a pé, bicicleta e outros), articulados com parques de estacionamento da periferia em sistema "Park & Ride". O uso do automóvel deve ser limitado para moradores. Deve ser elaborado um novo plano de abastecimento, cargas e descargas da zona, pensado para a revitalização económica do centro histórico, ambientalmente sustentável. Será necessário requalificar fachadas, melhorar a iluminação, aumentar a limpeza, melhorar os pavimentos e colocar mobiliário urbano de apoio aos modos suaves. Apostar também na vigilância ativa e passiva para mais segurança. O rol de medidas e estratégias continua, mas fico-me por aqui.
O cento histórico apresenta muitos desafios, mas para que a zona possa ter futuro terão de haver planos multidisciplinares, investimento público e privado, consciencialização dos moradores e utentes, e novas parcerias de intervenção públicas e privadas, quiçá até cívicas e de cidadania. 
Para mais informações basta contactar. Agora vou descansar que amanhã é dia de trabalho noutras áreas da engenharia!



sexta-feira, 23 de março de 2012

Vento vandalista numa manhã de pouco civismo

Ia eu, ainda não atrasado mas com o relógio a relembrar-me que pouco faltava para a hora de entrada, a caminho do meu veículo, quando vem uma súbita e fortíssima rajada de vento. Apertei o casaco e ignorei. Mas um grande estrondo não podia deixar de despertar a minha atenção! Os caixotes do lixo, que tinham sido esvaziados durante a noite, estavam a ser projetados pelos humores de éolo para o centro da via - da Rua da Restauração! Desgovernadamente embatem num dos muitos carros que aquela hora passavam por aquela estrada. Ficou o carro parado e os caixotes de lixo estatelados no meio da estrada. A condutora saiu somente para inspecionar se o seu veículo tinha sofrido danos. Como pareceu o efeito tinha sido menor, voltou a entrar no carro e seguiu marcha. Fiquei um tanto atónito ao olhar para a cena, especialmente quando notei que ninguém parou e tentou ajudar, ninguém tentou sequer desviar os caixotes do lixo.

Local do evento dos caixotes do lixo voadores, já ao final da tarde
Voltei para trás e, atabalhoadamente, coloquei um dos caixotes junto ao seu local de origem e arredei um outro para uma berma de modo a evitar acidentes. Assim, parti atrasado para o trabalho, pensando para comigo sobre esta nossa sociedade...

quinta-feira, 22 de março de 2012

O país das quintas sem uma produção agrícola à altura

Hoje enquanto saia do duche e tentava não dar um trambolhão, pois tinha-me esquecido de colocar o tapete à saída da banheira, lembrei-me de uma coisa mais ou menos - aliás, totalmente - idiota.

Sendo que Portugal é conhecido por ser o país das quintas e quintinhas, em que cada um defende a sua com unhas e dentes, mesmo por vezes de um modo que ultrapassa as forças humanas, porque raio temos uma agricultura tão decrepita e quase residual?


Bem, não admito que alguém questione esta minha pergunta retórica: é a minha recente quinta!!!

Vamos lá descomprimir e acalmar! ;)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia!

Hoje é o Dia Mundial da Poesia. Não vou escrever em poesia aqui neste espaço, até porque o feito "desartísticamente" num outro blogue da minha autoria que criei para guardar essas e outros criações. Deixo apenas aqui a ligação em causa Poesia no Desartístico



Aproveitando que paradoxalmente celebro e lembro aqui a Poesia em prosa, quero reforçar o poder da poesia como expiação e modo de exteriorizar emoções, sentimentos e perceções. Pessoalmente dou, sempre que a vida do dia-a-dia me inspira ou me exige esse escape, essa utilidade à pseudo-poesia que escrevo. Muitas mais haverá, pois vejo esta arte como algo essencialmente pessoal e subjetiva, quer os fins sejam pessoais ou coletivos!

Cantemos hoje todos às musas que mais nos agradarem, com a voz que melhor nos soar, de pena ou teclado em punho! Hoje é dia Mundial da Poesia!

domingo, 11 de março de 2012

Tertúlia na Arquivo em Leiria com Elísio Estanque sobre livro "Classe Média: Ascensão e Declínio"

Quarta-feira dia 7 foi um dia animado, quer profissionalmente quer civicamente, mas lembro acima de tudo uma das cívicas, que foi imensamente agradável e ao mesmo tempo permitiu adquirir novos conhecimentos. Nesse dia fui incumbido de moderar a apresentação de uma recente obra publicada pela Fundação Francismo Manuel dos Santos. A obra em causa foi “Classe Média: ascensão e declínio” da autoria do sociólogo Elísio Estanque, numa iniciativa da Arquivo, ADLEI, e Jornal de Leiria que trouxe o autor à cidade de Leiria e ao espaço da livraria da parceria. Dessa apresentação participou também o antropólogo Ricardo Vieira que comentando a obra abriu caminho para a apresentação do autor.

Elísio Estanque conseguiu em cerca de uma hora tratar e aflorar, de um modo sintético, os principais conteúdos do seu livro. A obra divide-se claramente em duas partes distintas. A primeira trata da fundamentação sociológica e história daquilo que se foi considerando como a “classe média”, e das próprias teorias que a analisaram e estudaram. No fundo esse é o enquadramento que ajuda a compreender esse fenómeno social, mas que também aborda e explicava o próprio conceito de mobilidade social e grande parte das suas implicações. A Segunda parte do livro trata mais concretamente o caso português e a sua característica Classe Média, o seu nascimento, ascensão e situação atual.
Salientava algumas informações e dados avulsos que sublinhei e recordei da prévia leitura da obra e da própria sessão de apresentação do autor e suas palavras em direto:
• A classe Média é uma classe de limites indefinidos
• A definição de classe vive atualmente muito dos padrões de consumo, no entanto é muito mais que isso.
• A igualdade de oportunidades absoluta não existe em lugar algum do mundo e dificilmente existirá, pois os fatores que a influenciam são muitos, no entanto pode tentar ser alcançada.
• A classe Média tem servido como um amortecedor para os conflitos sociais provenientes das tensões e desigualdades sociais.
• A ascensão e mobilidade social viveram muito do reforço do ensino.
• A ascensão social continua a ser possível, mas provavelmente não será tão evidente como se supunha ou se esperava que fosse.
• Alguma da fragilidade da classe Média portuguesa relaciona-se, ao nível das atividades produtivas e ocupacionais, com o salto abrupto de uma sociedade maioritariamente rural para uma de Serviços, sem um passo intermédio de forte industrialização, que a ajudasse a fortalecer e suster.
• A sociedade portuguesa é caracterizada por baixos níveis de individualismo e fortes vínculos sociais que impedem a autonomia e o associativismo positivo.
Como moderador não podia deixar passar a oportunidade de colocar algumas questões ao autor, entre elas:
• Qual a necessidade de nestes tempos de crise, que vão muito mais para além da crise economia, haver ou termos todos mais “lições de sociologia”.
• Se o acesso à educação, especialmente à superior, se esgotou como modo de ascensão social.
A resposta de Elísio Estanque foi muito mais rica e interessante do que me é possível aqui transcrever por palavras próprias, mas arrisco-me a resumi-la nas seguintes palavras :
• Sem dúvida que precisamos de “utilizar” mais dos conhecimentos da sociologia na construção social contemporânea;
• A ascensão social contemporânea via ensino está longe de ser um dado adquirido, no entanto os indivíduos mais bem formados terão sempre maiores probabilidades de ascender socialmente.

Depois foi a vez do público poder entrar em ação com intervenções e questões. Acabou por se falar da situação social e económica atual, dos responsáveis políticos, dos partidos e muito sobre educação como estratégia de desenvolvimento para o país.
Lembro-me das palavras de Elísio Estanque que referiu: ter havido descoordenação nas estratégias de ensino nacionais e que o atual sistema partidário precisa urgentemente de reformas, de que os jovens procuram cada vez mais intervir fora dos partidos - quer por desconhecimento quer por os considerarem incapazes de responder aos seus problemas e anseios.
A conversa fluiu durante quase 2 horas num agradável prazer de partilha e aquisição de saberes e opiniões em grupo, com um alguém de vulto e saber incontestável a guiar o processo. Falo é claro do professor Elísio Estanque.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Intervenção na AML: Sugestão para nos períodos de seca se limparem e planearem alargamento dos sistemas de drenagem pluvial

Partilho aqui a minha intervenção na última Assembleia Municipal de Leiria (24-02-2012) feita no período antes da ordem do dia, a propósito da necessidade de planear limpezas e alargamentos da capacidade dos sistemas de drenagem de águas pluviais em Leiria.


Fonte:  http://www.snoron.com/view-rain_drops_at_night-wide.html


Gostaria de pedir alguns esclarecimentos ao executivo camarário, e ao mesmo tempo fazer algumas sugestões, esperando que possam ser úteis. Faço-o por ser, independentemente de qual o partido pelo qual fomos eleitos, nosso papel como membros da Assembleia Municipal: sugerir, questionar e fiscalizar, no que nos for possível, a atividade do município.
Então a questão/ sugestão é a seguinte. Porque os tempos sã ode escassez de chuva, porque é nesta altura que tendem a ficar colmatados e a entupir os sistemas de drenagem de águas pluviais, e ser a altura ideal para planear, porque é cada vez maior a área urbana e periurbana impermeabilizada, porque o clima está cada vez mais instável e de extremos, porque mais tarde ou mais cedo a chuva virá em grandes quantidades, porque as zonas ribeirinhas do concelho sempre foram historicamente suscetíveis de sofrer inundações: Tem o município tomado as devidas precauções de limpeza e pensado na melhoria e aumento da capacidade de vazão e escoamento dos sistema públicos de águas pluviais em funcionamento?, isto ainda que saibamos que os financiamentos e fundos para execução de grandes obras não abundem.

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