segunda-feira, 23 de abril de 2012

Leitura de excerto de "As Cidades Invisíveis" na Arquivo

Hoje, com uma enorme satisfação, experimentei ler excertos de obras literárias em público. No dia Mundial do Livro e do Direito de Autor não pude deixar de responder ao desafio que a Livraria Arquivo colocou aos leirienses: ler no seu espaço cultural um excerto de um livro que se apreciasse. A escolha de início não foi fácil, mas depois de um pouco reflectir, nos últimos tempos houvera um livro que me tinha marcado - pelos conteúdos, pelos significados evidentes e pelos que eu próprio interpretei, mas também porque foi sugerido por alguém que admiro.
Na Livraria Arquivo em Leiria a experimentar uma leitura

Assim fiz. Levei o meu exemplar de "As cidades Invisíveis" de Italo Calvino e li uns quantos excerto. Antes de ler três descrições das cidades, li este diálogo entre Marco Polo e Kublai Kan:

Marco Polo descreve uma ponte, pedra a pedra.
- Mas qual é a pedra que sustém a ponte? - pergunta Kublai Kan
- A ponte não é sustida por esta ou aquela pedra - responde Marco, - mas sim pela linha do arco que elas formam.
Kublai Kan permanece em silêncio, reflectindo. Depois acrescenta: - Porque me falas das Pedra? É só o arco que me importa.
Polo responde: - Sem pedras não há arco.

Que neste dia tenhamos e sejamos felizes com livros!, tal como em todos os outros!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Uma semente de cidadania política lançada num recente fórum


Fóruns há muitos, para muitos fins e objetivos, mas relembrar o fim original (e histórico) desse espaço é inevitável para a sua compreensão. Os fóruns foram, acima de tudo, invenção romana; eram locais de interceção literal (cardus e decomanus) e ideal da cidade, dos caminhos e das ideias urbanas (coincidentes ou divergentes). Nesse espaço aconteciam e decorriam praticamente todas as atividades importantes. Então e hoje? Teremos os fóruns, pelo menos os de produção de ideias e estratégias comuns, que precisamos? Temos cada vez mais fóruns, isso é um facto, mas muitos mais nos faltarão para que a sua utilidade possa ser efetiva, e deles possam surgir concretizações reais. Hoje, com as novas tecnologias de informação e comunicação, especialmente a WEB2.0 dos fóruns virtuais, dos blogues e das redes sociais, outras plataformas podem ser despoletadas para o debate de ideias. No entanto, os fóruns presenciais ainda são os meios contemporâneos mais eficazes - até porque ainda não experimentamos com toda a seriedade o potencial dos espaços virtuais - para fazer verdadeiros exercícios de cidadania (política) contributiva. Os cidadãos, para além da obrigação de contribuir com taxas e impostos para a causa pública, devem contribuir com ideias, projetos e até o simples e importante voluntariado. Discutir e partilhar ideias é também uma forma de voluntariado útil, desde que os resultados desses exercícios intelectuais possam chegar a bom porto - à sociedade civil e ao poder local e nacional. 
No passado dia 18 de Março, ocorreu um Fórum Autárquico sobre Leiria, organizado por um dos maiores partidos nacionais – nome ou sigla que para o fim deste texto pouco importa –, onde aconteceu algo pouco habitual. Esse fórum concretizou-se com vários debates abertos ao público, a decorrerem em simultâneo, em várias salas do IPJ, onde se abordaram temas sectoriais concretos. Na secção do ambiente, urbanismo e desenvolvimento económico – aquela que me competiu moderar -, o debate foi muito rico e diverso, com verdadeiro potencial e interesse municipal. Participaram no fórum especialistas, muitos deles sem qualquer vínculo ao partido organizador do evento, que em total liberdade expuseram conceitos e ideias devidamente fundamentadas. Foi possível registar, pelos coordenadores e comentadores dos vários temas, breves sumulas do que foi partilhado, de modo a disponibilizar posteriormente essas informações ao Município e à comunidade. Lembro sugestões, da secção onde estive envolvido, como: criação de comissão de acompanhamento ambiental; definir qual o património estratégico ambiental a proteger; considerar os gastos em Ambiente como um investimento e não um custo; da necessidade de tornar os espaços urbanos polifuncionais e resolver o problema da dispersão urbana; a necessidade de encontrar um marketing e imagem para o concelho; de criar plataformas para auscultar os intervenientes e envolvidos nos vários assuntos de decisão no município; entre muitos outros de uma longa e extensa lista de recomendações e ideias.
Ficou um bom exemplo de cidadania política ativa. Agora há que não esmorecer. Há que fazer esforços para que as ideias se concretizem. De futuro, o ideal será que nestas iniciativas partidárias possam participar ainda mais independentes e até convidados dos demais partidos. Não será fácil, pois a cultura política vigente ainda não está aberta para este tipo de entendimentos, mas temos todos de os tentar! O bem comum exige esse esforço!

Texto publicado no Jornal de Leiria em 22 de Março de 2012 e no Diário de Leiria em 28 de Março de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

Dia das Mentiras - Dia do Plágio

Hoje é dia das mentiras! Hoje haverá seguramente quem tente todo o tipo de mentiras, das inocentes às vis e ofensivas. Nem sempre se conta uma mentira mentindo.  Por vezes uma mentira é apenas um plágio, especialmente para quem imita e copia! A inocência perde-se! Demonstra-se na prática essa variante da mentira, pois usualmente o material plagiado, como dizia Marc Bloch, é a derradeira prova que denuncia o acto em si. Isto porque, quase sempre, ao autor mentiroso falta a capacidade para perceber onde falhou na replicação da cópia, está fora das suas capacidades perceber  porque nunca conseguirá criar um original!

Boas reflexões mentirosas!


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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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