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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um nacionalismo para a União Europeia (sobreviver) - Um texto que saiu de um ensaio

Recentemente fiz um ensaio sobre a o "pan-nacionalismo" da União Europeia, sobre como essa vertente nunca foi desenvolvida na UE, e como isso condicionou a coesão e efetiva união e adesão dos cidadãos a essa nova entidade política.

Partindo desse ensaio escrevi mais uma crónica para o P3 do jornal Público.

Para os curiosos aqui fica o link para o texto: Um nacionalismo para a União Europeia (sobreviver)

 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia!

Hoje é o Dia Mundial da Poesia. Não vou escrever em poesia aqui neste espaço, até porque o feito "desartísticamente" num outro blogue da minha autoria que criei para guardar essas e outros criações. Deixo apenas aqui a ligação em causa Poesia no Desartístico



Aproveitando que paradoxalmente celebro e lembro aqui a Poesia em prosa, quero reforçar o poder da poesia como expiação e modo de exteriorizar emoções, sentimentos e perceções. Pessoalmente dou, sempre que a vida do dia-a-dia me inspira ou me exige esse escape, essa utilidade à pseudo-poesia que escrevo. Muitas mais haverá, pois vejo esta arte como algo essencialmente pessoal e subjetiva, quer os fins sejam pessoais ou coletivos!

Cantemos hoje todos às musas que mais nos agradarem, com a voz que melhor nos soar, de pena ou teclado em punho! Hoje é dia Mundial da Poesia!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando os deputados portugueses discordam de um alemão e dão razão a Thomas Hobbes

Thomas Hobbes
Se hoje Thomas Hobbes fosse vivo e estive atento ao que fazem os parlamentares portugueses diria: eu tinha razão. Hoje, pela intromissão do Presidente do Parlamento Europeu (Martin Schulz) na diplomacia e assuntos externos portugueses, e sua relação com Angola, conseguiu validar algumas das teorias de Thomas Hobbes. Ainda que não concorde com algumas interpretações, especialmente aquelas que dele se servem para demonstrar que a cooperação internacional é difícil ou até mesmo impossível, hoje o célebre teórico político do século XVII, segundo essas mesmas interpretações que me desagradam, teve a sua razão! Pela ameaça externa que foram as palavras de Martin Schulz foi hoje possível na Assembleia da República Portuguesa pôr todos os deputados de acordo, independentemente da sua "cor política".
Bem, que será que precisamos então para a mais concertação? Será que tem de vir mais algum estrangeiro dizer: vá, continuem lá na vossa desunião e incapacidade para trabalhar em equipa, vá continuem lá no buraco!
Hoje um pouco a contra gosto, mas se calhar o velho Hobbes até tem razão...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ressuscitar o otimismo em inícios de novo ano!

Neste início de ano tenho notado algo de estranho em Portugal. Os portugueses nem sempre dedicam muita atenção e entusiasmo aos cumprimentos e saudações formais e informais entre desconhecidos – por exemplo, nem sempre se diz “bom dia” quando se entra numa loja, e, nos pequenos centros urbanos, já quase ninguém cumprimenta desconhecidos que passam pelo seu bairro. Não significa que sejamos “mal-educados”, mas comparativamente com outros povos ficamos um bocado aquém da etiqueta do dia-a-dia, o que é um pouco estranho pois até somos um povo aberto, caloroso, amistoso e que sabe receber. Apesar disso, costumamos, pelo menos nos primeiros dias de um novo ano, aquando dos nossos formais ou informais cumprimentos, fazer votos e desejar “um bom ano” ao nosso interlocutor. Parece, no entanto, que nestes inícios de 2012 as pessoas estão ainda mais reticentes em fazer esses votos. Parece que para muitos é quase ofensivo ser demasiado otimista nas felicitações de “ano novo”. Isso parece-me preocupante, pois revela indícios de uma psicologia negativista nefasta que leva a abdicar do que nos pode fazer superar este ano 2012, que se avizinha difícil. Seguramente que as dificuldades económicas e financeiras virão, seguramente que o Estado terá menos condições para nos aliviar e auxiliar naquilo que deveriam ser as suas funções, seguramente que continuará a ser difícil encontrar emprego, seguramente que a pobreza e desigualdades sociais continuarão a crescer. Por tudo isso, há que não baixar os braços e o otimismo ativo passa a ser cada vez mais uma necessidade imperativa!

   Para além dos cumprimentos, até nos nossos noticiários e serviços de informação reina o pessimismo e o espirito catastrofista. Por exemplo, ao compararmos os noticiários portugueses com os franceses ficamos chocados. Por cá os nossos duram o dobro do tempo e estão repletos de notícias catastróficas – e, quando as nacionais não chegam, procuram-se no estrangeiro. Não me parece que a culpa seja dos jornalistas, parece-me mais que é também aqui o funcionamento descontrolado do mercado da informação em ação. O negativismo está demasiado bem cotado nos Mass Media como fonte de audiência, erradamente a meu ver pois todos estamos já fartos dessas abordagens! São cada vez mais os que desligam as televisões… Precisamos de inovar no modo como se transmite a informação. Todos temos de fazer o nosso papel, por isso ficamos também à espera que os Media possam continuar a informar-nos mas optando por uma maior ênfase otimista na transmissão da notícia.
 
   Já é velho o ditado “tristezas não pagam dívidas”, já o otimismo se não o tentarmos nunca saberemos se servirá ou contribuirá para minimizar os nosso problemas. Não podemos abdicar do que melhor nos resta: a esperança de dias melhores! Se não tentarmos ser otimistas, ainda que realistas e conscientes, não poderemos tirar o melhor partido do que poderá vir neste ano de 2012. Pois, tudo na vida tem sempre um lado positivo e por vezes as crises trazem também oportunidades!

(Texto publicado no Jornal Tinta Fresca em 8 de Janeiro de 2012, no Jornal de Leiria em 12 de Janeiro de 2012 e no Diário de Leiria em 12 de Janeiro de 2012)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Um vislumbre da sapiência de Mário Soares pelo IPL

Dia 17 de Novembro de 2012, em mais uma Sessão Solene de Início de Ano lectivo no Instituto Politécnico de Leiria, houve tudo aquilo que esperávamos: discursos, entrega de diplomas, homenagens e música. Mas a edição deste ano contou também com uma lição especial, algo a que os organizadores chamaram de: "lição de sapiência". Tendo em conta o professor desta aula, muitos serão os que concordarão mas haverá sempre quem discorde de como foi apelidada o espaço destinado à intervenção do ilustre convidado, ou não fosse o orador sapiente o Dr. Mário Soares.
Mário Soares abordou a temática Europeia, tratou temas relacionados com a União Europeia, a Política Europeia e o Euro. Não se esperava outra coisa quando o pilar de orgulho da UE que é o Euro está actualmente sob ameaça, em risco de tombar, e com ele os próprios alicerces da própria União dos 27.
As palavras de Soares foram de crítica ao modo como tem sido conduzida recentemente a UE. Apesar disso tentou passar uma mensagem mais positiva: de que com outro tipo de liderança e reunir de esforços comuns esta actual crise facilmente seria facilmente ultrapassada. O nosso antigo Presidente reforçou e relembrou ao público aquilo que de bom distingue a Europa dos demais continentes: as suas conquistas culturais, humanistas, cientificas e a qualidade de vida generalizada que têm os europeus.

Houve tempo para responder a algumas perguntas do público. Não pude deixar de tentar obter mais saber do principal orador da tarde. Perguntei qualquer coisa do género: Em que medida mudou a mentalidade dos governantes e dirigentes da UE desde a altura em que aderimos e foi Presidente de Portugal para os dias de hoje?
Soares, com a sua natural simpatia e bom humor de quem partilhava uma sua opinião – numa altura da sua vida que poucos duvidam de ser franca – quase informal, diz mais ou menos isto: sabe, na altura, antigamente nos anos 80, a UE era governada por verdadeiros socialistas, até por democratas cristãos, com sentido de estado, que não se limitavam a desumanidade de um capitalista neoliberal que só olha a dinheiro e esquece as pessoas

Confesso que gostei da resposta, embora desgoste do seu significado e das implicações que traz: a realidade que estamos a viver neste momento e as maiores dificuldades que se especula que virão de futuro!

sábado, 29 de outubro de 2011

Haverá uma “Troika” que nos puxe?

Troika, Troika, Troika! O nome Troika tem sido utilizado – muitas vezes abusando dele - nas conversas de ocasião neste último ano, denotando quase um certo fascínio masoquista pelas implicações negativas, directas e indirectas, que tem e terá para nós portugueses.
Mas afinal de onde vem o termo Troika? Terá sido inventado aquando da crise das dívidas soberanas? Terá sido criado o termo propositadamente para nomear a equipa do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia? Bem, parece que não, curiosamente o termo até já tinha sido empregue em Portugal durante o famoso “Verão quente de 1975” – que o diga Otelo Saraiva de Carvalho. Mas, independentemente das instabilidades do Pós 25 de Abril, parece que a origem do termo é russa. Troika, em russo, significa a associação de três cavalos (ou outros animais de carga) a um carro (carruagem, carroça ou trenó). No fundo a palavra representa uma associação, uma composição de três entidades que se unem para colocar algo em movimento. Terá então a Troika que tem visitado Portugal sido constituída para “puxar”, numa relação com a palavra russa, Portugal da crise? Então e será positivo sair de uma crise como um “atrelado”? Que será quando os cavalos se forem embora? Dirão os pragmáticos: “interessa é sair”, nem que os cavalos vão e venham, e que o percurso se faça intermitentemente, “interessa mesmo é que isto ande”. Afirmações desta natureza até podem ser defensáveis, no entanto se forem sempre motores de fora puxar-nos um destes dias perderemos o volante – se é que não perdemos já.
Especulações à parte, poucos são os termos novos inventados do zero. O mais comum costuma ser a adaptação, reformulação e reciclagem do que já anteriormente foi inventado e criado. Haverá algo mais sustentável que aproveitar e reinventar criações alheias? Mas servirão as fórmulas “dos outros” para outras realidades [a nossa]? Ou seja, poderá o modelo externo servir para resolver os nossos problemas internos, independentemente de serem 3 ou mais a ajudar? É que sendo verdade o significado do termo russo “Troika”, e a tal composição sirva para puxar pela neve fora os trenós, falando figuradamente: não terá o modelo de propulsão económica de ser readaptado para o nosso clima mediterrânico?
Esperemos que à Troika dos 3 se junte a força dos 4, com um novo elemento constituído pela energia dos portugueses para se salvarem a si próprios, pelo seu esforço, trabalho e mérito com um projecto adaptado às dificuldades da nossa realidade. Mesmo que todos os 4 tentem puxar e pôr a nossa economia a andar, terá este Governo a capacidade de nos conduzir? Vendo o caminho recente por onde nos tem levado, sempre à beira do princípio, esperemos que a viagem não acabe numa grande queda – uma queda abrupta do nosso poder de compra e qualidade de vida, que nos parece cada vez mais evitável devido às evitáveis decisões políticas recentes.

(Texto publicado no Diário de Leiria em 25 de Outubro de 2011)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Distúrbios em Inglaterra - O pior da Direita, da Esquerda e da Cultura Pop

Chocaram as imagens e sons que chegaram de Inglaterra. Há medida que mais se vai conhecendo e sabendo sobre os distúrbios pela britânica ilha, a preocupação não pode deixar de nos assaltar. Se isto foi possível num pais que passa as imagens do civismo e tolerância, que extrapolações e comparações poderemos fazer para o nosso?
De um modo muito genérico, de imediato diria que presenciamos, ao nível governativo, exemplos do pior das duas grandes ideologias políticas (Esquerda e de Direita) em simultâneo, apesar de em áreas diferentes. O pior da Esquerda no que toca à segurança, pela incapacidade de responder e actuar de imediato no terreno para garantir a segurança; tendencialmente a Esquerda – e bem a meu ver – tende a apostar na prevenção e intervenção para minimização da pobreza, da exclusão social e consequentemente do crime; no entanto, quando as coisas se descontrolam, como foi o caso, tem de haver capacidade de resposta. O Pior da Direita relaciono com a desvalorização da intervenção social; os cortes nos meios de acção social local que garantiam o estabilizar de comunidades e grupos tendencialmente problemáticos potenciaram o caos registado.
Ainda de um ponto de vista político/ideológico, foram os próprios conceitos de liberdade e tolerância que ficaram em causa. Basta notar que, associados aos movimentos de residentes e proprietários que se formaram para proteger os seus bairros e bens, obrigados a isso devido à inacção policial, grupos da “extrema-direita” não democrática aproveitaram de imediato o caos para difundirem as suas ideologias de intolerância e violência.

Mas existe uma perspectiva cultural, talvez essa sim a própria génese do problema e aquela sobre a qual, enquanto sociedade, nos devíamos debruçar. Não falo das minorias étnicas ou religiosas, não! Falo da cultura Pop disseminada nos países ocidentais (incluindo Portugal) desde há uns anos para cá: tem sido habitual, artistas, criadores e “fazedores de opinião” (opinion makers) populares entre os mais jovens, elevarem ao estado de “modelo e conduta a seguir” o "herói bandido” - aquele que recorre a todos os meios para ter aquilo que quer, independentemente disso violar códigos de conduta, a sã convivência e respeito pela liberdade e direitos alheios e colectivos. Mais cedo ou mais tarde os reflexos dos valores culturais, continuamente disseminados, teriam de se manifestar – o efeito só poderia ser incompreensível e explosivo. Parece-me que a ignição começou devido às causas justas de alguns - os verdadeiramente pobres e marginalizados -, mas também às injustas de outros: o continuar da cultura recebida agora manifestada em actos físicos nas ruas; o simples facto de querer ter o que não se pode;  e, como alguns dizem, porque até nem tinham nada para fazer (férias e pausa do campeonato de futebol) - o que é no mínimo triste e revoltante! 

Para além dos problemas apontados, então e soluções? Apronto duas possíveis: meios e modos de garantir a lei e a justiça, sem atropelos às liberdades individuais e colectivas; e uma forte capacidade de transmitir valores e educar cidadãos (formal e informalmente), para que eles próprios possam saber de facto que liberdade não existe sem responsabilidade.

Texto publicado no Diário de Leiria em 18 de Agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A visita do Papa a Espanha e o povo oprimido do Vaticano

O Papa visita uma Espanha tumultuosa por causa da sua própria visita. Muitos manifestaram-se contra a vinda do Papa e os custos que isso teria para o Estado Espanhol. Bem, de facto o Papa é um Chefe de Estado (para além de líder religioso) e não se notam este tipo de protestos quando são outros líderes e representantes de nações a visitar os nossos vizinhos. Mas há algo que se deve notar, o Papa é de facto um Chefe de Estado mas o seu Estado é o único não democrático da Europa Ocidental

Isto até  pode levantar outras questões: será que os USA tentarão libertar o povo do Vaticano?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Lixo - coscuvilhices sobres dívidas estatais

Parecesse que afinal, pelo menos para algumas instituições americanas, a nossa dívida estatal é "Lixo". Por terras do Tio Sam - familiar que pouco ou nada simpático tem sido para os europeus, especialmente quando são os seus dólares que estão em causa - existem várias Agências de Notação que fazem ratings, e com isso classificam, segundo os seus humores, a capacidade que os Estados têm de pagar as suas dívidas. Para além de inconstantes de humores - que traduzindo permite fazer uma evidente relação -, as ditas agências ao mudarem muito rapidamente de opinião, ainda o fazem "metendo-se na vida" dos Estados sem se preocuparem com a veracidade das informações e sem assumirem qualquer responsabilidade pelo que vão dizendo e partilhando. Isso por cá, pelo menos nos meios mais populares, chama-se de coscuvilhice ou maledicência, mas os economistas lá sabem. Para além de altamente temperamentais, não serão essas Agências também distraídas? Ninguém pode dizer que o actual Governo queira evitar o modelo ultra-liberal de redução do tamanho e papel do Estado - tão querido do modelo económico que fez prosperar as próprias Agências de Rating e que elas próprias prescrevem para uma sã economia -, mesmo que isso signifique reduzir o Estado Social e aumentar as desigualdades sociais. As tais Agências de Rating só podem andar distraídas, tal como aconteceu quando deram excelentes avaliações a Islândia pouco tempo antes desse país ficar na bancarrota. Afinal tudo parece continuar na mesma, apesar das mudanças políticas, piorando: continuam a aumentar os juros da dívida e a austeridade; as avaliações de rating a irem por ai a baixo com a economia real do país. Afinal parece que o problema não era do anterior Governo.
Mas e se tudo isto for uma grande peça de humor, ao estilo anglo-saxónico, uma encenação de humor negro carregado de sarcasmo e ironia, chegando mesmo ao "nonsense"? Nós, latinos, por regra, salvo algumas excepções, não apreciamos este tipo de humor, nem de facto andamos para grandes humores. Quando dizem que a nossa dívida é "lixo" não estarão a querer dizer que, tal como toda a boa "sucata", a dívida até tem valor? Suposições rebuscadas à parte, penso que se pensarmos assim, se optarmos pelo optimismo, nada perdemos, muito pelo contrário. Por acaso, ou talvez não - pois a aposta ambiental tem sido séria e abraçada pelos vários governos que passaram -, Portugal sabe lidar com os seus lixos, sabe trata-los, valoriza-los e acondiciona-los. O Lixo em vez de problema tem sido cada vez mais uma oportunidade.
Provavelmente - sendo benevolente para com as Agências de Rating, até porque já chega de  dizer que todos nos querem tramar e que a culpa, coitada, se com alguém de nós portugueses casa logo de seguida a deixamos divorciada - está na hora de aproveitar o lixo e encaminhar os desperdícios para uma valorização que valha a pena e sirva o bem comum. Podemos começar pelo aspecto psicológico colectivo e reciclar o desespero por optimismo! Se não formos optimistas seguramente que mais ninguém o será por nós!

(Texto publicado no Diário de Leiria em 13 de Julho de 2011 e no Jornal de Leiria em 14 de Julho de 2011)

sábado, 7 de maio de 2011

Para aumentar a auto-estima Nacional

A propósito das recentes polémicas em torno da possível falta de apoio económico dos Finlandeses, em pleno espaço europeu - União Europeia , a Portugal, parece-me muito adequado fazer esta partilha e guardar o vídeo em causa aqui no blogue. Prescrevo este vídeo aos portugueses que sofram - com bastantes razões - de uma fraca auto-estima nacional.


sexta-feira, 4 de março de 2011

A Democracia via Redes Sociais

A revolta no Mundo Árabe avança tão rápido como o clique de um "gosto" ou de um "vou participar" no Facebook. Quem diria, tendo em conta a quase ausência histórica de movimentos cívicos libertários nestas sociedades, que estas nações fossem usar hoje a tecnologia das Redes Sociais como modo de expressão de uma cidadania activa política que quer mais democracia, justiça e equidade social!? 
 As Redes Sociais por cá têm-nos servido para os mais variados e diferentes propósitos: reatar ligações a pessoas que se perdiam no tempo; "cuscar" a vida de amigos e conhecidos; poder comunicar com figuras públicas locais ou nacionais; conhecer novas pessoas, ideias, iniciativas, instituições, etc. As mais importantes, pelo menos de um ponto de vista "macro-social", serão as últimas possibilidades anteriormente referidas, pois podem ser um modo de concretizar e reforçar a nossa cidadania e democracia. Se por terras onde reina o Islão as Redes Sociais estão a servir para tentar coordenar povos e gentes para a implementação da democracia (as mobilizações no Egipto deram-se via Facebook), por cá, as mesmas Redes Sociais, podem muito bem vir a servir para exercermos um novo tipo de cidadania activa, ou pelo menos para permitir que ela aconteça depois na prática, no mundo real do dia-a-dia. 
Eu arriscar-me-ia a dizer que as Redes Sociais, os Blogues, e todos os demais afins, são as Ágoras da actualidade. São aqueles locais onde facilmente podemos partilhar ideias e fazê-las chegar a um público incomensuravelmente vasto e inacessível de outro modo ao cidadão comum, tudo isto com interacções nos dois sentidos que chegam a acontecer em tempo real - podemos ser receptores e emissores em simultâneo. Lembro que as Ágoras eram os locais onde os antigos gregos - os inventores da Democracia -, especialmente os filósofos, ensinavam e apresentavam as suas ideias à comunidade - a polis. Nesses locais de partilha o público interagia livremente com os oradores, havia liberdade para colocar questões e dúvidas, podia-se até colocar em causa as ideias e informações divulgadas pelos próprios oradores. Tudo isto acontecia naturalmente e gratuitamente, sem esforço ou coerção para a participação, numa clara vontade de divulgar e aprender. É esta liberdade, pro-actividade para o debate e troca de ideias, e gratuitidade que me faz considerar que essas Ágoras (que se manifestavam urbanisticamente como praças, mercados, fóruns ou outras estruturas ou infra-estruturas citadinas) do antigamente estejam hoje a ser reedificadas e reinventadas pelas ditas Redes Sociais, num potencial sem precedentes e com efeitos sociais difíceis de prever.

Os povos dos países islâmicos, onde falta a liberdade, já perceberam a importância das Redes Sociais como ferramenta de mobilização para a mudança rumo a uma sociedade democrática. E nós? Será que estaremos ou saberemos utilizar essas mesmas Redes Sociais para algo socialmente benéfico? Não serão as Redes sociais ferramentas com potencial para melhorar a nossa participação cívica e a concretizar uma cidadania activa, ainda que indirectamente?

(Texto publicado no Diário de Leiria em 25 de Fevereiro de 2011)

domingo, 17 de outubro de 2010

Mineiros no Chile – o poder (útil) dos Media

Sabemos que os Media detêm actualmente um imenso poder, ou não vivêssemos na "Era da informação". Poder esse que, quando é imparcial e objectivo, é um dos bens mais preciosos que se desenvolve e emana das sociedades democráticas.
O recente caso dos Mineiros Chilenos, com todos os infortúnios do acidente e vicissitudes dramáticas que dai advieram, é mais um exemplo do poder que pode ter o mediatismo da informação e como isso pode fazer “mover montanhas” – neste caso “escavar túneis”. De todos os acidentes, desgraças e calamidades infelizmente só aquelas mais divulgadas obtém resposta no momento. Claro que é compreensível que assim seja, pois só se pode actuar perante eventos que desconhecem. Ou seja, no meio do azar e das privações a que foram sujeitos os mineiros chilenos – dificuldades que só eles podem saber - até tiveram alguma sorte, pois a peculiaridade e singularidade do seu infortúnio fez com que o caso se mediatizasse a nível global e assim todos os meios possíveis e imaginários fossem mobilizados para os salvar da sua prisão subterrânea. Aqui a acção dos Media foram preponderantes e, através de um misto de solidariedade e pressão da opinião pública, todos os meios – os existentes e alguns ainda por inventar especialmente para o efeito – se concretizaram sem olhar a custos.
 No entanto, fazendo de "advogado do diabo", que aconteceria a estes mineiros se os Media não tivessem mediatizado o acidente? O que acontece a todas os acidentes, infortúnios e calamidades que ocorrem por todo o mundo onde nem sequer existem estatísticas fidedignas para contabilizar as vítimas? Com que moral se ignora ou recusa ajuda a outra pessoas que sofre por esse mundo fora quando para isso seriam necessários parcos meios?
Todas as atenções estão agora voltadas para o Chile. Povos e nações atendem a esta causa, tal como atenderam a muitas outras que ocorreram longe das suas fronteiras, em outras partes do mundo onde as suas percepções do dia-a-dia dificilmente chegam. Este exemplo demonstra como o acto de informar pode mobilizar a humanidade dos nossos seres para as grandes causas globais. Mas como o mundo é vasto e as nossas forças e capacidade de atenção limitadas temos de ser pragmáticos. Não podemos resolver todos os problemas do mundo, mas pelo menos podemos tentar resolver alguns. Para isso, na nossa aldeia global: contamos com os Media para que nos informem das mais importantes e urgentes calamidades; e que Estados, Organizações e Associações para, através do nosso contributo, possam suavizar e solucionar o melhor que for possível essas eventualidades – uma questão também de deveres e direitos – sem esquecer que essas mesmas instituições têm também o dever de informar objectivamente.

(texto publicado em 15 de Outubro de 2010 no Diário de Leiria

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dia Internacional do Engenheiro(a)

Segundo o que ouvi na Antena 3, logo pela manhã, hoje celebra-se o dia Internacional do(a) Engenheiro(a). Como é da minha classe profissional que se trata sinto-me impelido a divulgar esta data, mas não apenas por isso. Ao referir este dia, apelo a todos os membros desta classe profissional onde me incluo, quer sejam Engenheiros(as) Técnicos(as) ou Engenheiros(as) ou até ambos como é o meu caso (Eng. e Eng.  Téc.º), cumpram os seus deveres deontológicos para como os seus pares, mas especialmente para com a sociedade. Pois, tal como em muitas outras classes profissionais, os profissionais da Engenharia têm o dever de prestar bons serviços à sociedade. Passando essa intervenção por actos de engenharia, zelando pela eficiência, pela boa utilização dos recursos disponíveis, vela inventividade e descoberta de novas soluções para a solução de problemas de vária ordem, mas acima de tudo pela segurança de pessoas e bens.
Sair da actual crise só é possível com colaboração e intervenção de toda a sociedade Portuguesa, incluindo-se nisso o Estado, a sociedade civil, as associações entre outras entidades colectivas e individuais. Que os Engenheiros(as), como parte integrante destes grupos, não se sirvam apenas de títulos de prestigio, mas que assumam e desenvolvam o seu trabalho em prol dos demais como é sua obrigação ética, ou não fossem algumas das obrigações que referi anteriormente chaves essências para deixarmos crises para trás!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Reavaliar a globalização

Depois das tristes noticias que nos vão chegando de todos os cantos do mundo, mas especialmente das Caraíbas, surge a necessidade de avaliar, ou reavaliar, um conceito controverso. Conceito esse que mobiliza pessoas de todo o planeta contra os seus efeitos mais negativos, mas que por outro lado tem como acérrimos defensores: empresas, corporações e todas as entidades que movimentam quantias consideráveis de capital. Trata-se da globalização. Muito se falou e contínua a falar dos seus aspectos negativos, facilmente apreendidos por todos nós, ou não estivéssemos a emergir de uma crise económica global. Sendo esta apenas mais um das crises cíclicas decorrentes de um capitalismo e globalização desregulamentara, algo só foi travado perante a intervenção dos Estados. Surgindo dai uma atitude paradoxal por parte de alguns agentes económicos, pois nos tempos de bonança não hesitaram em defender a desregulamentação e a diminuição do controlo Estatal, mas depois, foram os primeiros a exigir intervenção e injecções de capitais públicos, ameaçando, se isso não fosse feito, com o ruir do sistema vigente, não deixando alternativa aos Governos por esse mundo fora, se não aceitar esse tipo de soluções.

Nós, Portugueses, mais do que outro povo, devemos reflectir sobre as vicissitudes da globalização, uma vez que fomos, em pleno séc. XV, os principais agentes da globalização, mostrando a uma Europa supersticiosa a dimensão e variedade do mundo e dado a Europa a conhecer aos povos dos confins do mundo (embora essa interacção nem sempre tenha sido benéfica para esses povos).

Para além dos malefícios económicos há também os culturais, os da uniformização e perda de diversidade cultura a nível global. No entanto, comecei este texto com a necessidade, que me parece evidente, de reavaliar os efeitos da globalização, sendo que nem tudo na globalização é negativo, muito pelo contrário. Por exemplo, da recente catástrofe Haitiana, lamentável a todos os níveis, demonstrou-se um dos lados positivos da globalização: a mobilização mundial em prol da ajuda a um povo distante que sofre. Vamos defender o lado mais humano da globalização e combater os seus aspectos mais negativos. Tal como tudo na vida, devemos saber retirar o melhor da soma do todo.

(Texto publicado no Diário de Leiria em 4 de Fevereiro de 2010 e no Região de Leiria em 5 de Fevereiro de 2010)
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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