quarta-feira, 31 de março de 2010

Subsídio de Desemprego, uma conquista de Abril

Hoje o subsídio de desemprego faz 35 anos. Esta foi uma das medidas sociais resultantes dos primeiros Governos pós 25 de Abril, uma das heranças da mudança de regime que ocorreu com a revolução dos cravos.


Muitos, obviamente ignorando a evolução e mudanças colossais que ocorreram na sociedade portuguesa, apregoam o seguinte chavão: “…antigamente é que era bom…” Dizer algo deste género é quase criminoso, pois melhoramos e evoluímos em muitos aspectos, apesar de alguns erros cometidos ou decisões menos correctos tomadas durante esse percurso, mas se todos cooperarmos, poderemos fazer com que melhorem mais.
Apelo às pessoas que defendem o “antigamente”, ou que fazem afirmações pró Estado-Novo com displicência, que reflictam sobre a actual crise, e que imaginem como seria a vida dos Portugueses para os quais neste momento o Subsidio de desemprego é a única fonte de rendimento e essencial para a sua sobrevivência.
De referir que também há 30 e muitos anos anos todo o despedimento era considerado por justa causa, ou seja, um trabalhador podia ser despedido sem justificação e sem quaisquer direitos laborais pela sua entidade patronal.
Viva o 25 De Abril e as suas conquistas!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Apesar de tudo, o Neoliberalismo vai ganhando força em Portugal

O maior partido da oposição tem um novo líder, mas aparentemente não foi só a liderança que mudou. Interpretando o que se foi transmitido, pelo actual líder desse mesmo partido, ao comum dos cidadãos durante a campanha eleitoral própria dessa estrutura partidária: pode-se concluir que há um fortalecimento das políticas neoliberais nessa estrutura partidária, sendo cada vez mais gritante o afastamento da para com a Social-democracia enquanto ideologia política. No entanto esta opção não surpreende, pois há muito que essa tendência se ia evidenciando, tornando-se num dos principais pontos de ruptura ideológica com o partido do Governo em funções. Este modelo, apelidado de neoliberal, semelhante ao praticado em países como os EUA, assenta no princípio da não intervenção do Estado na economia, ou seja, desresponsabilizando e retirando ao Estado os meios necessários para coordenar e controlar a economia, tornando-o incapaz de evitar crises económicas e sociais.
Pensemos então na actual crise financeira e económica mundial. O que nos permite constatar que foram estes modelos económicos permissivos que permitiram o actual estado de coisas. Chegamos assim facilmente à conclusão que, mesmo não sendo inteiramente culpa das políticas neoliberais, a intensidade e os impactos causados a nível mundial que esta crise provocou na vida das pessoas poderiam ter sido evitados se os estados tivessem maior capacidade de intervenção, salvaguardando a sua economia nacional e o bem-estar dos seus cidadãos. Assim sendo, enveredar pela opção neoliberal é sinónimo de risco constante, beneficiando apenas desse sistema os “especialistas”, capazes de grandes manobras financeiras e especulativas. Não pretendo dar qualquer lição de ciências políticas ou económicas (pois não tenho competências para tal), mas apenas chamar a atenção para estas questões e para o mal que pode advir em seguir esse tipo de políticas, já que são apontadas pelo maior partido da oposição como a salvação económica do país. Muito pelo contrário, essas orientações podem levar à nossa perdição, repercutindo-se negativamente, e com maior impacto, nas populações em geral, enquanto alguns investidores e especuladores são os únicos a beneficiar dessas políticas. Os grandes partidos nacionais divergem e distinguem-se cada vez mais nestas materiais. Sendo a actual liderança do maior partido da oposição prova disso mesmo, pois espelha a vontade e os ideais dos seus militantes. Não podiam estar mais longe da social-democracia e do Socialismo democrático.

Já que o tema tratado é o neoliberalismo sinto-me na obrigação de referir uma situação por mim presenciado que me pareceu caricata. Recentemente numa feira dedicada à juventude, ensino e formação profissional, realizada no distrito de Leiria, deparei-me com o stand de um dos partidos da esquerda mais contestatária e radical a oferecer propaganda política em troca de capital, ou seja, dinheiro! Sem comentários.

(Texto publicado dia 1 e 7 de Abril de 2010 no Diário de Leiria e no dia 6 de Maio no Jornal de Leiria)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Estamos preparados para aumentar a produtividade nacional?

Como pode Portugal ser um dos países da União Europeia que mais trabalha, mas também, por outro lado, um dos que menos produz?

Independentemente de todas as possíveis causas, e haverá muitas seguramente, há uma que destaco e que, dada a conjuntura económica e social actual, tende a ser infelizmente agravada. Refiro-me a uma, disfarçada, mas gradual agravamento das condições de trabalho, sendo evidente, por exemplo, o aumento da carga horária a que cada trabalhar é sujeito actualmente. 


Muitas são as empresas que, independentemente de estarem em “crise” ou não, permitem que os seus colaboradores trabalhem horas de trabalho sem fim. Isso, provavelmente inconscientemente sem as devidas preocupações para com a saúde metal e física dos seus colaboradores que se sujeitam a esta nova realidade. Mas, verdade seja dita, muitos são aqueles que se sujeitam voluntariamente a este tipo insustentável de comportamento laboral, inconscientes das implicações que isso pode trazer para as suas vidas pessoais, para as empresas onde trabalham e para as suas famílias e amigos.

Esta problemática, proveniente dos intermináveis horários de trabalho, acaba por prejudicar tanto os trabalhadores, que enveredam por estes ciclos de trabalho desajustados, como, inevitavelmente, as próprias empresas que permitem que isso aconteça no seu seio. Pois, evidentemente, os maiores activos das empresas são os seus quadros de trabalhadores, e se esses colaboradores estiverem esgotados e desmotivados, dificilmente se conseguirá atingir os níveis de eficiência, produtividade e qualidade desejados.

O aumento da carga horária pode resultar, como constatamos todos os dias, numa série de malefícios vários e variados, entre eles: Jovens trabalhadores vítimas de esgotamentos e depressões; muitos desempregados sem oportunidades de trabalho, especialmente jovens, que pelo acumular de funções de quem já se encontra no mercado de trabalho, dispensa a abertura e novas vagas para novos quadros; cada vez menos disponibilidade para a vida familiar e social, apesar da maior facilidade de comunicação e transportes; A falta de proporcionalidade entre salários e os aumentos de carga horária e de responsabilidades; A pouca disponibilidade para hobbies e lazer, que tanto contribuem para uma vida saudável; e por fim, a ineficiência para as empresas que gastam recursos mas não aproveitam verdadeiramente o potencial dos seus colaboradores, pois quantidade não é qualidade.

Em suma, se pretendermos aumentar a nossa produtividade nacional temos de aumentar a motivação dos trabalhadores, dentro e fora do local de trabalho, evitando criar nos trabalhadores o sentimento de exploração e da falta de reconhecimento pelos seus esforços. Tal como permitir aos trabalhadores que, enquanto indivíduos com necessidades e não meras máquinas, tenham fora do período laboral tempo para si e para os seus. 

Só com trabalhadores motivados, com formação e adequadamente remunerados podemos aumentar a produtividade nacional. Caso contrário, mesmo inconscientemente, por mais horas que trabalhemos, nunca conseguiremos durante os nossos horários de trabalho realizar as tarefas que nos propõem, ou a que nos propomos, com o máximo de qualidade e concentração, evitando os erros, fomentando a eficiência e alcançando a almejada produtividade.

Recuar nos direitos laborais não é a solução para combater a falta de produtividade, muito pelo contrário, agrava-a e resulta em políticas laborais e de gestão terceiro-mundistas.

A “Europa”, simbolismo da qualidade de vida, está mesmo ali, à distância das nossas opções.



(Texto publicado no Diário de Leiria em 23 de Março de 2010)

terça-feira, 23 de março de 2010

Alguém no PSD redescobriu a Social-democracia, a fase da toranja

Embora questões relacionadas com as estruturas e organização interna do PSD não estejam entre os assuntos que me despertem mais atenção, ou sobre os quais procure informação, fiquei surpreendido com o discursos de um dos candidatos à presidência do PSD. Quase por acaso assisti à entrevista do candidato Castanheira de Barros, e depois de reflectir sobre as suas palavras, constateis que, pelo menos aparentemente, existe ainda alguma ideologia Social-democracia em alguns dos militantes do PSD, e não somente a tendência para o neoliberalismo

Enquanto militante do Partido Socialista e convicto defensor do Estado-providência e do papel de regulamentação do estado como promotor da igualdade de oportunidades, fiquei alegremente surpreendido por existir um candidato a líder do maior partido da oposição que defende a Social-democracia em oposição ao neoliberalismo (apanágio de outros candidatos). Numa época de crise em que o Estado deve ser o primeiro promotor da equidade social é bom saber que nas fileiras da oposição (estranhamente incluindo o PSD) existe alguém que defende um modelo “semelhante” ao que defendo o Partido Socialista (ler princípios), pois, neste momento mais que em qualquer outro, necessitamos de cooperação entre todas as forças políticas para fazer face a uma crise que faz todos os dias as suas vítimas, muitas delas vítimas apenas da especulação (uma doença do liberalismos económico que alguns tentam mascarar e ocultar, exigindo um estado menos interventivo, ou seja, incapaz de defender quem realmente preciso e tem dificuldades em se defender por si próprio).

 Resta saber se o discurso de Castanheira de Barros é realmente verdadeiro e não pura demagogia política.


Estará a laranja a avermelhar e a assemelhar-se a uma toranja vermelha?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Ainda há quem encontre o Castelo de Leiria, nem que seja nos Jornais

Parece que não sou o único atento ao actual estado do Castelo de Leiria. Não sei se inspirado pelo meu texto anteriormente publicado nos jornais locais (Diário de Leiria, Jornal de Leiria e Região de Leiria) em 5 e 6 de Novembro, surge esta semana um texto de opinião, num desses mesmos jornais, a referir exactamente a mesma problemática: O excesso de vegetação junto ao morro do castelo, referindo todos os aspectos nefastos que daí advêm.

Apesar de não ser uma novidade, fico contente que mais Leirienses tenham esta preocupação, que com certeza será genuína e fortemente consciente de que é necessário chamar a atenção dos mais distraídos para o que é óbvio aos olhos de alguns.
Esperemos que mais textos destes, mesmo que possam tender para a redundância, tal como os meus próprios, sirvam o seu propósito - pelo menos o propósito que eu acho que deverão ter: A melhoria da Cidade, enquanto espaço de todos.
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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