sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Afinal o que se celebra no dia 25 de Dezembro?

O dia 25 de Dezembro desde há séculos que se assumiu como um dia de festejos. Muitos foram os pretextos e razões que tornaram este um dos dias mais importantes dos calendários ocidentais ao longo da história, mesmo que para isso tenham variado os motivos dos festejos - conforme as necessidades e vontades políticas, religiosas, ou até mesmo económicas.
Inicialmente, o dia 25 de Dezembro era uma festa pagã, entre muitas outras que aconteciam ao longo de todo o ano, um pouco por todo o Mediterrâneo. No entanto, em 274 d.C. foi institucionalizado pelos Romanos que o dia 25 de Dezembro seria dedicado ao culto do Sol (Invictus Dominus Imperii Romani) e as suas celebrações financiadas por conquistas militares. Esta foi uma forma engenhosa de agregar festividades e cultos diferentes, condensando-os num só dia e associando-os ao Imperador - que seria a entidade representante dessas divindades na Terra. Isto teria uma função mais política que religiosa, pois nesta época o Império começava a entrar em declínio e fragmentação, o que  despoletou a necessidade de fomentar a união interna - cultural, política e religiosa -, de modo a tornar o Império mais homogéneo  e estável, tal como fortalecer a figura de um imperador incontestável.
Posteriormente, quando o cristianismo foi elevado a religião oficial do Império, este dia de festejos - que detinha uma grande popularidade na altura - foi convertido no dia do nascimento do novo Deus. A transição é menos radical se pensarmos já nas características "proto-monoteistas" do anterior culto do sol.
Posteriormente, na época pós-industrial, com o capitalismo bem instalado e assumindo-se o consumismo como um movimento sociocultural próprio, criaram-se personagens como o Pai Natal e instituiu-se a troca de presentes como um hábito social. Hoje em dia estas influências continuam a fazer-se sentir, talvez até mais que nunca. No entanto, há quem se ponha à margem das influências mais materialistas e consiga fazer desta data um dia dedicado à família e amigos, tal como a acções de voluntariado e solidariedade.
Em jeito de conclusão, ao longo da história este dia foi, tendencialmente, utilizado pelo "Poder Instituído", segundo seus valores e ideais, em favor dos seus desígnios e vontades. Contudo, a sociedade mudou, os poderes instituídos também, mas o dia 25 de Dezembro manteve-se sempre como um dos dias mais importantes do nosso calendário.

Resta saber a que será dedicado no futuro este dia?
Espero que cada vez mais ao social e menos à economia.

Texto inspirado no original do blogue A Busca pela Sabedoria disponível em: http://abuscapelasabedoria.blogspot.com/2009/12/25-de-dezembro-de-2009-um-dia-muito.html

(Texto publicado no Diário de Leiria em 23 de Dezembro de 2010)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Carta aberta aos candidatos à Presidência da República

Exmo. Sr. Candidato à Presidência da República

Chegou a altura de enfrentar, debater, e procurar soluções para os preocupantes níveis de corrupção que se sentem e registam em Portugal. A corrupção pelo nosso país é já endémica: é transversal a toda a sociedade e, mais preocupante ainda, é quase um fenómeno cultural, um modo de viver e dos indivíduos se expressarem socialmente. Por isso, está na altura de passar das palavras às acções e de se tomarem medidas concretas de combate à corrupção, exigindo-se ao poder político que estude e crie medidas de combate eficazes.

Em Outubro de 2010 foi lançada uma petição online intitulada «Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação». Assim, em nome dos cidadãos que têm apoiado esta iniciativa e como promotor da mesma, venho por este meio apresenta-la, dando-a a conhecer aos candidatos às eleições Presidenciais de 2011, de modo a que a possam conhecer e integrar o tema na agenda política.
Está na altura de se assumir e combater com energia e convicção a corrupção – a pequena e a grande – através da educação, transparência, fiscalização e de uma justiça célere, eficaz e capaz de actuar perante este tipo de casos.
Esta petição centra-se na necessidade de combater o problema da corrupção através da informação, sensibilização, prevenção e educação, do despertar da consciência ética dos portugueses, não porque seja esta a única via para a combater, mas porque é aquela que parece ter sido esquecida e que permitirá uma verdadeira mudança de atitudes. As propostas contidas na petição visam três grupos alvo (de modo a tentar abranger toda a sociedade portuguesa), sendo que para cada um deles se apresentam propostas base orientativas e de cariz generalista, que se pretende que seja posteriormente contextualizadas, discutidas e analisadas tecnicamente. Os três grupos em causa, nos quais se pretende intervir através da informação e consciencialização, são: estudantes que frequentem a escolaridade obrigatória; estudantes do ensino superior; e, população em geral.
Assim, considerando a figura do Presidente da República, que deve ser supra-partidária e conciliadora, ninguém seria mais adequado para trazer este assunto para a discussão pública e para despertar as várias forças políticas, tal como toda a sociedade civil, para a necessidade de combater este flagelo nacional que é a corrupção.

Então, para conhecimento de todas as candidaturas à Presidência da República, a morada onde está alojada a petição «Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação» é a seguinte:  http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N3298).

Grato pela atenção dispensada, um sincero obrigado em nome das gerações futuras!
Os melhores cumprimentos

Micael Sousa

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Semana Académica de Leiria: Leirienses vs. Estudantes

As novas regras para a Semana Académica de Leiria vêm mais uma vez evidenciar o conflito, e a incompreensão mútua, entre estudantes do Ensino Superior e Habitantes da Cidade de Leiria – representados pela CML. A única forma de resolver as divergências, que se vão agudizando, passa pelo diálogo, pela abertura de espírito e pela capacidade de cada “um” se colocar no lugar do “outro”. Havendo essa capacidade será mais de meio caminho andado para uma solução que respeite e sirva os Leirienses, onde se incluem os Estudantes. Aqui não se trata de ver quem é o dono da razão, pois todos têm o seu quinhão: os Leirienses por serem incomodados até horas impróprias e assistirem a comportamentos pouco dignos e distúrbios causados por alguns estudantes; os Estudantes por fazerem parte da sociedade leiriense e com isso terem direito às suas festividades e comemorações – nem que seja pelo contributo cultural e económico que dão à cidade.
A proposta que faz a C. M. de Leiria parece-me ser um bom princípio para se chegar a uma solução pragmática para o problema. No entanto, o horário de encerramento poderia ser um pouco mais alargado, mas somente se isso se conseguisse cumprir à risca. Todos sabemos como é difícil respeitar horários em Portugal – algo bem mais complicado que chegar a um consenso.
Assim, antes de recorrer a críticas com base em generalizações e preconceitos, há que reflectir sobre os efeitos que cada posição tem no agudizar deste dispensável confronto. Aqui penso que os estudantes podem dar o exemplo e demonstrar na prática o que significa ser detentor de uma educação superior.

(Texto publicado no Região de Leiria em 3 de Dezembro de 2010)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quando os informam, os Portugueses respondem com solidariedade e pro-actividade!

Tenho plena consciência que iniciativas como as do Banco Alimentar não resolvem o problema da fome nem erradicam a pobreza. Isso só será possível através de sólidas e fortes políticas sociais. Enquanto políticos e a própria sociedade civil não conseguem, separadamente ou em conjunto, erradicar, ou pelo menos fazer diminuir, a desigualdade e a pobreza, penso ser nosso dever ético “alimentar esta ideia” e deixar de parte as críticas ideológicas - esse potencial e vontade política é útil, mas tem de ser canalizando para encontrar verdadeiras soluções políticas para o problema e não para criticar quem, através do seu esforço, vai ajudando quem mais precisa a suprir as necessidades do dia-a-dia.
 Apesar de ser já repetente, há pelo menos 3 anos, nestas andanças do Banco Alimentar, por cada dia e turno de recolha há sempre algo que marca e que fica na memória. Nas 4 horas de um turno de recolha, somos levados a experimentar e reflectir sobre a nossa sociedade, pois observamos e interagimos com muitas e diferentes pessoas num curto espaço de tempo: assistimos a actos de solidariedade ímpares. No passado domingo, passei por mais uma dessas experiências sociais, senti-me tocado e muitas vezes atrapalhado por alguns contactos que ia tendo com as pessoas que interpelávamos ou que vinham até nós. Não porque nos tratarem mal, muito pelo contrário, mas pela extrema generosidade e simpatia que demonstravam, independentemente dos donativos que faziam – pois o mais importante é cada um contribuir com o que entende e pode. Mas neste Novembro presenciei um caso muito pouco comum, o de um casal que, com o seu donativo, nos deixou de tal maneira espantados e atrapalhados que nem soubemos agradecer e demonstrar a nossa admiração pelo seu acto. Esse mesmo casal deixou um carrinho de compras cheio com donativo, completamente a abarrotar. Gostaria de poder agradecer a estes anónimos benfeitores de Leiria em nome de todas as pessoas que, sem as conhecer e serem conhecidos, vão ajudar.
Apesar das minhas sensações e experiências não poderem ser vistas como estatísticas, neste ano diria que, para o mesmo local e para o mesmo horário, conseguiu-se recolher mais donativos. E, notamos também que muitos Leirienses se deslocavam à superfície comercial em causa propositadamente para contribuir para o Banco Alimentar.
Ou seja, em plena “crise” os portugueses, e mais concretamente os leirienses, mostram-se preocupados com o bem-estar dos seus concidadãos, demonstram solidariedade para com o próximo e provam que, quando estimulados, os portugueses são capazes de uma grande empatia e solidariedade social. No meu entender, isto deve-se muito à acção dos Media, da divulgação do agudizar da crise e das dificuldades que vai passando o país. Assim se demonstra o poder que os meios de comunicação podem ter e que, quando conscientes e informados, os portugueses marcam presença e respondem de um modo pró-activo.
 
Então, que tal aplicar este potencial de mobilização para outras causas?

(texto publicado no Diário de Leiria em 2 de Dezembro de 2010 e no Jornal de Leiria em 16 de Dezembro de 2010)
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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