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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Do IGNITE Portugal para o IGNITE Leiria – Uma oportunidade cívica informal

Quando soube que o evento IGNITE se fazia já por Lisboa não pude deixar de querer participar nessa oportunidade única. Mais do que simplesmente partilhar algo que me parecia ser inovador, do ponto de vista social, vi também a oportunidade de ser inspirado e alargar horizontes pelas partilhas dos demais participantes. O IGNITE era uma verdadeira oportunidade de fazer cidadania ativa, pois, ao contrário de muitas outras conferências, a informalidade do evento permitia a qualquer pessoa os seus 5 minutos de atenção, minutos esses que posteriormente passariam a estar disponíveis no Youtube, em forma de vídeo devidamente editado, para todo o mundo poder ver e conhecer. Motivado pela possibilidade da partilha, inspirado pela causa que me parecia civicamente importante, tentei esquecer medos e faltas de à-vontade em falar em público. Esses receios tinham de ser secundarizados, todas essas inseguranças eram insignificantes perante o potencial do evento.


Alguns dias depois de submeter a candidatura para um “talk” – que é como quem diz uma “intervenção” - no 10º IGNITE Portugal, evento de 2011, recebi a confirmação que tinha sido aceite. O nervosismo cresceu e a angústia com ele: a responsabilidade e exposição da situação em causa seriam grandes. Tentando não pensar muito nisso, lá fiz a minha apresentação de 20 slides para passarem automaticamente nos 5 minutos que dispunha, o tempo que todos os oradores teriam (nem mais nem menos). No dia em causa, sempre nervoso, lá fui rumo a Lisboa. No evento, a informalidade e ambiente otimista, divertido e descontraído, repleto de mentes abertas, permitiu facilmente conhecer muitas pessoas, os seus projetos e ideias. À medida que o tempo de fazer o “talk” se aproximava crescia também em mim a ansiedade. Lembro-me de, imediatamente antes de subir ao palco, as minhas mãos gelarem, que o diga a minha esposa. Apesar disso subi para as paletes, pois o palco era mesmo feito de paletes - um sinal de informalidade e irreverência. Fiz o meu ”talk”, transparecendo grande nervosismo. Lá tentei apresentar, na essência, as prerrogativas daquilo a que me propunha: a possibilidade de combater a corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação. Com sucesso ou não, fiquei de consciência tranquila! O exercício da participação cívica, ainda que informalmente, é sempre gratificante! Todos deveriam experimentar!
Descido da palete, aliviado e de missão cumprida, senti que um IGNITE em Leiria fazia também todo o sentido. Mais pessoas por Leiria partilhavam da mesma ideia, ou ainda mais, e queriam concretizar o acender de consciências e o libertar novas ideias na cidade do Lis. Assim, duas associações que marcam a vida cívica e cultural de Leiria abraçaram e assumiram esse desafio: a Associação Fazer Avançar e a Célula & Membrana - Associação/a9)))). Então, com o primeiro IGNITE Leiria (o 23º Nacional), a realizar dia 19 de Maio de 2012 no mi|mo, haverá por Leiria, ao jeito de cada um e cada uma, a oportunidade de fazer intervenção e partilha cívica, quer seja falando de cima da palete quer em discurso direto nas conversas informais e animadas, sempre associadas a estes eventos!


domingo, 11 de março de 2012

Tertúlia na Arquivo em Leiria com Elísio Estanque sobre livro "Classe Média: Ascensão e Declínio"

Quarta-feira dia 7 foi um dia animado, quer profissionalmente quer civicamente, mas lembro acima de tudo uma das cívicas, que foi imensamente agradável e ao mesmo tempo permitiu adquirir novos conhecimentos. Nesse dia fui incumbido de moderar a apresentação de uma recente obra publicada pela Fundação Francismo Manuel dos Santos. A obra em causa foi “Classe Média: ascensão e declínio” da autoria do sociólogo Elísio Estanque, numa iniciativa da Arquivo, ADLEI, e Jornal de Leiria que trouxe o autor à cidade de Leiria e ao espaço da livraria da parceria. Dessa apresentação participou também o antropólogo Ricardo Vieira que comentando a obra abriu caminho para a apresentação do autor.

Elísio Estanque conseguiu em cerca de uma hora tratar e aflorar, de um modo sintético, os principais conteúdos do seu livro. A obra divide-se claramente em duas partes distintas. A primeira trata da fundamentação sociológica e história daquilo que se foi considerando como a “classe média”, e das próprias teorias que a analisaram e estudaram. No fundo esse é o enquadramento que ajuda a compreender esse fenómeno social, mas que também aborda e explicava o próprio conceito de mobilidade social e grande parte das suas implicações. A Segunda parte do livro trata mais concretamente o caso português e a sua característica Classe Média, o seu nascimento, ascensão e situação atual.
Salientava algumas informações e dados avulsos que sublinhei e recordei da prévia leitura da obra e da própria sessão de apresentação do autor e suas palavras em direto:
• A classe Média é uma classe de limites indefinidos
• A definição de classe vive atualmente muito dos padrões de consumo, no entanto é muito mais que isso.
• A igualdade de oportunidades absoluta não existe em lugar algum do mundo e dificilmente existirá, pois os fatores que a influenciam são muitos, no entanto pode tentar ser alcançada.
• A classe Média tem servido como um amortecedor para os conflitos sociais provenientes das tensões e desigualdades sociais.
• A ascensão e mobilidade social viveram muito do reforço do ensino.
• A ascensão social continua a ser possível, mas provavelmente não será tão evidente como se supunha ou se esperava que fosse.
• Alguma da fragilidade da classe Média portuguesa relaciona-se, ao nível das atividades produtivas e ocupacionais, com o salto abrupto de uma sociedade maioritariamente rural para uma de Serviços, sem um passo intermédio de forte industrialização, que a ajudasse a fortalecer e suster.
• A sociedade portuguesa é caracterizada por baixos níveis de individualismo e fortes vínculos sociais que impedem a autonomia e o associativismo positivo.
Como moderador não podia deixar passar a oportunidade de colocar algumas questões ao autor, entre elas:
• Qual a necessidade de nestes tempos de crise, que vão muito mais para além da crise economia, haver ou termos todos mais “lições de sociologia”.
• Se o acesso à educação, especialmente à superior, se esgotou como modo de ascensão social.
A resposta de Elísio Estanque foi muito mais rica e interessante do que me é possível aqui transcrever por palavras próprias, mas arrisco-me a resumi-la nas seguintes palavras :
• Sem dúvida que precisamos de “utilizar” mais dos conhecimentos da sociologia na construção social contemporânea;
• A ascensão social contemporânea via ensino está longe de ser um dado adquirido, no entanto os indivíduos mais bem formados terão sempre maiores probabilidades de ascender socialmente.

Depois foi a vez do público poder entrar em ação com intervenções e questões. Acabou por se falar da situação social e económica atual, dos responsáveis políticos, dos partidos e muito sobre educação como estratégia de desenvolvimento para o país.
Lembro-me das palavras de Elísio Estanque que referiu: ter havido descoordenação nas estratégias de ensino nacionais e que o atual sistema partidário precisa urgentemente de reformas, de que os jovens procuram cada vez mais intervir fora dos partidos - quer por desconhecimento quer por os considerarem incapazes de responder aos seus problemas e anseios.
A conversa fluiu durante quase 2 horas num agradável prazer de partilha e aquisição de saberes e opiniões em grupo, com um alguém de vulto e saber incontestável a guiar o processo. Falo é claro do professor Elísio Estanque.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Um vislumbre da sapiência de Mário Soares pelo IPL

Dia 17 de Novembro de 2012, em mais uma Sessão Solene de Início de Ano lectivo no Instituto Politécnico de Leiria, houve tudo aquilo que esperávamos: discursos, entrega de diplomas, homenagens e música. Mas a edição deste ano contou também com uma lição especial, algo a que os organizadores chamaram de: "lição de sapiência". Tendo em conta o professor desta aula, muitos serão os que concordarão mas haverá sempre quem discorde de como foi apelidada o espaço destinado à intervenção do ilustre convidado, ou não fosse o orador sapiente o Dr. Mário Soares.
Mário Soares abordou a temática Europeia, tratou temas relacionados com a União Europeia, a Política Europeia e o Euro. Não se esperava outra coisa quando o pilar de orgulho da UE que é o Euro está actualmente sob ameaça, em risco de tombar, e com ele os próprios alicerces da própria União dos 27.
As palavras de Soares foram de crítica ao modo como tem sido conduzida recentemente a UE. Apesar disso tentou passar uma mensagem mais positiva: de que com outro tipo de liderança e reunir de esforços comuns esta actual crise facilmente seria facilmente ultrapassada. O nosso antigo Presidente reforçou e relembrou ao público aquilo que de bom distingue a Europa dos demais continentes: as suas conquistas culturais, humanistas, cientificas e a qualidade de vida generalizada que têm os europeus.

Houve tempo para responder a algumas perguntas do público. Não pude deixar de tentar obter mais saber do principal orador da tarde. Perguntei qualquer coisa do género: Em que medida mudou a mentalidade dos governantes e dirigentes da UE desde a altura em que aderimos e foi Presidente de Portugal para os dias de hoje?
Soares, com a sua natural simpatia e bom humor de quem partilhava uma sua opinião – numa altura da sua vida que poucos duvidam de ser franca – quase informal, diz mais ou menos isto: sabe, na altura, antigamente nos anos 80, a UE era governada por verdadeiros socialistas, até por democratas cristãos, com sentido de estado, que não se limitavam a desumanidade de um capitalista neoliberal que só olha a dinheiro e esquece as pessoas

Confesso que gostei da resposta, embora desgoste do seu significado e das implicações que traz: a realidade que estamos a viver neste momento e as maiores dificuldades que se especula que virão de futuro!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O primeiro livro, a primeira participação enquanto autor

Não posso deixar de assinalar e registar o momento em que fui, pela primeira vez, participante como autor numa publicação de um livro em papel. Não se trata de nenhum romance, de numa ficção nem sequer de nenhuma publicação técnica ligada às minhas áreas de formação, nem mesmo algo de tendência política. Então que mais restaria ou poderia ser? Bem, a resposta é simples para quem me conheça e saiba por que causas que me tenho batido ultimamente. Sim, o livro no qual fui um dos muitos autores vem a propósito do Movimento Anti-Corrupção. Mesmo sendo uma surpresa, mais surpreendente e a publicação nem sequer ser portuguesa - que por si só é curioso e resultou de um desenrolar de acontecimentos ainda menos previsíveis.


Lá para o início do ano, para grande, mas mesmo grande, surpresa o blogue do Movimento Anti-Corrupção foi seleccionado pelo concurso internacional de blogues The BOBs do jornal alemão The Deutsche Welle para a final na categoria de "melhor campanha de activismo social", tendo sido o único nomeado português. A propósito dessa nomeação saiu uma pequena notícia no El País sobre os nomeados, sendo que incluíram o blogue do Movimento. Foi provavelmente devido a essa publicação que a ONG sediada em Madrid Cibervoluntários teve conhecimento do Movimento Anti-Corrupção, de como esse movimento pretendia reforçar e capacitar os cidadãos, através da informação e cidadania para o reforço ético e transparência, de modo a combater a corrupção. A ONG convidou-me, enquanto criador do Movimento, a fazer um texto com cerca de 12.000 caracteres sobre o potencial das TIC na capacitação dos cidadãos, e de como isso poderia ser utilizado para combater a corrupção. Assim, foi criado o texto "As Tecnologias de Informação e Comunicação no Combate à Corrupção por parte dos Cidadãos" especificamente para  a publicação anual, na forma de livro e pdf, intitulada "Innovación para el empoderamiento CIUDADANO a través de las TIC". Esta edição, que conta com textos de autores de vários países que escrevem em várias línguas - espanhol, inglês e, no meu caso, em português - encontra-se disponível para download gratuito no site da ONG em: http://www.empodera.org/pdf/libro.pdf.

Não posso esconder que ver o livro e o texto (a partir da página 145) em papel ao vivo me deixou muito contente, pois, mesmo sendo responsável por uma pequena parte desta publicação, nunca pensei sequer escrever uma frase para um livro.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma experiência no concurso "Região com Futuro" 2011

No passado dia 8 de Junho deu-se a entrega dos prémios "Região com futuro", iniciativa da ADLEI e do IPL, que tinham como objectivo distinguir os melhores trabalhos de alunos do 12º e 3ªano do ensino profissional do distrito de Leiria e Concelho de Ourém. A cerimónia decorreu no auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Leiria. Ao todo concorreram 37 projectos, muitas escolas, alunos e professores.
 Na edição deste ano, que por sinal até é a última que se fará deste concurso porque a disciplina de "área de projecto" vai ser, infelizmente, retirada dos programas escolares, tive a honra de fazer parte do júri que avaliou os trabalhos.
Confesso que fiquei surpreendido, pela positiva, com a qualidade, conteúdos e estruturas, dos trabalhos. Cheguei mesmo a aprender, cheguei mesmo a aprender coisas relacionadas com a minha própria formação académica - surpresa total, confesso. Foi um prazer ler os trabalhos! Mais difícil foi avalia-los e escolher um vencedor, não podiam vencer todos. Aliás, em parte todos venceram, pois terem participado foi já um prémio ganho para estes alunos. Através dos trabalhos que realizaram ganharam novas competências, novos conhecimentos e despertaram interesse por áreas que nem sempre constam dos planos curriculares formais, especialmente no que se relaciona com a solidariedade e cidadania activa. Apesar dos trabalhos estarem, regra geral muito bons, foi consensual a atribuição dos primeiros 3 lugares e restantes 3 menções honrosas.
 Tal como tive depois oportunidade de dizer durante a cerimónia, professores e alunos estavam de parabéns, pois deram verdadeiras lições de técnica, solidariedade e cidadania activa. Fiz questão de reforçar, por acredito efectivamente no que disse, que estes alunos tinham todas as condições para aceder ao ensino superior e que tinham provadas dadas de verdadeira e responsável cidadania, eram cidadãos feitos!

Parabéns a todos os envolvidos. Parabéns especialmente à Dra. Anabela Graça, presidente da ADLEI, pois sem a sua energia e dedicação isto não teria sido possível!

domingo, 12 de junho de 2011

Participaçação das Jornadas de Engenharia Civil 2011 da ESTG-IPL

No passado dia 9 de Junho tive a oportunidade de participar em algo que nunca pensei aquando dos meus anos de estudante de engenharia civil. Nunca pensei um dia ser eu um dos oradores das Jornadas de Engenharia Civil. Pois é, mas o improvável aconteceu e neste ano de 2011 coube-me a mim o papel de ser o orador com a missão de transmitir a perspectiva de um antigo aluno do curso e de alguém que, depois de concluir a licenciatura, trabalha na área e até continuou a estudar.

Entre os oradores desta edição das Jornadas Pedagógicas de Engenharia Civil  de 2011 da Escola Superior de Tecnologia de Gestão de Leiria estavam: Luís Távora, Director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, para a sessão de abertura; Paulo Fernandes, coordenador do Mestrado de Construções Civil, também para a sessão de abertura e introdução dos oradores;  Sandra Alves, dos Serviços de Apoio ao Estudante (SAPE), com o tema "Estudar com Sucesso no Ensino Superior"; eu próprio, como antigo aluno, actual engenheiro em actividade e estudante de mestrado, com o tema "De Estudante a Engenheiro, que sempre vai estudar"; Filipe Marques, administrador da MOMSTEEL, com o tema "O Ensino e as Empresas: A Experiência da MOMSTEEL com o Curso de Engenharia Civil, na Área de Estruturas Metálicas"; António Mota, Presidente do Grupo Mota - Engil, com o tema "Os Caminhos da Internacionalização"; Cristina Machado, Presidente Nacional do Colégio de Engenharia Civil, com o tema "A Ordem dos Engenheiros como entidade reguladora da actividade de Engenharia"; Luísa Gonçalves, coordenadora da Licenciatura em Engenharia Civil, para o encerramento das Jornadas com um resumo das intervenções.

Confesso que estava nervoso, mas também altamente motivado por poder transmitir alguma da minha experiência. Tal responsabilidade obrigou-me ao planear do acto. Para tal tentei centrar-me nas minhas vivências, enquanto aluno e profissional da área, de modo a ilustrar o que pretendia transmitir; tentei também que a apresentação e intervenção fosse informal e decorressem num tom de proximidade com o público - neste casos maioritariamente alunos e professores de engenharia civil.
 Deixo então aqui um breve resumo do que quis e tentei transmitir:
Sem motivação, foco e gosto não se consegue sucesso académico, é preciso querer realmente ter o curso que se estuda; o curso de engenharia civil é trabalhoso, é preciso gerir tarefas (ou o tempo se preferirem), é preciso saber optar e priorizar trabalho e estudo; todas as cadeiras são importantes, não houve uma única que não me tenha sido útil até gora; todos os apontamentos e informação que se recolhe é valiosíssima, há que guarda-la pois será de extrema importância aquando da entrada no mercado de trabalho; há que aproveitar todo o apoio que colegas e docentes podem prestar, especialmente as horários dos docentes para esclarecer dúvidas; é importante passar aprendendo porque é certo que esses saberes serão necessários depois em exercício de funções de engenharia; quem sai com um curso superior está apto a aprender; é necessário humildade, especialmente para aprender com os mais experientes, independentemente das suas formações; necessidade de trabalhar em equipa, da multicisciplinariedade; necessidade de constante formação e aprendizagem; importância de ser membro das ordens profissionais; o facto dos alunos de engenharia da ESTG estarem tão bem preparados como os restantes de outras escolas, provando-o o sucesso nos antigos exames de admissão à Ordem dos Engenheiros - quando fiz exame todas as perguntas se adequavam à matéria leccionada em Leiria nos cursos de 5 anos; importância da ética e deontologia na profissão; as oportunidade diversificadas de formação de Bolonha; o papel dos engenheiros na sociedade civil, de como os seus conhecimentos são essenciais e necessários à vida pública e cidadania activa; é missão do engenheiro ser um Cidadãos com "C" grande; etc...

Esta foi uma experiência muito gratificante e não me importava, sinceramente, de a repetir, mas importa é que os novos alunos conhecer novas experiências e as minhas agora são coisa do passado. Gostei imenso de ter podido interagir com os novos estudantes de engenharia civil - que até me colocaram questões no intervalo -, gostei de voltar a ver os rostos dos meus antigos professores. Gostei das palavras amistosas que troquei no intervalo e no final da conferência. 
Gostei de facto! Por isso só posso agradecer o convite à professora Luísa Gonçalves e ao professor Paulo Fernandes.

Espero ter estado à altura do evento, do curso e da plateia.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma lufada de ar fresco na campanha para as legislativas 2011 em Leiria

Vezes sem conta se diz que nas campanhas se faz de tudo menos política, que os ambientes de festa e festim acabam por esvaziar os conteúdos políticos e programáticos que deveriam nortear esses actos propagandísticos - aqui o termo no bom sentido. Mais grave que isso, muitas vezes nas campanhas o espaço dado aos cidadãos para que se façam ouvir e possam intervir, no sentido de se esclarecerem e influenciarem as políticas e candidatos, é quase inexistente
 Falando agora de um caso muito concreto, e muito local também, a Juventude Socialista da Concelhia de Leiria quis marcar, e marcou efectivamente, a diferença na sua cidade. Para tal, num conhecido bar local - no Alinhavar - a JS organizou um serão dedicado ao debate entre candidatos do PS pelo círculo eleitoral de Leiria e todos os cidadãos que se quiseram dirigir àquele bar e participar. A iniciativa teve por nome "Leiria Questiona, Leiria Responde - Deputados à Prova". A casa, neste caso o bar, esteve composta e as perguntas e respostas fluíram natural e livremente. Provavelmente não estiveram ainda mais pessoas porque era noite de "Liga dos Campeões", de festa no Castelo e de uma chuva que convidava a ficar em casa.

Mas será que muitos não compareceram também porque desconfiam de tudo o que esteja relacionado com política e partidos? É bem provável esta última opção, e é por ser uma possibilidade plausível que partidos e movimentos políticos devem parar para reflectir. Quanto a mim não devem parar de fazer iniciativas desta natureza, muito pelo contrário. Devem sim continuar a apostar nestes formatos. Devem continuar a ouvir e dar voz aos cidadãos. Devem demonstrar que cada opinião interessa, e que são as maiorias cívicas que importaram e devem orientar as políticas dos políticos, tendo, obviamente, sempre em conta as matrizes ideológicas de cada estrutura partidária.

Mas cabe também aos próprios cidadãos a responsabilidade, pelo menos se disso alguma vez foram informados, de concretizar esta nossa democracia, que se quer participativa, por todos os modos e meios que lhes são facultados.

(Notícia publicada no Diário de Leiria em 3 de Junho de 2011 e no Jornal de Leiria em 11 de Junho de 2011 )

Nota: o resumo das principais perguntas e respostas podem ser consultadas em http://js-concelhialeiria.org/index.php

domingo, 17 de abril de 2011

Uma visão pessoal sobre a participação no XVII congresso do Partido Socialista

A pedido de várias pessoas que souberam da minha participação no XVII Congresso do Partido Socialista, que decorreu nos passados dias 8,9 e 10 de Abril, em Matosinhos, venho deixar aqui algumas palavras sobre o que foi para mim esta nova experiência.
Começo por dizer que foi muito positiva a ida ao dito congresso, até porque foi a primeira vez que participei em tal evento e num encontro com tantos socialistas e de geografias tão distintas. A multidão socialista impressionou, tal como as legiões de jornalistas presentes e toda a sua parafernália de meios - na ânsia de uma boa reportagem ou filmagem. A actividade foi muita, dentro e fora do plenário.
 Mais do que um acontecimento para fazer votações, criaram-se as condições para conhecer e conversar com novos militantes, conhecer novos - ou pelo menos até então não tão conhecidos - militantes, tendências e correntes, opiniões e movimentos.

Com mais de 1700 delegados conjecturava-se um infindável rol de intervenções, e como a grande maioria dos delegados (97%) fora eleita pela lista do actual secretário geral não seria de esperar muitas vozes de divergência. Foram muitas as intervenções, umas melhores que outras. Umas mais ricas ou outras mais pobres e redundantes - mas mesmo com essas pode-se sempre aprender algo. Honestamente, e falo por mim, foi difícil ouvir com a devida atenção tantas e tantos camaradas de enfiada - a um determinado momento havia cerca de 150 inscrições! Esta incapacidade provavelmente é defeito meu, pois o que me desperta sempre mais interesse são os conteúdos e ideias e não as caras e dotes de oratória. Se soubesse à partida quais os assuntos tratados nas várias intervenções talvez fosse mais fácil redireccionar o foco e atenção, mas compreendo que isso seria de difícil execução e que até poderia, de algum modo, ser antidemocrático. Mesmo assim, preferia que tivesse sido dado prioridade à apresentação das várias moções sectoriais e só depois às intervenções em nome individual. Devido ao excesso de camaradas que queriam usar da palavra em seu nome pessoal - independentemente do seu intuito - as moções sectoriais acabaram por ficar para segundo plano... Fiquei com pena, pois era essa uma das minhas principais motivações - até porque algumas dessas moções eram muito interessantes. Espero que de futuro o modus operandi se possa readaptar no sentido de dar mais preponderâncias às moções sectoriais.

Das muitas intervenções que assisti, in loco ou via audiovisuais mais tecnológicos, destaco a da camarada Ana Gomes, pois, adoptando uma visão alargada da nossa realidade nacional, referiu aspectos positivos e negativos dos últimos anos de governação PS, salientando que devem continuar os bons exemplos e corrigir aprendendo com os maus - numa clara crítica construtiva e optimista de que é necessário melhorar sempre com humildade -, mas que, sem dúvida, o PS é a melhor opção de governação para o país. Não posso concordar mais com a nossa eurodeputada.

Na altura da votação de braço no ar posso dizer que me senti quase uma minúscula ilha num mar sereno e calmo. Apesar disso, quando a democracia reina e existe para dar variedade e diversidade de opções e ideias, o resultado é sempre enriquecedor. foi esse todo o propósito da minha participação neste processo de eleição e ida ao congresso. Prova de grande maturidade democrática foi o clima de fraternidade entre os delegados eleitos por Leiria, mesmo que nem todos tenham sido eleitos pela mesma lista. No fundo, somos todos camaradas por alguma razão - valores e matriz ideológica semelhante, tal como o no partilhar do mesmo objectivo final que é o bem comum.
 Não me posso esquecer também do convívio com os camaradas mais jovens da JS e da "Socialist Party", em que podemos lembrar que afinal de contas até era fim de semana e havia um sábado à noite pelo meio dos trabalhos.

Em suma, valeu a pena o pequeno investimentos de tempo e dinheiro que tive de fazer - pois estas coisas da política têm os seus custos - para ir a este XVII congresso nacional. Mais uma experiência, mais uma oportunidade de aprender e mais conhecer.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

10ºIgnite Portugal - uma experiência por uma causa nobre e para recordar

Depois de ter feito um texto mais formal, para o blogue Movimento ANTI-Corrupção, de como foi a participação no 10º IGNITE PORTUGAL no passado dia 12 de Fevereiro em Lisboa, não posso evitar transmitir e deixar aqui um registo mais emotivo e pessoal.
Confesso que me inscrevi para "speaker" no evento, a convite do João Nogueira Santos, com algum receio. Mas, ao mesmo tempo, também com entusiasmo e vontade de experimentar esta nova prova, até porque o faria em nome de uma causa que me parece nobre, importante e merecedora de me sujeitar a este tipo de exposição e stress - a necessidade de apelar ao combate, com todos os meios, especialmente os mais alternativos, à corrupção em Portugal. Primeiro não foi muito fácil sintetizar a informação relativa ao Movimento ANTI-Corrupção e à Petição Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação  em apenas 20 slides de Powerpoint, e muito menos quando esses mesmo slides deveriam passar automaticamente de 15 em 15 segundos, perfazendo um total de 5 minutos de intervenção. Por isso, tive de resumir e comprimir, descodificar e simplificar a mensagem que tem sido trabalhada nos últimos meses acerca destas iniciativas. Limitei-me a: referir alguns dados estatísticos e opiniões de especialistas sobre o tema da corrupção em Portugal; transparecer algumas possíveis explicações para a existência de corrupção em Portugal e de algumas possíveis soluções para o problema; focar a necessidade de combater a corrupção através da educação e da informação;  apresentar a Petição e o próprio Movimento; apelar à consciencialização, para que cada um pense nestes problemas e analise o seu papel - directa e indirecta - na manutenção e persistência da corrupção no nosso país.

Tendo feito a viagem cheguei ao local, almocei com amigos que me acompanharam até ao local do evento - LxFactory. O ambiente onde aconteceu o 10ºIGNITE foi perfeito, era um ambiente descontraído, até quase mesmo "underground". Era a moldura ideal para um dia dedicado à transmissão de ideias inovadoras, capazes de provocar uma ignição intelectual!
Logo na entrada pudemos escolher autocolantes, com diferentes opções de moldura que indicavam as nossas motivações para o evento (algumas opções eram: estou aqui para aprender; estou aqui para inspirar; estou aqui pela cerveja; etc.) e serviam para nos identificar. Uma das regras era tratar todos os participantes por "Tu", independentemente de quem fossem. Havia, no interior do antigo armazém industrial onde se davam as apresentações, que iam acontecendo em painéis temáticos, bancos e bancadas para todos. Os moderadores animavam e ajudavam à festa, o formalismo era coisa a reprimir e os comentários bem-humorados imperavam. As apresentações davam-se em cima de pelo menos duas paletes. Para além das paletes e das centenas de olhos curiosos que fitavam todos os oradores, ou neste caso "speakers", havia um computador e um microfone! Ao fundo da sala todos os "speakers" eram filmados por câmaras dispostas para o efeito e desenhados em forma de cartoon por uma casal de artistas. Durante os intervalos, que aqui eram chamados de "beer-breaks", até porque havia mesmo cerveja disponível para matar a sede, entre outras bebidas, actuavam também músicos e os participantes enveredavam pelo debate informal enquanto bebiam aquilo que mais lhes apetecia. Havia bancas com livros e outros afins.
Toda esta agitação fez o tempo avançar até que chegou a minha vez. Antes de mim falou o João Nogueira Santos sobre a necessidade e importância da participação dos cidadãos participarem nos partidos para melhorar o estado da política e consequentemente do nação, pois era o primeiro orador e cabeça de cartaz do painel de cidadania onde se inseriria a minha intervenção. Tenho de agradecer novamente ao João porque me facilitou  a vida apresentando informalmente, na sua intervenção, o Movimento ANTI-Corrupção.  Quando me levantei e comecei a dirigir ao centro dos focos tinha as mãos geladas. Só aqueceram quando o Miguel Munoz Duarte - organizador e cérebro por de trás do IGNITE em Portugal -, em toda a sua simpatia e boa-disposição, me chamou ao palco, aliás, às paletes. Desejou-me sorte, pois sabia do meu nervosismo, ao que eu lhe respondi - "não estou habituado a estes palcos" -, numa resposta que tentava demonstrar um desajeitado bom humor que alinhava com o dele que era bem mais natural.
Lá fiz a coisa, penso que até nem me engasguei nem hesitei, a voz saiu o melhor possível, apesar da sua fraca qualidade e sonoridade limitada por uma biologia muito própria que é a minha.
O estado de excitação com que acabei, apesar de se calhar nem aparentar, nem me permitiu avaliar os aplausos, se de concordância se de simpatia. Mas pronto, intervenção terminada, missão cumprida!
Agradeci aos amigos que me elogiaram, seguramente muito mais por simpatia do que por outra razão qualquer, e tentei relaxar e aproveitar o resto do evento. Depois do final do último painel temático fomos todos jantar e continuar com a tertúlia volante.
Agradecimento especial pelo cartoon ao Daniel e Carla
Troquei mais umas quantas conversas, tirei uma fotografia ao cartoon que me tinham feito e assisti à prestação, ao estilo de "stand up comedy", de um talentoso humorista que resumiu todo o evento nuns quantos minutos. Com as palavras finais do Miguel, acabou, pelo menos para mim, o 10º IGNITE PORTUGAL.

P.S.: Agradecimento especial à Susana e aos amigos que me acompanharam nesta aventura, à Patrícia, ao Rui, à Tina e ao Bruno.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Conferência-debate com Carvalho da Silva - quando conquistei o meu primeiro moinho

No sábado dia 29 de Janeiro de 2011 senti-me um D. Quixote pois conquistei um gigante e até ganhei o meu moinho. Na localidade de Alqueidão da Serra, numa noite fria lá fora mas passada num auditório aquecido, senti o calor da responsabilidade. Foi ai que tive a minha primeira experiência como moderador numa conferência-debate, e logo com o Doutor Carvalho da Silva - importante sindicalista e investigador académico nacional na área das Ciências Sociais. Mas ao calor da sala, que contrastava - lembro - com o frio da rua, senti também o acréscimo do calor humano. As gentes de Alqueidão da Serra receberam-me com enorme simpatia, apesar de eu ser uma mera figura secundária neste evento. A experiência foi das mais enriquecedoras que já tive, pelo convívio com verdadeiras pessoas de bem e pela partilha dos saberes do Doutor Carvalho da Silva.
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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