domingo, 17 de abril de 2011

Uma visão pessoal sobre a participação no XVII congresso do Partido Socialista

A pedido de várias pessoas que souberam da minha participação no XVII Congresso do Partido Socialista, que decorreu nos passados dias 8,9 e 10 de Abril, em Matosinhos, venho deixar aqui algumas palavras sobre o que foi para mim esta nova experiência.
Começo por dizer que foi muito positiva a ida ao dito congresso, até porque foi a primeira vez que participei em tal evento e num encontro com tantos socialistas e de geografias tão distintas. A multidão socialista impressionou, tal como as legiões de jornalistas presentes e toda a sua parafernália de meios - na ânsia de uma boa reportagem ou filmagem. A actividade foi muita, dentro e fora do plenário.
 Mais do que um acontecimento para fazer votações, criaram-se as condições para conhecer e conversar com novos militantes, conhecer novos - ou pelo menos até então não tão conhecidos - militantes, tendências e correntes, opiniões e movimentos.

Com mais de 1700 delegados conjecturava-se um infindável rol de intervenções, e como a grande maioria dos delegados (97%) fora eleita pela lista do actual secretário geral não seria de esperar muitas vozes de divergência. Foram muitas as intervenções, umas melhores que outras. Umas mais ricas ou outras mais pobres e redundantes - mas mesmo com essas pode-se sempre aprender algo. Honestamente, e falo por mim, foi difícil ouvir com a devida atenção tantas e tantos camaradas de enfiada - a um determinado momento havia cerca de 150 inscrições! Esta incapacidade provavelmente é defeito meu, pois o que me desperta sempre mais interesse são os conteúdos e ideias e não as caras e dotes de oratória. Se soubesse à partida quais os assuntos tratados nas várias intervenções talvez fosse mais fácil redireccionar o foco e atenção, mas compreendo que isso seria de difícil execução e que até poderia, de algum modo, ser antidemocrático. Mesmo assim, preferia que tivesse sido dado prioridade à apresentação das várias moções sectoriais e só depois às intervenções em nome individual. Devido ao excesso de camaradas que queriam usar da palavra em seu nome pessoal - independentemente do seu intuito - as moções sectoriais acabaram por ficar para segundo plano... Fiquei com pena, pois era essa uma das minhas principais motivações - até porque algumas dessas moções eram muito interessantes. Espero que de futuro o modus operandi se possa readaptar no sentido de dar mais preponderâncias às moções sectoriais.

Das muitas intervenções que assisti, in loco ou via audiovisuais mais tecnológicos, destaco a da camarada Ana Gomes, pois, adoptando uma visão alargada da nossa realidade nacional, referiu aspectos positivos e negativos dos últimos anos de governação PS, salientando que devem continuar os bons exemplos e corrigir aprendendo com os maus - numa clara crítica construtiva e optimista de que é necessário melhorar sempre com humildade -, mas que, sem dúvida, o PS é a melhor opção de governação para o país. Não posso concordar mais com a nossa eurodeputada.

Na altura da votação de braço no ar posso dizer que me senti quase uma minúscula ilha num mar sereno e calmo. Apesar disso, quando a democracia reina e existe para dar variedade e diversidade de opções e ideias, o resultado é sempre enriquecedor. foi esse todo o propósito da minha participação neste processo de eleição e ida ao congresso. Prova de grande maturidade democrática foi o clima de fraternidade entre os delegados eleitos por Leiria, mesmo que nem todos tenham sido eleitos pela mesma lista. No fundo, somos todos camaradas por alguma razão - valores e matriz ideológica semelhante, tal como o no partilhar do mesmo objectivo final que é o bem comum.
 Não me posso esquecer também do convívio com os camaradas mais jovens da JS e da "Socialist Party", em que podemos lembrar que afinal de contas até era fim de semana e havia um sábado à noite pelo meio dos trabalhos.

Em suma, valeu a pena o pequeno investimentos de tempo e dinheiro que tive de fazer - pois estas coisas da política têm os seus custos - para ir a este XVII congresso nacional. Mais uma experiência, mais uma oportunidade de aprender e mais conhecer.

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