domingo, 24 de outubro de 2010

Sobre a corrupção e custos das campanhas eleitorais - intervenção no Congresso Distrital do PS Leiria

Gostaria de partilhar um excerto de um texto da autoria de Carlos Jalali – investigador que se tem dedicado a estudar os partidos políticos –, texto que integra a obra ” Corrupção e os Portugueses – Atitudes - Práticas – Valores” e que fala dos efeitos negativos da falta de participação política dos portugueses. 

“Por um lado, este afastamento leva a uma redução do número de militantes, reduzindo as receitas provindas dessa fonte. Por outro lado, aumenta os custos: os partidos não podem recorrer aos seus militantes para as suas campanhas, tendo de recorrer a outras e dispendiosas formas de campanha. Por outro lado, a consequente redução da identificação partidária obriga os partidos a competirem por um mercado eleitoral mais amplo, o que também obriga a maiores gastos.”
Penso que este texto é pertinente por nos permitir reflectir sobre as dificuldades e desafios com que se confrontam hoje os vários partidos políticos – sendo que o nosso não é excepção.
Saliento então a importância da necessidade do Partido Socialista se enriquecer com novos militantes – participativos e com ideias. Evitando que fiquemos dependentes do recurso a campanhas eleitorais cada vez mais dispendiosas devido à falta de mão-de-obra militante e do vazio ideológico.


Acabo a minha intervenção apenas com um exemplo prático de um sucesso em campanha que reforça a tese apresentada: falo do contributo da Juventude Socialista da Concelhia de Leiria para a campanha autárquica de 2009, tendo essa estrutura assegurado muito do trabalho de campanha – permitindo reduzir custos e levar a campanha a mais Leirienses devido à quantidade de militantes que se conseguiu mobilizar para esse efeito.

(texto proferido no congresso da Federação distrital de Leiria do Partido Socialista, excluindo saudações, exortações e agradecimentos)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ponto de vista positivo - mesmo que desfocado

Hoje tenho desculpa para escrever mais atabalhoadamente, pois, estou com alguma dificuldade em acertar com a precisão que se exige nas teclas deste computador. Mas quem me manda a mim ter rasgado já duas vezes a retina, o que me obriga a ter de comparecer, de tempos a tempos, numa consultas de oftalmologia que não podem acontecer sem a devida dilatação da pupila.
Mas certos dias esta maleita até que dá um certo jeito, pois por vezes é preferível ver um pouco mais desfocado e evitar a crueza nítida de algumas realidades. Acima de tudo, é preciso é ter uma visão optimista do mundo - mesmo que por vezes desfocada...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Heterogeneidade e polivalência – o potencial de Leiria

 Quando pensamos em Leiria qual a imagem que formulamos mentalmente? Será a do Castelo?
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Castelo_Leiria_01.jpg
Na verdade não existe nenhuma ideia predominante associada à cidade e sua região. Não por ser uma região vazia ou pobre, mas por ser rica e diversificada, com muitos recursos, valências e polivalências – quase auto-suficiente em muitos aspectos. Em Leiria nenhum sector ou área de actividade se destaca deixando os demais sem expressão, nenhum reina de um modo absoluto e quase todos valem por igual. Em Leiria (concelho e distrito) existe vida em quase todas as actividades produtivas: Arte e Cultura, Turismo, Industria, Agricultura, Ensino e Investigação, e muitas outras. Para alguns isto pode significar uma desvantagem pela falta de especialização que pode originar falta de competitividade. Apesar disso, penso que essa característica pode ser positiva e uma grande oportunidade. Ou seja, para além dos vários recursos humanos e naturais que tem, Leiria é servida de boas acessibilidades e as sinergias económicas, sociais e culturais existem. É esta conjugação, especialmente quando o futuro se apresenta incerto, que reside o potencial único de Leiria. Pois, sendo uma região altamente versátil e heterogénea, mais facilmente poderá superar os desafios de um futuro incerto e em constante mutação. Por isso penso que o verdadeiro desafio para Leiria será apostar na sua diversidade através de políticas de planeamento e investimento equilibradas e distribuídas por todos os sectores e áreas de actividade!

(texto publicado a convite do Diário de Leiria na coluna «Uma ideia para Leiria» em 17 de Outubro de 2010)

domingo, 17 de outubro de 2010

Mineiros no Chile – o poder (útil) dos Media

Sabemos que os Media detêm actualmente um imenso poder, ou não vivêssemos na "Era da informação". Poder esse que, quando é imparcial e objectivo, é um dos bens mais preciosos que se desenvolve e emana das sociedades democráticas.
O recente caso dos Mineiros Chilenos, com todos os infortúnios do acidente e vicissitudes dramáticas que dai advieram, é mais um exemplo do poder que pode ter o mediatismo da informação e como isso pode fazer “mover montanhas” – neste caso “escavar túneis”. De todos os acidentes, desgraças e calamidades infelizmente só aquelas mais divulgadas obtém resposta no momento. Claro que é compreensível que assim seja, pois só se pode actuar perante eventos que desconhecem. Ou seja, no meio do azar e das privações a que foram sujeitos os mineiros chilenos – dificuldades que só eles podem saber - até tiveram alguma sorte, pois a peculiaridade e singularidade do seu infortúnio fez com que o caso se mediatizasse a nível global e assim todos os meios possíveis e imaginários fossem mobilizados para os salvar da sua prisão subterrânea. Aqui a acção dos Media foram preponderantes e, através de um misto de solidariedade e pressão da opinião pública, todos os meios – os existentes e alguns ainda por inventar especialmente para o efeito – se concretizaram sem olhar a custos.
 No entanto, fazendo de "advogado do diabo", que aconteceria a estes mineiros se os Media não tivessem mediatizado o acidente? O que acontece a todas os acidentes, infortúnios e calamidades que ocorrem por todo o mundo onde nem sequer existem estatísticas fidedignas para contabilizar as vítimas? Com que moral se ignora ou recusa ajuda a outra pessoas que sofre por esse mundo fora quando para isso seriam necessários parcos meios?
Todas as atenções estão agora voltadas para o Chile. Povos e nações atendem a esta causa, tal como atenderam a muitas outras que ocorreram longe das suas fronteiras, em outras partes do mundo onde as suas percepções do dia-a-dia dificilmente chegam. Este exemplo demonstra como o acto de informar pode mobilizar a humanidade dos nossos seres para as grandes causas globais. Mas como o mundo é vasto e as nossas forças e capacidade de atenção limitadas temos de ser pragmáticos. Não podemos resolver todos os problemas do mundo, mas pelo menos podemos tentar resolver alguns. Para isso, na nossa aldeia global: contamos com os Media para que nos informem das mais importantes e urgentes calamidades; e que Estados, Organizações e Associações para, através do nosso contributo, possam suavizar e solucionar o melhor que for possível essas eventualidades – uma questão também de deveres e direitos – sem esquecer que essas mesmas instituições têm também o dever de informar objectivamente.

(texto publicado em 15 de Outubro de 2010 no Diário de Leiria

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Petição Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação

Hoje foi lançada a petição «Petição Combate à corrupção através da consciencialização, informação, formação e educação». Aproveito aqui o blogue para divulgar esta petição e para que possa chegar a mais alguns cidadãos. 
Agradeço a todos os que a leram e mais ainda aos que a pretende assinar e divulgar. 
Espero que com esta iniciativa possamos todos contribuir para fazer diminuir o flagelo social que é a corrupção no nosso país.

Obrigado a todos!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

100 anos de cidadania

Recentemente comemoraram-se os 100 anos da implantação da República. Hoje, provavelmente, olha-se para a 1ª república através de lentes, um tanto ou quanto, desfocadas pela distância histórica que nos separa dessa época - reina uma visão quase fantástica/mitológica em torno desse importante período histórico. 
Sem dúvida que os propósitos dos primeiros republicanos foram bem-intencionadas, que as suas intenções verdadeiramente filantrópicas e prenhes de vontade de levar Portugal para o modernidade esclarecida e cientifica. Mas claro, nem tudo correu como se pretendia e planeara. Os entraves e as dificuldades foram muitas. As heranças, ou não fosse Portugal um país já na altura bem antigo e cheio de história – com todas as implicações que isso traz –, de algum modo incapacitantes. As finanças públicas andavam nas penúrias devido ao desgoverno da monarquia parlamentar – onde já vimos isto? O grande analfabetismo que existia em Portugal (cerca de ¾ da população) dificultara a divulgação dos ideais republicanos e da sua verdadeira difusão pela sociedade, tendo ela própria de responder com participação cívica para que o regime democrático e republicano pudesse persistir. Sem educação, sentido de pertença e empatia social pela mesma causa, disponibilidade para governar e ser governado segundo os princípios democráticos, respeito por valores e exercício de deveres – algumas definições e pressupostos para se ser verdadeiramente cidadão – o regime definhou, entrou em convulsão e quase anarquia até que pereceu com a concretização das ditaduras. Já para não falar do adverso contexto internacional, do advento da 1ª Guerra Mundial, que nada contribuiu para a estabilidade do Regime.

Apesar dos intuitos e vontades serem elevados, as conjunturas e dificuldades reais de governar dificultaram a concretização de tudo ao que se propunham os primeiros republicanos.
Tudo o que aconteceu foi História, acontecimentos que vieram dar maturidade ao republicanismo - nas várias formas em que se manifestou nestes últimos 100 anos. Hoje, acima de tudo, o que devemos celebrar é o dia em que deixámos de ser súbditos (e vassalos) e passámos a ser cidadãos com direitos fundamentais e deveres não menos importantes.  Agora resta honrar este estatuto que alcançamos expressando-o através da cidadania activa – não vejo melhor forma de celebrar os 100 anos da república.

(texto publicado em 7 de Outubro de 2010 no Jornal de Leiria e dia 11 de Outubro no Diário de Leiria)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

100 anos de cidadania, abaixo os súbditos e vassalos!

Hoje assinalam-se 100 anos na implantação da República. Apesar dos intuitos e vontades serem nobres, as conjunturas e dificuldades reais de governar dificultaram a concretização de tudo a que se propunham os primeiros republicanos. Tudo o que aconteceu foi história, eventos que vieram dar maturidade ao republicanismo que hoje, quer queiramos quer não, herdamos do passado. Penso que, acima de tudo, hoje se assinala o dia em que deixámos de ser súbditos (e vassalos) e passámos a ser cidadãos com direitos fundamentais e deveres não menos importantes. 
 Por isso, neste dia penso que a melhor honra que podemos fazer à republica é canalizar todos os esforços para o reforçar da cidadania democrática activa – tendo o bem comum sempre como ideal supremo.

sábado, 2 de outubro de 2010

T.G.V. – Transporte que pode trazer Grandes Vantagens!

Todos nos lembramos daquele fenómeno geológico islandês que paralisou a Europa durante vários dias. Bastou um fenómeno natural, uma nuvem repleta de partículas incandescentes expelida por um vulcão de nome complicado perdido lá longe, para que se provasse que o nosso sistema de transportes [português e europeu] é frágil e de que não temos verdadeiras alternativas ao avião para transportes de longa distância.
Os projectos trans-europeus de transportes, que prevêem uma aposta significativa nos caminhos-de-ferro, têm sido de execução morosa. A linha de alta velocidade (TGV) em Portugal faz parte desses projectos estratégico para o desenvolvimento regional e europeu – ou não fosse a ferrovia um dos modos mais sustentáveis de transporte. Mas para que esta obra se realize temos de a defender, caso contrário é mais uma a ficar no papel.
As fragilidades e atrasos de Portugal no modo ferroviário são bem evidentes pois, a somar à tendência que se verifica por toda a Europa de diminuição dos transportes por comboio, por cá há quase 100 anos que não se acrescentam verdadeiramente novas linhas, sendo que muitas das actuais ou estão obsoletas – caso da nossa linha do Oeste – ou simplesmente já foram desactivadas. Outro problema dos caminhos-de-ferro Portugueses, mas também de Espanha, é a dimensão da bitola (distância entre carris) que por ser diferente da do resto da Europa impede a ligação directa entre Europa e Península Ibérica, aumentando assim ainda mais os custos de manutenção e utilização das infra-estruturas ibéricas.
Construir a linha de alta velocidade é a oportunidade de reformular as linhas férreas nacionais, de uniformizar a bitola e de ficarmos verdadeiramente ligados a Europa pela ferrovia. E já que a economia está na ordem do dia, a aposta no TGV seria também uma oportunidade de reduzir a grande dependência nacional face ao modo rodoviário. Algo que influencia directamente a nossa balança de importações pois todo o combustível utilizado para movimentar por cá os automóveis é importado. Já para não falar dos impactos ambientais que afectam o ambiente, a saúde humana e até o nosso potencial turístico devido ao uso excessivo de veículos automóveis. Outra oportunidade é o potencial de criação de empregos do projecto, quer seja na construção quer seja posteriormente na manutenção e exploração.
Assim, apostar nos caminhos-de-ferro é apostar também no TGV pois, quando se fazem projectos desta natureza e volume, há que planear para o futuro e para os comboios que virão. Lembro aqui a acção do Marquês de Pombal que, dotado de uma visão estratégica, criou largas ruas e avenidas para a capital. Hoje essas vias podem parecer insuficientes, mas na altura pareceram aos contemporâneos do Marques um exagero e um despesismo injustificado devido à sua grande dimensão que apresentavam para a época. O mesmo acontece com o TGV que, para além das necessidades de hoje, tem de responder às necessidades do amanhã.
As finanças públicas não estão bem mas sem investimento e sem infra-estruturas modernas para hoje, e especialmente para o amanhã, como se poderá recuperar a economia?

(texto publicado em 30 de Setembro de 2010 no Diário de Leiria)

Iniciativa da REAPN e do RL - O que é para si a pobreza?

 Gostava de partilhar aqui o meu pequeno contributo, na forma de umas palavras, para uma das iniciativas  do Núcleo distrital da  Rede Europeia Anti-Pobreza (REAPN), mais concretamente a coluna que disponibilizaram no jornal Região de Leiria para que os cidadãos expressassem os conceitos e definições de pobreza. Aqui ficam as palavras que me ocorreram:

"A pobreza em primeira instância sente-se na pele, sente-se no corpo e, muitas vezes, no que falta ao estômago. Sem que essa pobreza cesse jamais podem ser minimizadas ou combatidas todas as outras formas comportamentais e intelectuais de ser pobre, pois quando a pobreza é extrema o corpo fala mais alto e remete para o campo dos luxos a preocupação com pobrezas de espírito."

(texto publicado em 1 de Outubro no Jornal Região de Leiria)

Deixo aqui também os links da REAPN para mais informações sobre as suas iniciativas e acções:
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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