Troika, Troika, Troika! O nome Troika tem sido utilizado – muitas vezes abusando dele - nas conversas de ocasião neste último ano, denotando quase um certo fascínio masoquista pelas implicações negativas, directas e indirectas, que tem e terá para nós portugueses.
Mas afinal de onde vem o termo Troika? Terá sido inventado aquando da crise das dívidas soberanas? Terá sido criado o termo propositadamente para nomear a equipa do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia? Bem, parece que não, curiosamente o termo até já tinha sido empregue em Portugal durante o famoso “Verão quente de 1975” – que o diga Otelo Saraiva de Carvalho. Mas, independentemente das instabilidades do Pós 25 de Abril, parece que a origem do termo é russa. Troika, em russo, significa a associação de três cavalos (ou outros animais de carga) a um carro (carruagem, carroça ou trenó). No fundo a palavra representa uma associação, uma composição de três entidades que se unem para colocar algo em movimento. Terá então a Troika que tem visitado Portugal sido constituída para “puxar”, numa relação com a palavra russa, Portugal da crise? Então e será positivo sair de uma crise como um “atrelado”? Que será quando os cavalos se forem embora? Dirão os pragmáticos: “interessa é sair”, nem que os cavalos vão e venham, e que o percurso se faça intermitentemente, “interessa mesmo é que isto ande”. Afirmações desta natureza até podem ser defensáveis, no entanto se forem sempre motores de fora puxar-nos um destes dias perderemos o volante – se é que não perdemos já.
Especulações à parte, poucos são os termos novos inventados do zero. O mais comum costuma ser a adaptação, reformulação e reciclagem do que já anteriormente foi inventado e criado. Haverá algo mais sustentável que aproveitar e reinventar criações alheias? Mas servirão as fórmulas “dos outros” para outras realidades [a nossa]? Ou seja, poderá o modelo externo servir para resolver os nossos problemas internos, independentemente de serem 3 ou mais a ajudar? É que sendo verdade o significado do termo russo “Troika”, e a tal composição sirva para puxar pela neve fora os trenós, falando figuradamente: não terá o modelo de propulsão económica de ser readaptado para o nosso clima mediterrânico?
Esperemos que à Troika dos 3 se junte a força dos 4, com um novo elemento constituído pela energia dos portugueses para se salvarem a si próprios, pelo seu esforço, trabalho e mérito com um projecto adaptado às dificuldades da nossa realidade. Mesmo que todos os 4 tentem puxar e pôr a nossa economia a andar, terá este Governo a capacidade de nos conduzir? Vendo o caminho recente por onde nos tem levado, sempre à beira do princípio, esperemos que a viagem não acabe numa grande queda – uma queda abrupta do nosso poder de compra e qualidade de vida, que nos parece cada vez mais evitável devido às evitáveis decisões políticas recentes.
Especulações à parte, poucos são os termos novos inventados do zero. O mais comum costuma ser a adaptação, reformulação e reciclagem do que já anteriormente foi inventado e criado. Haverá algo mais sustentável que aproveitar e reinventar criações alheias? Mas servirão as fórmulas “dos outros” para outras realidades [a nossa]? Ou seja, poderá o modelo externo servir para resolver os nossos problemas internos, independentemente de serem 3 ou mais a ajudar? É que sendo verdade o significado do termo russo “Troika”, e a tal composição sirva para puxar pela neve fora os trenós, falando figuradamente: não terá o modelo de propulsão económica de ser readaptado para o nosso clima mediterrânico?
Esperemos que à Troika dos 3 se junte a força dos 4, com um novo elemento constituído pela energia dos portugueses para se salvarem a si próprios, pelo seu esforço, trabalho e mérito com um projecto adaptado às dificuldades da nossa realidade. Mesmo que todos os 4 tentem puxar e pôr a nossa economia a andar, terá este Governo a capacidade de nos conduzir? Vendo o caminho recente por onde nos tem levado, sempre à beira do princípio, esperemos que a viagem não acabe numa grande queda – uma queda abrupta do nosso poder de compra e qualidade de vida, que nos parece cada vez mais evitável devido às evitáveis decisões políticas recentes.
(Texto publicado no Diário de Leiria em 25 de Outubro de 2011)
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