A maior parte dos partidos políticos em Portugal já apresentaram os seus programas eleitorais, embora duvido que o número de leitores seja relevante. No entanto, as máquinas de propaganda vão tentar passar as ideias principais. Com tanta poluição informativa terá de se inovar para passar mensagens, especialmente as políticas. Para já estaremos em plena silly season, ainda mais parva que o costume porque nem temos verão que nos distraia, pelo penos aqui pela zona litoral centro.
Vamos viver o efeito PAN para as próximas eleições legislativas. O PAN, provavelmente, irá crescer. Primeiro porque surge associado a uma tendência internacional, uma vez que até agora não tivemos em Portugal nenhum partido que tenha conseguido assumir a causa ambiental de forma mediática, sem se contaminar com outras ideologias. Depois porque é uma mensagem nova, com novas pessoas e novas formas de estar. Vivemos na era de culto da novidade, em que até as coisas antigas são redescobertas nessa ânsia. Na política tudo nos parece velho, menos o PAN. Há outras novidades, mas essas parecem mera cosmética ou demasiado perigosas.
Vamos viver o efeito PAN para as próximas eleições legislativas. O PAN, provavelmente, irá crescer. Primeiro porque surge associado a uma tendência internacional, uma vez que até agora não tivemos em Portugal nenhum partido que tenha conseguido assumir a causa ambiental de forma mediática, sem se contaminar com outras ideologias. Depois porque é uma mensagem nova, com novas pessoas e novas formas de estar. Vivemos na era de culto da novidade, em que até as coisas antigas são redescobertas nessa ânsia. Na política tudo nos parece velho, menos o PAN. Há outras novidades, mas essas parecem mera cosmética ou demasiado perigosas.
Vivemos também numa era de micro-poderes, que se mobilizam rapidamente por causas especificas. Pequenos grupos agora, através das tecnologias, mas também do efeito do poder da comunicação e das sociedades organizadas em redes, conseguem reunir, durante períodos curtos, poder considerável. As causas ambientais estão a conseguir mobilizar esses pequenos poderes e as massas generalizadas. A diferença é que a causa ambiental não será uma moda passageira, pois a nossa insustentabilidade não nos vai deixar desligar dos múltiplos problemas ambientais que vamos enfrentar.
Assim todos os partidos, independentemente da ideologia, vão tentar aproveitar a onda e transformar as preocupações publicas pelo ambiente em votos. Vamos ver partidos liberais a pedir intervenção do Estado para gerir este problema. Vamos ver partidos de esquerda a incentivar a iniciativa privada que garanta mais sustentabilidade. Vai ser uma misturada ideológica para captar todos os votos daqueles se preocupam com o ambiente e estão disponíveis para ir votar.
No entanto, se muitas dessas medidas forem implementadas vamos ter imensos condicionamentos ao nosso modo de vida. Não existe outra forma, pois temos hábitos de consumo insustentáveis, o nosso civismo nem sempre cumpre a sua parte e uma intervenção do Estado irá obrigar a mais impostos. Será que as pessoas que se emocionam pelo degelo estão disponíveis para consumir menos, viajar menos, reutilizar mais e passar a dispensar algumas automatizações tão práticas da vida contemporânea? E estarão as pessoas prontas para pagar mais impostos e taxas ambientais resultantes das propostas que os vários partidos agora nos apresentam? E os partidos estão preparados para esse descontentamento posterior? Ou será que estamos no processo de nos tornar ambientalistas?
Texto publicado no Diário de Leiria
Sem comentários:
Enviar um comentário