terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Ofereçam produtos sustentáveis no Natal: jogos de tabuleiro modernos

O Natal está a chegar e importa falar de sustentabilidade. Longe de mim querer ser moralista e dizer que esta época é o cúmulo dos vícios consumistas e da hipocrisia. Até pode ser, mas também é muito mais que isso. Acho mesmo que é pena ser somente uma vez por ano, mas antes uma vez que nenhuma. No pior dos caos, pelo menos nesta época somos incentivados a pensar nos outros.

Por isso, quase todos vão tentar escolher os melhores presentes para oferecer, fazendo esticar o orçamento. Proponho acrescentar também, às limitações orçamentais, a preocupação para com a sustentabilidade. Ou seja, será que aquilo que vamos oferecer é sustentável em todas as vertentes do termo: ambientalmente, socialmente, culturalmente e economicamente? 

Proponho que considerem os novos jogos de tabuleiro por serem ambientalmente mais sustentáveis, pois são construídos em materiais facilmente recicláveis e têm baixa taxa de obsolescência. Se o jogo for bom vai dar anos de diversão, podendo ser vendido depois caso não vos interesse mais. Isso será possível porque os materiais tendem a durar e o design do jogo não se desatualiza se for bom. Esse jogo, por essa razão, só se transformará em resíduo depois de muita utilização. Estamos perante uma vertente da economia circular, em que os produtos são constantemente utilizados, na mesma ou em novas formas, evitando-se a produção de um resíduo sem o máximo aproveitamento. Para quem tenha mais curiosidade, estes conceitos estão a ser abordados em Leiria no projeto Urbanwins. Por outro lado, estes jogos não consomem energia para serem jogados, logo baixam consideravelmente a sua pegada ecológica, tal como dispensam qualquer outro tipo de periférico eletrónico. Uma mesa, cadeiras, ou até o chão servem para os jogar. 

Os jogos de tabuleiro são potenciadores do convívio social presencial, promovendo e reforçando os laços sociais, com toda a riqueza da comunicação multidimensional. Se uma imagem vale mais que mil palavras, um olhar transmite mensagens únicas. As emoções sentem-se mais ao vivo e com estes jogos podemos sentar famílias inteiras à mesa, promovendo a aproximação intergeracional. 

Do ponto de vista económico os jogos de tabuleiro são muito relevantes, pois podemos comprar produtos nacionais, e por vezes até locais. Podemos apoiar as editoras e criadores, que geram emprego e uma produtividade concreta, real e exportável. Apoiamos uma industria criativa e abrimos novos caminhos para mais desenvolvimento, pois os jogadores de hoje podem ser os criadores de amanhã. Por ouro lado, o mesmo produto pode ser usado por varias pessoas, podendo ser uma prenda coletiva mais barata.

Até agora falei muito no abstrato. Não recomendei um único jogo. Deixo aos leitores a liberdade de refletirem sobre isso. Se forem procurar por estes novos jogos vão encontrar uma imensidão de novas criações. Não vos quero retirar esse prazer. Mas também não vos quero deixar órfãos destas ideias e sugestões. Por isso, num próximo texto, irei fazer recomendações concretas resumidas. Até daqui a 15 dias!

Texto publicado no Diário de Leiria

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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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