Uma recente avaria no meu portátil - um quase topo de gama de há uns poucos meses - fez-me refletir sobre a nossa contemporaneidade e no fundo o que lhe assiste: nós e a nossa condição de espécie que se diz espiritual mas que no fundo é materialista.
Tendo avariado a minha máquina - uma manifestação do pico da tecnologia, como já referi - percebi o quão dependente era dela, dos seus Bits, Bites e Hertzes. Senti-me pobre... Pela necessidade do bem material informático tive de recorrer a empréstimos, tive de pedir o computador da minha esposa emprestado, condicionando assim a vida dela e a minha. Claramente estava a abusar de um recurso que, embora partilhado, não poderia ser utilizado a 100% por todos - sim, a relação com a degradação ambiental é evidente.
A necessidade faz o engenho, e da minha - que era informática - fez-se luz. Tinha de encontrar uma solução! Então, dei por mim a pegar numa caixa de um computador com 9 anos, a tentar pôr a coisa informática - esse pedaço de história - a funcionar. Gastei algum tempo, meia dúzia de euros e a coisa lá ficou a funcionar. Hoje escrevo estas palavras através dessa mesma ferramenta informática.
Afinal existe quase sempre uma solução para as necessidades mais físicas e materiais, e, por vezes, aquilo que parecia não servir afinal serve e bem! Não é o suprassumo da tecnologia, mas serve! Aliás, serve tão bem que foi de tal maneira útil que me levou a refletir. Afinal precisaremos de tudo o que consumidos? O mais novo é sempre necessário? Abusar de recursos não fará com que outros que verdadeiramente precisem fiquem deles privados?
Olhando para o país, será que temos aproveitado o que temos, reinventado as existências, potenciando o que pode ainda ser útil? Ou será que temos sempre partido para o empréstimo e para o que é novo sem considerar as nossas reais necessidades? Mas não é só Portugal, em parte, notando-se ou não em todos os locais, um Mundo está um pouco assim: Materialista no mau sentido do termo…
Olhando para o país, será que temos aproveitado o que temos, reinventado as existências, potenciando o que pode ainda ser útil? Ou será que temos sempre partido para o empréstimo e para o que é novo sem considerar as nossas reais necessidades? Mas não é só Portugal, em parte, notando-se ou não em todos os locais, um Mundo está um pouco assim: Materialista no mau sentido do termo…
Felizmente (ou não) este estado de consciência passa-me até o meu portátil vir do "arranjo", ou então até passar por uma qualquer montra apetecível.
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