Para os militantes do Partido Socialista, desde Janeiro, altura da campanha para as Presidenciais, actividade é coisa que não tem faltado. Depois disso veio o XVII Congresso Nacional em Matosinhos, onde Sócrates foi eleito com esmagadora maioria. Logo de seguida foi momento de Eleições Legislativas e agora, pela força da derrota nessas mesmas eleições, haverá escrutínio interno no partido. Independentemente dos modos ou efeitos de toda esta actividade, independentemente de como cada militante se tem envolvido em cada um dos episódios que referi, a oportunidade de exercer uma militância activa não tem faltado. Essa possibilidade é, para mim, colocando de lado as tendências políticas em causa, algo por si só muito importante, especialmente se considerarmos que a cidadania política activa é, regra geral, pouca e inconsequente na dita sociedade civil.
A política é inata e própria das sociedade humanas, o que muda, numa perspectiva "democrática", é a qualidade dessa política e o envolvimento nela dos cidadãos. Até que algo de diferente se invente - que não significa que seja necessariamente melhor -, fazer política passa por intervir com e nos partidos (e movimentos) políticos. O ideal seria todos fazerem o seu papel político e cívico: os políticos que são cidadãos; e os cidadãos que, no fundo, só o podem ser de facto se assumirem a sua função e papel político. Há que assumir isso sem medos e preconceitos! Não seria isso uma revolução? Penso que sim, mas uma "revolução reformista" - paradoxos à parte - no sentido de melhorar a própria Democracia.
Como cidadão que não teme manifestar a sua vertente política - pois dificilmente a política pode ser uma "coisa privada" -, não posso deixar de concretizar algumas palavras sobre as eleições internas do meu partido, até porque defendo que os partidos se devem abrir à sociedade civil - pelo menos é sua obrigação democrática e ética de o fazerem se realmente pretendem despertar o envolvimento político e cívico dos cidadãos. Primeiro, parece-me ser sinal da vitalidade do Partido Socialista existirem dois candidatos de peso a Secretário-geral. Duas opções válidas sem dúvida! Pessoalmente tenho a decisão tomada. Aliás, só poderia ser uma por coerência. Se no passado recente defendi que uma mudança interna seria benéfica, tendo votado isso em pleno Congresso Nacional como representante por Leiria de uma lista alternativa à do Secretário-Geral de então, posição justificada pela necessidade de mais debate interno e abertura do partido, agora o sentido de voto só poderia de ser o mesmo.
Voltando aos actuais candidatos. Os nomes não surpreendem. Surpreendem as mobilizações que se fazem em torno de ambos. No caso de António José Seguro só posso concluir que: somente alguém de prestígio, que gera confiança, poderia levar tantos militantes a juntarem-se àqueles que já defendiam um "mudança" interna. Pois se Assis pode ser visto como uma "nova continuidade", Seguro é sem dúvida uma "mudança que sabe olhar para o passado".
Voltando aos actuais candidatos. Os nomes não surpreendem. Surpreendem as mobilizações que se fazem em torno de ambos. No caso de António José Seguro só posso concluir que: somente alguém de prestígio, que gera confiança, poderia levar tantos militantes a juntarem-se àqueles que já defendiam um "mudança" interna. Pois se Assis pode ser visto como uma "nova continuidade", Seguro é sem dúvida uma "mudança que sabe olhar para o passado".
É assim a Democracia, são assim alguns dos seus valores: a liberdade de opinião e de (re)tomar posições perante a novidade, a oportunidade e os desafios de pensar e governar as “coisas públicas”.
Texto publicado no Jornal de Leiria em 30 de Junho de 2011 e no Diário de Leiria em 6 de Julho de 2011)
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