segunda-feira, 7 de março de 2011

Assembleia Municipal de Leiria - o ignorar do passado, mesmo o democrático!

Quem ignora a história corre o risco de cometer os mesmos erros do passado ou de começar do zero todos os dias.
Esquecer o que não convém pode até parecer positivo, especialmente quando se teme o passado e os seus efeitos no presente e no futuro. Mas quando esse esquecimento é propositado é a própria ética que vai pelo menos caminho, num claro acto de irresponsabilidade. Começar do zero também pode ter as suas vantagens, especialmente quando a alternativa é o início a negativo.
Ninguém em Leiria quer seguramente repetir erros pretéritos. Em Leiria também não se pode começar do zero, pois dívidas públicas são heranças sem escapatória. Apesar disso exige-se optimismo! Nem toda a herança é má, nem que seja pelo seu potencial pedagógico que surge do analisar das falhas cometidas, mesmo que hoje as contas para pagar sejam mais que muitas.
 É evidente que a bancada Social-Democrata da Assembleia Municipal de Leiria (AML) se tem esforçado por ignorar os aspectos negativos do passado, especialmente os reflexos e limitações que advêm da colossal dívida criada pelos anteriores executivos da sua "cor política". Começar por assumir os erros do "tempo da outra senhora" seria uma excelente maneira de fomentar, e verdadeiramente criar, as dinâmicas de cooperação que se exigem para resolver os graves problemas que a autarquia atravessa.
Surpreendentemente, na última AML, que decorreu dia 24 de Fevereiro de 2011, todos os deputados municipais e vereadores eleitos da direita abandonaram a sessão quando se preparava o inicio da discussão do ponto da ordem de trabalhos, agendado pelo PS, para analise da auditoria financeira ao município (entre 2006 e 2008)  - o que levaria, directa ou indirectamente, à dívida que alguns querem esquecer. Apesar de estarem no seu direito, esta atitude transpareceu a tudo menos a democracia. Com a sala quase meia vazia foi impossível fazer debate.
Provavelmente é por estas e por outras razões que a imagem da classe politica se vai degradando face à opinião pública. Estranho quando são os próprios políticos, de partidos que se afirmam como democráticos, a impedirem o concretizar da democracia. Se não estão disponíveis para debater e apresentar ideias por favor renovem-se com quem esteja! Leiria agradece!
Não surpreende que queiram ignorar o passado politico local e com isso a asfixia financeira que foi deixada de herança ao actual executivo. Mas dai a ignorarem também o passado nacional e a herança democrática do 25 de Abril é que me parece ser inqualificável...

(Texto publicado no Jornal de Leiria em 4 de Março de 2011)

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