A falta de produtividade é apontada por muitos especialistas da área da gestão e da economia como um problema estrutural em Portugal. Penso que, mesmo o mais leigo dos cidadãos nas lides da gestão e economia mas que tenha o seu trabalho como modo de sustento e conheça, mesmo que de um ponto de vista meramente pessoal, o mercado de trabalho nacional, tem de concordar em parte com essa especificidade da economia nacional. No entanto, há que ter alguma ponderação e cuidado quando nos predispomos a aferir quais as causas para isso. É assumindo esse risco, que pretendo também apontar algumas razões que justifiquem parte do porquê dessa falta de produtividade.
Para além das conhecidas causas, que gestores e economistas apresentam, munidos de uma visão objectivamente técnica do mercado de trabalho e das condicionantes financeiras e económicas que o influenciam, há outros aspectos a ter em conta. Do meu ponto de vista não será menos importante, para além de apontar os problemas, tentar também averiguar as causas, que se traduzem no défice de produtividade, de um ponto de vista pluridisciplinar mais alargado. É isso que tentarei fazer, mediante uma visão mais alargada e superficial que se traduz nas seguintes palavras. Começo por apontar então algumas causas para a falta de produtividade. A primeira que me vem logo à mente são os baixos salários, que numa sociedade ocidental só podem resultar em desmotivação e falta de rendimento laboral. Tal como as poucas condições de trabalho e apoio social que alguns empresas proporcionam aos seus colaboradores, pois qualquer investimento que se faça nesse sentido é muitas vezes visto como puro despesismos, por não se considerarem os benefícios e os aumentos de produtividade que naturalmente resultam de uma força de trabalho motivada e satisfeita no seu local de trabalho. A fraca especialização da mão-de-obra, produto e resquícios de um regime ditatorial. De um Salazarismo tacanho que amarrou as mentes e deixou escapar muitos dos nossos compatriotas para a emigração. Muitos dos nossos que, apesar das dificuldades por cá permaneceram, nunca desenvolveram plenamente todo o seu potencial dada a falta de apoio social, educação e formação. Muitos dos que saíram foram ao longo das décadas contribuindo para a riqueza de países que hoje invejamos pela sua solidez económica e qualidade de vida, o que prova que o Português quando tem condições é muito produtivo. Actualmente muitos voltaram e muito investimento tem sido feito na formação, mas muito mais haverá por fazer, pois questões desta magnitude e que tanto se enraizaram e influenciaram a nossa sociedade, economia e a mente das próprias pessoas, seguramente não se dissiparam facilmente. Tudo isto, associado à incompetência e mediocridade, que é distribuída de igual modo a todos os povos e nações, não sendo nenhum em particular mais inteligente ou dotado, por vezes trata-se apenas de questões geopolíticas e de oportunidade, também nos afectam enquanto Portugueses, através da difusão do “xicoespertismo” e do facilitismo. Essas sim, características muito disseminadas pela população nacional, que afectam sem dúvida aos nossos índices de produtividade e com isso toda a nossa economia.
Para além das conhecidas causas, que gestores e economistas apresentam, munidos de uma visão objectivamente técnica do mercado de trabalho e das condicionantes financeiras e económicas que o influenciam, há outros aspectos a ter em conta. Do meu ponto de vista não será menos importante, para além de apontar os problemas, tentar também averiguar as causas, que se traduzem no défice de produtividade, de um ponto de vista pluridisciplinar mais alargado. É isso que tentarei fazer, mediante uma visão mais alargada e superficial que se traduz nas seguintes palavras. Começo por apontar então algumas causas para a falta de produtividade. A primeira que me vem logo à mente são os baixos salários, que numa sociedade ocidental só podem resultar em desmotivação e falta de rendimento laboral. Tal como as poucas condições de trabalho e apoio social que alguns empresas proporcionam aos seus colaboradores, pois qualquer investimento que se faça nesse sentido é muitas vezes visto como puro despesismos, por não se considerarem os benefícios e os aumentos de produtividade que naturalmente resultam de uma força de trabalho motivada e satisfeita no seu local de trabalho. A fraca especialização da mão-de-obra, produto e resquícios de um regime ditatorial. De um Salazarismo tacanho que amarrou as mentes e deixou escapar muitos dos nossos compatriotas para a emigração. Muitos dos nossos que, apesar das dificuldades por cá permaneceram, nunca desenvolveram plenamente todo o seu potencial dada a falta de apoio social, educação e formação. Muitos dos que saíram foram ao longo das décadas contribuindo para a riqueza de países que hoje invejamos pela sua solidez económica e qualidade de vida, o que prova que o Português quando tem condições é muito produtivo. Actualmente muitos voltaram e muito investimento tem sido feito na formação, mas muito mais haverá por fazer, pois questões desta magnitude e que tanto se enraizaram e influenciaram a nossa sociedade, economia e a mente das próprias pessoas, seguramente não se dissiparam facilmente. Tudo isto, associado à incompetência e mediocridade, que é distribuída de igual modo a todos os povos e nações, não sendo nenhum em particular mais inteligente ou dotado, por vezes trata-se apenas de questões geopolíticas e de oportunidade, também nos afectam enquanto Portugueses, através da difusão do “xicoespertismo” e do facilitismo. Essas sim, características muito disseminadas pela população nacional, que afectam sem dúvida aos nossos índices de produtividade e com isso toda a nossa economia.
De notar que os Portugueses são dos Europeus que mais horas trabalham por dia, o que aparentemente é bom do ponto de vista económico. Mas apesar desse acréscimo de trabalho a produtividade não o acompanha. Isto poderá dizer muito da ineficácia dos modelos de organização do trabalho e das poucas condições que há para se trabalhar com mais qualidade e eficácia.
Devíamos aprender com os países nórdicos, onde há boas condições de trabalho, onde se aposta na formação, no trabalho especializado, onde as empresas e o Estado assumem o seu papel activo no que toca às causas sociais, com o sentimento de que o trabalho árduo compensa é possível ir mais além.
Devíamos aprender com os países nórdicos, onde há boas condições de trabalho, onde se aposta na formação, no trabalho especializado, onde as empresas e o Estado assumem o seu papel activo no que toca às causas sociais, com o sentimento de que o trabalho árduo compensa é possível ir mais além.
(Texto publicado no Jornal de Leiria em 7 de Janeiro de 2010)