segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Começa a época das descolagens políticas

O Verão parece estar a atingir o pico máximo de calor. Portugal está em brasa! Neste momento, apesar das temperaturas elevadíssimas que se fazem sentir, os principais fogos e calamidades parecem estar a acontecer no seio do próprio Governo. As indefinições e instabilidades causadas pelos próprios que se dizem defensores do rigor e seriedade deixam os portugueses em estado de descrédito e choque. Os maus exemplos políticos vindos da elite governativa transformam o exercício do poder e da política em atos de chacota pública, desencadeadores de convulsões revoltosas e ódios, tão funestos para a imprescindível coesão e empatia social que precisamos alcançar para descolar desta crise das crises.
A convulsão nacional vem no momento em que as pré-campanhas autárquicas arrancam. Será coincidência? É difícil de perceber o que é estratégia e o que é simplesmente falhanço e incompetência. De qualquer dos modos, a ação do atual Governo tem contribuído para minar a já pouca confiança dos portugueses no exercício da política. Poderá ser mero acaso, mas isso não minora os impactos para as eleições autárquicas de 29 de Setembro, ao fazer aumentar uma já clara aversão dos portugueses para com a política formal.
Novamente, por acaso ou não – qual acaso dos acasos –, os partidos a nível local, especialmente aqueles que apresentam candidatos militantes nos partidos que os apoiam, parecem fugir dos próprios logótipos e cores tradicionais. As mensagens tendem também a ser esvaziadas de qualquer ideologia que poderia ajudar à decisão política. Isso acentua-se mais no caso do PSD e CDS-PP, mesmo em municípios onde isso antigamente seria um ponto forte.
O que não é acaso é a tentativa de descolar das responsabilidades do Governo, com o próprio Primeiro-Ministro a tentar descolar das suas próprias responsabilidades pela vinda da Troika, quando ainda era líder de oposição e fez chumbar o PEC4. Na campanha pelas freguesias a tentativa segue pelo mesmo rumo, evitando ou culpando outros pela atabalhoada reforma da administração local que só serviu para extinguir freguesias sem qualquer ganho justificável. 
No tempo que ai vem, com o calor a apertar, a tendência será para forçar o descolar das responsabilidades dos próprios e das suas famílias políticas, tentando colar remendos e mensagens à pressa para evitar as catástrofes eleitorais de alguns.

Texto publicado no Diário de Leiria e Jornal de Leiria

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