Ontem ocorreu mais uma sessão da Assembleia Municipal de Leiria onde tive oportunidade de participar como deputado. Desta vez não fui em substituição, fui mesmo como membro efectivo. Poderia afirmar que seria com grande orgulho e satisfação que assumo esse papel, mas, apesar de ser um dever e cargo que me realiza civicamente por o tentar desempenhar como acção cívica, acabo por ficar triste. Fico com pesar por o cargo me ter chegado pelo abdicar de uma amiga, ainda por cima alguém que a meu ver tem dado e ainda teria por dar um grande contributo cívico e político aquele órgão do poder local. O melhor que posso fazer agora é tentar desempenhar esse novo papel, ainda que já o tenha assumido várias fezes como substituto, do modo mais positivo, activo e contributivo, defendendo o que verdadeiramente está em causa: o interesse público como acto de cidadania!
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O dia de ontem acabou tarde. Apesar de ter tentado defender aquilo que me parecia o interesse colectivo, através de sugestões e propostas sobre dois temas distintos, fica-me sempre a sensação, independentemente da sessão e maior envolvimento pessoal, que eu próprio muito mais poderia ter feito e contribuído. No fundo, até penso ser bom não ficar demasiado conformado e tentar exigir sempre mais, caso contrário arrisca-se o marasmo e perder de vista o ambicionado desenvolvimento - que neste caso é local.
Hoje, sábado, o dia começou bem cedo, pois, por volta das 10h00, queira estar em Lisboa para uma iniciativa da da Corrente de Opinião Esquerda Socialista (COES) dedicada à reflexão e debate em torno do passado e futuro do socialismo, tal como do próprio funcionamento e organização do PS enquanto partido político. De início não tinha pensado nem preparado nada para intervir, até porque nas iniciativas da COES pouco tenho a ensinar ou partilhar, tenho sim muito a aprender com os/as camaradas que participam habitualmente nessas iniciativas! Mas, com o desenrolar das intervenções e temas, acabei por decidir intervir. Fiz uma pequena intervenção, como é meu hábito - o mais concisa possível - sobre a necessidade do "educar para a cidadania" ser imperativo no nosso país, pois são imensos os nossos défices cívicos. Referi mesmo que isso poderia ser um das propostas estratégicas de fundo do socialismo: formar e educar cidadãos completos (informados e com capacidade activa) para mais igualdade de oportunidades e coesão social. Falei também da necessidade de reforçar a Democracia, aproveitando as novas tecnologias para uma tendência para ser cada vez mais directa e informada.
Nesse debate da COES, foram muitos os intervenientes - como é hábito - que trataram muitos e variados assuntos: falou-se muito de ética como valor transversal ao partido e à sociedade; da necessidade de criar modelos económicos do socialismo democrático alternativos ao neoliberalismo capitalista; de abrir o partido aos cidadãos, de reformar e revitalizar a democracia com outros modos mais directos; de novos modelos produtivos; de igualdade de género; e muitos mais.
Foram dois dias cansativos, com horas de trabalho misturadas com participação cívica/política, centenas de quilómetros e um debate de fundo e ideológico. Foram dois dias enriquecedores politicamente, tanto nas questões mais práticas e do dia-a-dia como daquelas mais relacionadas com a ideologia "pura e dura".
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