Parece que participaram muitas pessoas por todo o país nos protestos que, simbolicamente, pretendiam representar os de uma geração que está "à rasca". Até cá por Leiria, apesar de estarem a acontecer pelo menos mais dois eventos em simultâneo na mesma zona - mercado de artigos antigos e usados e a recriação do grande incêndio de 1811 -, compareceram bastantes jovens propositadamente para a manifestação.
Apesar de eu próprio não ter participado na manifestação, por não ver nela um propósito nem objectivo efectivos que pudessem acrescentar ou mudar algo de facto, considero positivo que esta geração, à qual pertenço, se manifeste e faça ouvir o seu desespero - que em muitos casos e bem real e justificado. Talvez isto seja a necessária centelha ou a ignição para uma maior participação e envolvimento desta geração na "coisa pública", e para o perder da vergonha da tomada de atitudes políticas.
Apesar de eu próprio não ter participado na manifestação, por não ver nela um propósito nem objectivo efectivos que pudessem acrescentar ou mudar algo de facto, considero positivo que esta geração, à qual pertenço, se manifeste e faça ouvir o seu desespero - que em muitos casos e bem real e justificado. Talvez isto seja a necessária centelha ou a ignição para uma maior participação e envolvimento desta geração na "coisa pública", e para o perder da vergonha da tomada de atitudes políticas.
Mas e depois da Manifestação? Morrerá essa proclamada "luta"?
Espero que não. Gostaria que estas e estes da minha geração não percam o ímpeto e possam fazer uma verdadeira mudança nesta nossa sociedade: participar activamente e intervir na sua comunidade em cooperação, com ideias e propostas, através de movimentos cívicos e partidos políticos. Seguramente que teríamos mais e melhores movimentos e partidos políticos se os níveis de participação no seu seio aumentassem, especialmente por parte dos jovens. Isso sim seria uma verdadeira inovação, até mesmo revolução! Se houve a coragem para reivindicar na praça pública aquilo que consideravam justo, espero que tenham, finalmente, ainda mais coragem para deixar alguns preconceitos de parte, especialmente o preconceito e atitudes negativas face à política. Quem sabe se este 12 de Março de 2011 poderá ser o iniciar de uma epifania colectiva geracional: a urgência para intervir politicamente de um modo activo. Pois, muitos dos que apelavam à adesão à manifestação apelavam também à tomada de posição ou posições, em conjunto por causas e valores, ou seja, apelavam a tomar de partido ou partidos. Seria isso, essa relação, que esta minha geração necessitava para perceber que o concretizar da mudança, que defendeu dia 12, só se pode dar através do seu contributo para renovar e fortalecer os movimentos e/ou partidos políticos? Espero que sim!
(Texto publicado no Diário de Leiria em 15 de Março de 2011)