terça-feira, 25 de setembro de 2012

Porque prevalecem os comentários negativos?

Em tempos arrisquei, para outro blogue, um ensaio sobre as Redes Sociais da Internet (intitulado de: "Serão as Redes Sociais um Perigo Intelectual?"). Nessas palavras socorri-me de alguns especialistas que referiam o potencial, devido ao modo como se transmitem as mensagens escritas e como isso poderia levar a erros de interpretação, de se extremarem posições e de se criarem conflitos entre os intervenientes virtuais. Como utilizador regular da maioria das mais importantes redes sociais – as que persistem e as que derrocaram no esquecimento e marasmo, com o tempo – tenho vindo a sentir um comportamento curioso da parte das pessoas a quem estou ligado nessas redes. Não sei se será um comportamento típico dos portugueses, se será algo universal, mas existe uma tendência evidente para se comentarem publicações alheias quando o objetivo é fazer crítica destrutiva ou negativa. Quando à construtiva, os comentários tendem a diminuir, e para o reforço positivo ainda menos! Já tiveram essa sensação também?

domingo, 16 de setembro de 2012

15 de Setembro de 2012: A Mudança de Paradigma Político?


O dia 15 de setembro de 2012 foi marcante. Não foi a primeira vez que estive numa manifestação, e muito provavelmente não será a última. No entanto, nunca tinha participado numa assim. Foi quase surreal ver, no mesmo espaço, e movidas por sentimentos semelhantes, tantas pessoas diferentes, de estratos sociais, idades, e orientações cívicas/políticas/ideológicas. Para uma cidade pouco dada a movimentações  e manifestações sociais desta natureza, foi um momento para recordar a marcha pela Avenida Heróis de Angola!

Independentemente da contestação em causa – o reclamar pela austeridade continuada e cega que contribuirá para um decrescimento muito acentuado da qualidade de vida generalizada em Portugal - e independentemente do urgência e drama social nacional - que não é obviamente de diminuir -, dia 15 de setembro os portugueses demonstraram a si mesmos que são uma força viva, e que se conseguem mobilizar por causas abrangentes. Provavelmente, de futuro, a sociedade irá mudar no modo como encara a cidadania ativa e a política no seu sentido mais puro, como um ato colético de autogoverno social. Provavelmente este foi um reflexo evidente de que o paradigma político está a mudar, que o sistema de representação político tem de ser ajustado aos novos tempos e que os cidadãos irão querer participar mais politicamente. Eu pelo menos espero que isso seja verdade e aconteça de facto, para nosso bem (coletivo)!
Quando 10% da população sai propositadamente à rua o mínimo a que nos obrigamos é à reflexão!



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Governos Incoerentes – Os Novos Neoliberais

Com as novas medidas de austeridade não há hoje português indiferente aos que nos governam. Pelo menos, no final do mês, quando sobressair o corte na folha de vencimento - para quem a tiver -, há garantia de um mau estar coletivo, de tendencial revolta, para com a ação dos dirigentes políticos.

Pensando nas medidas recentemente anunciadas propriamente ditas, podemos fazer várias leituras políticas mais conceptuais. Há várias tendências políticas – para não lhes chamar “ideologias”, pois isso intimida muito boa gente – com soluções diferentes para o caso dos défices das contas públicas e para a crise. Haverá quem defenda o aumento das receitas e quem defenda a redução da despesa, ou então um misto ponderado de ambas as alternativas – pessoalmente, aquela que me parece mais equilibrada e adequada, mas que exige mais esforço informativo, organizativo e estratégico. Teorizando ao de leve, é difícil de enquadrar politicamente a opção deste Governo. Digo deste especificamente pois todos sabemos que se trata de uma Governo de Direita que defende uma visão neoliberal de “Estado Mínimo” - menos intervenção, menos sector empresarial público, menos peso e responsabilidade pública na saúde, educação e ação social, e menos outras mais coisas importantes -, acompanhado da redução da carga fiscal. Depois das notícias que ouvirmos – e parece que mais ainda virão -, é difícil de encaixar a teoria com a prática governativa. É mesmo chocante! Foi o próprio atual Primeiro-ministro (PM) que disse, em tempos passados, que a economia funcionaria muito melhor se estivesse menos restringida por impostos e burocracias, com um estado “ágil e leve” – a velha teoria liberal da “mão invisível” de Smith que autorregularia e salvaguardaria a eficiência os sistemas económico-sociais. Por mais que custe a admitir, mesmo que o Governo quisesse seguir essas políticas de fundo – novamente uso este termo para evitar o recurso à temida “ideologia” – a Troika provavelmente não deixaria. No entanto, se recuarmos pouco mais de um ano, veríamos o atual PM a forçar o PM da altura, por falta de apoio parlamentar ao Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) 4, a criar as condições para que a tal Troika tomasse conta do país.
Então afinal a culpa é de quem? Dos que estiveram, dos que estão ou dos que virão? A culpa seguramente é pelo menos dos dois primeiros, sendo a percentagem de cada um discutível. O que não é admissível é desculparmo-nos também da nossa responsabilidade cívica. É nosso direito e dever contribuir para a governação política, nem que seja demonstrando descontentamento, alternativas e que queremos outras soluções!
Texto publicado no Jornal Tinta Fresca

sábado, 8 de setembro de 2012

E se o Castelo de Leiria fosse de outra cor

Num destes dias, enquanto passava por uma determinada rua em Leiria tirei uma fotografia ao castelo que se via ao fundo. Uns tempos depois, a propósito da exposição sobre os estudos e reabilitação do Castelo de Leria de Ernesto Korrodi, soube que, muito provavelmente, as telhas do dito castelo teriam sido verdes - muito à semelhança das do castelo de Porto de Mós. Olhando para a fotografia lembrei-me: e se o castelo de Leiria fosse vermelho?

O Castelo Vermelho de Leiria ( tela guardada online no blogue  Desartístico)

domingo, 2 de setembro de 2012

Sair do retângulo para ficarmos menos quadrados


Em Plena “Silly Season” ou “la morte-saison”, como dizer anglo-saxónicos e francófonos respetivamente, Portugal está longe de parar. Quando muitos estão de férias outros trabalham ainda mais afincadamente. Muitos espaços e atividades encerram ou cessam completamente, mas muitos outros funcionam a todo o vapor.
O setor do turismo é um daqueles que tenta nesta altura superar a crise. A propósito disso, foi dito aos portugueses para passarem férias cá dentro. A ideia, à primeira vista, parece acertada e consensual, pois é evidente que estimula a economia interna, mantendo divisas no país. Mas, ao transmitir essa ideia, arriscamos perder algumas oportunidades indiretas de desenvolvimento. Por exemplo, seria interessante defender também que: viajar para o estrangeiro poderá trazer mais-valias ao país. Sair da realidade nacional, carregada de um manto de cinzentismo, poderá ajudar a conhecer novas realidade e ideias. Nessa novidade existe a oportunidade de recolher boas ideias e exemplos, tal como reconhecer os maus de modo a evita-los e continuar a apostar naquilo que nos distingue e somos bons. Ficarmos fechados sobre nós mesmos pouco ou nada ajudará. Boas ideias e exemplos inspiradores não têm preço. Conhecer o mundo é essencial para podermos mudar a aparente e imutável realidade em que vivemos. Pena é o acesso a viagens instrutivas ser restrito, pois, ao contrário das boas ideias, viajar tem um preço alto.
Assim, parece-me completamente errada a ideia de “quase obrigar” também todos os membros do governo a fazer a totalidade das suas férias por Portugal. Se alguém precisa urgentemente de novas ideias e de procurar novos exemplos são os nossos governantes. Que pena não aproveitarem alguns dias de férias lá fora, atendendo a que a sua situação financeira é tendencialmente mais desafogada que a da maioria dos portugueses, para viajar e procurar boas ideias – mesmo que não sejam somente turísticas – para os pais. Também de férias se pode trabalhar, ainda que de um modo diferente.
 Este texto, tal como a época em que é escrito, tem muito de “silly” - ou, em português, de parvo(a). Tem também algo de esperançoso, tentando reforçar para a necessidade de procurar bons exemplos, “saindo da caixa” ou, neste caso, do “retângulo” para voltarmos menos “quadrados”.

Texto publicado no Diário de  e no Jornal de Leiria
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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