quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Choque Cultural de Agosto


Chegou Agosto, com ele chegaram muitos dos nossos emigrantes. Portugal muda temporariamente, sofre influxos humanos que aumentam a nossa diversidade. Surgem então alguns choques culturais.
Apesar de sermos conhecidos por um povo que sabe receber, curiosamente não somos muito tolerantes para com os nossos emigrantes. Em muitos casos, nem os residentes tentam compreender as dificuldades de integração e comunicação dos emigrados, nem os próprios emigrados fazem os devidos esforços para se integrar.
O Português (emigrante) - Braque
Ler mais sobre esta obra de arte aqui
Torna-se evidente que as atitudes e comportamentos dos emigrantes dependem muito do país de acolhimento. Entre eles, há a tendência para destacar os emigrantes portugueses em França dos demais. Vários estudos sociológicos provaram que as caraterísticas dos países de acolhimento influenciam os processos de aculturação – a adaptação a uma cultura nova, com mudanças de comportamento social e até de cariz psicológico. O caso de França é paradigmático, pois constitui-se como uma sociedade de fortíssimo centralismo cultural, exigindo uma forte aculturação a todos os seus imigrantes. Obviamente que os portugueses em França, tal como todos os emigrantes que querem ser bem-sucedidos, inserem-se o mais e melhor que podem, e com isso são fortemente aculturados.
Mas não se deve generalizar em excesso, cada emigrante é um portador de cultura que está em permanente construção. A própria cultura de origem portuguesa não é una, podendo-se dizer que existem muitas em alternativa, dependendo dos meios, dos grupos, da educação e da experiência, da individualidade e personalidade de cada sujeito, etc.
Tal como os emigrados mudaram por aculturação, durante o período de ausência também Portugal mudou bastante, o que tende a amplificar ainda mais o choque cultural. 
Agora em Agosto, quando ouvirem um emigrante a misturar palavras e conceitos, pensem que os portugueses residentes também recorrem abundantemente a estrangeirismos sem fazerem grande esforço para usar termos da língua portuguesa. Se pensarmos nos termos informáticos e da área da gestão/marketing o rol de estrangeirismos é imenso! A aculturação anglo-saxónica por essa via tem sido bem evidente.
Há então que aproveitar o Verão, o clima, as férias e a oportunidade para nos enriquecermos culturalmente com os emigrantes que nos visitam, pois parece que muitos vão continuar a emigrar, esperando um dia voltar.

Nota: Baseado no texto do mesmo autor "

Porque são diferentes os Emigrantes Portugueses em França?


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Aprender com o exemplo de Aix-en-Provence

Fachada da Catedral de Aix-en-Provence
Aix-en-Provence é uma média cidade do Sul de França, como pouco mais de 140.000 habitantes, um magnífico sítio para visitar e melhor ainda para viver. A cidade está bem organizada e cuidada. O seu centro histórico está repleto de um comércio e restauração prósperos.
A existência de belo edificado de época e o salpicado de monumentos, museus, praças e outras existências de interesse fazem desta cidade um local a não perder na região da Provença. No C.H. de Aix-en-Provence pode-se andar a pé, somente os moradores podem utilizar veículo automóvel. Existem pequenos veículos de transporte público de apoio a quem deixa o seu veículo nos parques subterrâneos de apoio. Existem também outros veículos elétricos mais pequenos que passeiam turistas pelo centro. Mas é a pé que se aprecia a cidade, pois é muito agradável passear pelas ruas, com pavimento e mobiliário urbano adequados aos modos suaves (andar a pé e outros).
Veiculo elétrico turístico do CH de Aix-en-Provence

Em Aix não se deve perder uma visita à catedral gótica (Cathédrale Saint-Sauveur d'Aix). Nela existe um tipo de voluntariado pouco habitual, com uma Associação de Amigos da Catedral que faz visitas guiadas gratuitas ao espaço, especialmente aos claustros. Esses voluntários levam a sua missão muito a sério, nota-se que estudam e dominam a história e significado da arquitetura e arte do edifício. Talvez por isso, no final da visita, a sua caixa de oferendas encha, ajudando assim à conservação e manutenção do edifício. Aqui está um excelente exemplo, algo que poderíamos fazer e implementar também nos nossos monumentos.
Cláustro da Catedral de Aix-en-provence onde voluntarios guiavam os visitantes
Nota: Texto publicado no Jornal de Leiria em 26 de Julho de 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

Leirisport – Um problema para Resolver


O processo de dissolução da Leirisport tem feito correr muita tinta. Foi inclusivamente notícia a alegada tensão que provocou no seio do executivo camarário, algo que deve ser considerado normal, tendo em conta a complexidade e gravidade da questão. Efetivamente não é um tema fácil.
Fotografia do blogue http://desartistico.blogspot.pt/
Qualquer dissolução, e subsequente liquidação, de uma empresa obriga sempre a uma profunda análise, desencadeando um processo que tem de primar pela seriedade, ética, rigor e responsabilidade. No caso da Leirisport surgem dois prismas que devem ser salvaguardados pelo Município: o interesse dos leirienses que não quererão continuar a suportar o peso insustentável dessa empresa municipal; e a salvaguarda dos interesses e direitos dos trabalhadores e colaboradores da referida empresa. Daí a importância e complexidade de todo o processo. Embora resolver definitivamente o futuro da Leirisport seja uma medida prometida há muito (constando até do programa eleitoral em que a maioria dos leirienses votou), as opiniões divergentes devem ser consideradas. Quando se governa em democracia é preciso abertura de espírito e bom senso, de parte a parte. O facto de haver vontade política do presidente da autarquia em colocar este processo em fase de discussão e decisão, tendo sido sempre um defensor da urgência que representa para Leiria uma decisão concertada relativamente a este tema, é garante de significativa esperança. No entanto nem todos parecem ter o desejo de resolver o caso. O processo não pode continuar na gaveta ou persistir numa nuvem de indefinição. Urge uma decisão, uma ação responsável e consensual. Todos nós, leirienses, precisamos desse compromisso! Continuar a adiar resoluções e projetos, especialmente neste momento difícil para todos – onde se incluem as frágeis condições financeiras da autarquia - é deixar o problema apodrecer em público e contaminar partes ainda sãs. 
A Comissão Política do Partido Socialista de Leiria seguiu o caminho responsável de contribuir para colocar em marcha uma reforma que tarda, tendo declarado o seu apoio público ao Presidente Raul Castro. A maioria dos presidentes de junta seguiu pelo mesmo caminho. Obviamente que no seio do PS houve discussão, debate construtivo, mas conseguiu-se chegar a uma posição consensual. Apesar das normais divergências seria bom, seria do interesse coletivo e dos Leirienses, que noutros espaços outras discussões pudessem contribuir para criar as soluções de consenso que todos precisamos. Afinal todos querem resolver o problema, pensar e atuar de forma diferente simplesmente não faria sentido.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Um ano de "Desartístico" - O continuar do arriscar ao criar "Coisas"

O mais certo é que já ninguém suporte ver e ler as publicações e divulgações dos vários blogues que criei e alimento. Este, o mais redundante de todos eles, será possivelmente o mais insuportável de todos eles, no entanto tem a sua utilidade. Pelo menos contínuo a preenche-lo com o intuito de tentar acrescentar algo, especialmente a nível local (quer seja mera reflexão, quer partilhas mais técnicas).
Mas há um outro blogue que queria aqui salientar, aquele que é o mais novo de todos e que fez agora um ano de existência. Sem ironias ou sarcasmo, o blogue “
Desartístico” é uma tentativa de exercício metódico, e organização, de coisas originais não técnicas que vou criando. Serve especialmente para me obrigar a ir criando “coisas”, pois isso é terapêutico – vai esvaziando a tensão que se acumula e potenciando uma criatividade oculta.
Assim, o “
Desartístico” continuará a existir. O pior que poderá acontecer é criar algo que não seja verdadeiramente mau.

Última mensagem no "Desartístico", disponível em: http://desartistico.blogspot.pt/

 
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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