sábado, 25 de fevereiro de 2012

Da Assembleia Municipal numa sexta à defesa do ensino para a cidadania numa Sábado pela COES

Ontem ocorreu mais uma sessão da Assembleia Municipal de Leiria onde tive oportunidade de participar como deputado. Desta vez não fui em substituição, fui mesmo como membro efectivo. Poderia afirmar que seria com grande orgulho e satisfação que assumo esse papel, mas, apesar de ser um dever e cargo que me realiza civicamente por o tentar desempenhar como acção cívica, acabo por ficar triste. Fico com pesar por o cargo me ter chegado pelo abdicar de uma amiga, ainda por cima alguém que a meu ver tem dado e ainda teria por dar um grande contributo cívico e político aquele órgão do poder local. O melhor que posso fazer agora é tentar desempenhar esse novo papel, ainda que já o tenha assumido várias fezes como substituto, do modo mais positivo, activo e contributivo, defendendo o que verdadeiramente está em causa: o interesse público como acto de cidadania!
http://balooscartoonblog.blogspot.com/
O dia de ontem acabou tarde. Apesar de ter tentado defender aquilo que me parecia o interesse colectivo, através de sugestões e propostas sobre dois temas distintos, fica-me sempre a sensação, independentemente da sessão e maior envolvimento pessoal, que eu próprio muito mais poderia ter feito e contribuído. No fundo, até penso ser bom não ficar demasiado conformado e tentar exigir sempre mais, caso contrário arrisca-se o marasmo e perder de vista o ambicionado desenvolvimento - que neste caso é local.
Hoje, sábado, o dia começou bem cedo, pois, por volta das 10h00, queira estar em Lisboa para uma iniciativa da da Corrente de Opinião Esquerda Socialista (COES) dedicada à reflexão e debate em torno do passado e futuro do socialismo, tal como do próprio funcionamento e organização do PS enquanto partido político. De início não tinha pensado nem preparado nada para intervir, até porque nas iniciativas da COES pouco tenho a ensinar ou partilhar, tenho sim muito a aprender com os/as camaradas que participam habitualmente nessas iniciativas! Mas, com o desenrolar das intervenções e temas, acabei por decidir intervir. Fiz uma pequena intervenção, como é meu hábito - o mais concisa possível - sobre a necessidade do "educar para a cidadania" ser imperativo no nosso país, pois são imensos os nossos défices cívicos. Referi mesmo que isso poderia ser um das propostas estratégicas de fundo do socialismo: formar e educar cidadãos completos (informados e com capacidade activa) para mais igualdade de oportunidades e coesão social. Falei também da necessidade de reforçar a Democracia, aproveitando as novas tecnologias para uma tendência para ser cada vez mais directa e informada.
Nesse debate da COES, foram muitos os intervenientes - como é hábito - que trataram muitos  e variados assuntos: falou-se muito de ética como valor transversal ao partido e à sociedade; da necessidade de criar modelos económicos do socialismo democrático alternativos ao neoliberalismo capitalista; de abrir o partido aos cidadãos, de reformar e revitalizar a democracia com outros modos mais directos; de novos modelos produtivos; de igualdade de género; e muitos mais.
Foram dois dias cansativos, com horas de trabalho misturadas com participação cívica/política, centenas de quilómetros e um debate de fundo e ideológico. Foram dois dias enriquecedores politicamente, tanto nas questões mais práticas e do dia-a-dia como daquelas mais relacionadas com a ideologia "pura e dura".

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O positivismo e as festividades em extinção

Reclamar só pelo simples facto de o fazer, habitualmente e compreensivelmente – pois sem alternativas não há mudanças -, não serve de nada. Mas criticar, de um modo positivo e construtivo, por outro lado, faz todo o sentido: concretiza e eleva a cidadania e a participação cívica.
As dificuldades que o país atravessa são mais que evidentes, mesmo para quem não as note no seu dia-a-dia, os Media encarregam-se de nos fazer lembrar delas diariamente. Difíceis são os tempos presentes, por isso é normal que se veja o futuro de um modo mais acinzentado. No entanto, a tonalidade com que pintamos os dias vindouros depende do modo como queremos ou somos levados a ver a realidade – esse conceito por vezes tão subjetivo. A dita crise – jargão que de tão usado já quase nada significa para os portugueses – é uma consequência de medidas tomadas (ou não) no passado, sendo, na mesma medida, também o futuro condicionado pelas decisões que hoje tomamos, ou não fosse o passado desse futuro o nosso atual presente
Fonte:  http://contracrise.com/
Sim, precisamos de aumentar a produtividade, e há pelo menos dois caminhos para isso: pela quantidade ou pela qualidade. No imediato, a segunda opção – a da qualidade – exige maior investimento (a vários níveis), algo que está muito condicionado pela falta de financiamento disponível. Apesar disso, tal opção não pode ser abandonada, pois isso implicaria abdicar da evolução social e melhoria da qualidade de vida de quem trabalha, já para não falar da qualidade do produto do trabalho. No entanto, a curto prazo, dadas as limitações económicas e financeiras, provavelmente seremos obrigados a trilhar pelo aumento da produtividade através da quantidade daquilo que já se produz; daí ser defensável que tenhamos de dedicar mais horas ao trabalho. Até aqui tudo bem, mas nem sempre mais tempo de trabalho significa maior quantidade de produção associada, pois nas tarefas produtivas entram outros fatores, especialmente quando são as pessoas os “motores da produção”.
Nenhum trabalhador sem a devida motivação será verdadeiramente produtivo. Trabalhar, muitas vezes, horas e horas a fio não significa produzir muito. Precisamos é de produzir bem, e o mais possível com o mínimo de tempo, sem desperdícios e com real sustentabilidade. Para isso precisamos de cuidar da motivação, saúde mental e emocional dos trabalhadores. As pessoas têm de trabalhar, contribuindo para o crescimento da almejada produtividade, com otimismo e esperança no futuro, sentindo-se úteis e recompensadas por isso.
A responsabilidade de transmitir otimismo, cuidar da motivação e alegria dos cidadãos deveria ser abraçada por todos os Governos, pois disso dependerá a própria produtividade laboral, seja no sector público como no privado. Retirar feriados, dificultar celebrações e festividades (cívicas, laicas, ou até mesmo religiosas), que contribuem para alegrar o país (por exemplo o Carnaval), será um mau serviço à demanda por mais produtividade, apesar do aparente potencial bruto dessas medidas, já para não falar das perdas económicas associadas ao fim das próprias festividades. 
A economia tem de ser cada vez mais coadjuvada por medidas e políticas que assentem na psicologia positiva, até porque a economia não é tão racional como alguns a teorizam, tendo o lado emocional uma influência imensa e inquantificável!

Texto publicado no Jornal Tinta fresca em 11 de Fevereiro de 2012, no Diário de Leiria em 15 de Fevereiro de 2012 e parcialmente no semanário Região de Leiria em 10 de Fevereiro de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quando percebi que me desagrada decorar história

Aquando da leitura do livro "Como se escreve a História", de Paul Veyne, e depois de relembrar os ensinamentos de Marc Bloch, tornou-se evidente para mim que História estava longe de ser uma atividade onde simplesmente se decoram eventos. O estudo e feitura da História é muito mais que isso, fazer História é refletir e sobre "o que se sabe até à data sobre determina época" e usar do racional para acrescentar conhecimento novo na forma de interpretação.
Bem, hoje durante um exame de "Pré-História" percebi na prática que sou incapaz de apenas decorar. Como o estudo das primeiras criações líticas pouco me diz, pouco fascínio me desperta, dificilmente poderei ter o interesse de fazer as associações que levam a conhecer a matéria, que depois leva a fixar alguns conceitos e ideias. Ou seja, sem a paixão que Marc Bloch diz que o historiador tem de ter pela história dificilmente se faz ou estuda história - no meu caso, dificilmente se passa à primeira no exame de pré-história.
Posteriormente, porque o tema da história como reflexão me parece ter muito interesse - a questão da paixão -, irei fazer um texto sobre o assunto no blogue A Busca pela Sabedoria


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quando os deputados portugueses discordam de um alemão e dão razão a Thomas Hobbes

Thomas Hobbes
Se hoje Thomas Hobbes fosse vivo e estive atento ao que fazem os parlamentares portugueses diria: eu tinha razão. Hoje, pela intromissão do Presidente do Parlamento Europeu (Martin Schulz) na diplomacia e assuntos externos portugueses, e sua relação com Angola, conseguiu validar algumas das teorias de Thomas Hobbes. Ainda que não concorde com algumas interpretações, especialmente aquelas que dele se servem para demonstrar que a cooperação internacional é difícil ou até mesmo impossível, hoje o célebre teórico político do século XVII, segundo essas mesmas interpretações que me desagradam, teve a sua razão! Pela ameaça externa que foram as palavras de Martin Schulz foi hoje possível na Assembleia da República Portuguesa pôr todos os deputados de acordo, independentemente da sua "cor política".
Bem, que será que precisamos então para a mais concertação? Será que tem de vir mais algum estrangeiro dizer: vá, continuem lá na vossa desunião e incapacidade para trabalhar em equipa, vá continuem lá no buraco!
Hoje um pouco a contra gosto, mas se calhar o velho Hobbes até tem razão...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dias de reparações


Dos muitos materiais urgentes para reparar surge o estado último das necessidades humanas, os reflexos do que mal vai nesta vida de proximidade das próprias coisas. No caso das reparações do dia-a-dia que é preciso resolver, felizmente há sempre um fornecedor e solução construtiva curativa. Para as outras da alma - para quem tiver a sorte de a ter - as soluções são mais dúbias - talvez tão dúbias como sentir uma alma sem a ter. 
Estas palavras são reflexos dos dias em que reparar é a regra e o hábito! é difícil, quando passamos a vida a tentar reparar coisas, não pensar no nosso contributo para tentar reparar este nosso mundo.
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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