terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma lufada de ar fresco na campanha para as legislativas 2011 em Leiria

Vezes sem conta se diz que nas campanhas se faz de tudo menos política, que os ambientes de festa e festim acabam por esvaziar os conteúdos políticos e programáticos que deveriam nortear esses actos propagandísticos - aqui o termo no bom sentido. Mais grave que isso, muitas vezes nas campanhas o espaço dado aos cidadãos para que se façam ouvir e possam intervir, no sentido de se esclarecerem e influenciarem as políticas e candidatos, é quase inexistente
 Falando agora de um caso muito concreto, e muito local também, a Juventude Socialista da Concelhia de Leiria quis marcar, e marcou efectivamente, a diferença na sua cidade. Para tal, num conhecido bar local - no Alinhavar - a JS organizou um serão dedicado ao debate entre candidatos do PS pelo círculo eleitoral de Leiria e todos os cidadãos que se quiseram dirigir àquele bar e participar. A iniciativa teve por nome "Leiria Questiona, Leiria Responde - Deputados à Prova". A casa, neste caso o bar, esteve composta e as perguntas e respostas fluíram natural e livremente. Provavelmente não estiveram ainda mais pessoas porque era noite de "Liga dos Campeões", de festa no Castelo e de uma chuva que convidava a ficar em casa.

Mas será que muitos não compareceram também porque desconfiam de tudo o que esteja relacionado com política e partidos? É bem provável esta última opção, e é por ser uma possibilidade plausível que partidos e movimentos políticos devem parar para reflectir. Quanto a mim não devem parar de fazer iniciativas desta natureza, muito pelo contrário. Devem sim continuar a apostar nestes formatos. Devem continuar a ouvir e dar voz aos cidadãos. Devem demonstrar que cada opinião interessa, e que são as maiorias cívicas que importaram e devem orientar as políticas dos políticos, tendo, obviamente, sempre em conta as matrizes ideológicas de cada estrutura partidária.

Mas cabe também aos próprios cidadãos a responsabilidade, pelo menos se disso alguma vez foram informados, de concretizar esta nossa democracia, que se quer participativa, por todos os modos e meios que lhes são facultados.

(Notícia publicada no Diário de Leiria em 3 de Junho de 2011 e no Jornal de Leiria em 11 de Junho de 2011 )

Nota: o resumo das principais perguntas e respostas podem ser consultadas em http://js-concelhialeiria.org/index.php

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eleições - uma questão de principios (versáteis)


Groucho Marx
É na altura de campanhas eleitorais que as seguintes palavras de Marx(1) fazem mais sentido:

"Estes são os meus princípios, e se vocês não gostarem deles... bem, tenho outros."

Nota (1): neste caso Groucho Marx e não Karl Marx

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sim as Greves, mas contra quem?

Lembrando a greve de dia 6 de Maio, funcionários públicos, e todos os trabalhadores em geral, têm mais que razões para fazerem greves. Só quem não começa a sentir os efeitos das dificuldades na pele é que não compreende isso! Mas, a fazer greve, - se é que o acto de fazer greve obriga a ter um alvo contra - contra quem se deve fazer? Contra o país e a nacionalidade? Contra o governo que até já nem está em funções? Contra a oposição? Contra a cidadania ou falta dela?

Que dizer dos populismos mais populares – não que o povo tenha que ser popular no sentido pejorativo - tais como: “Prendam todos esses bandidos que nos levaram a esta situação”. Então e se levássemos isto à letra sem ter um “espelho” pela frente? Será que não acabaríamos todos presos, todos os portugueses? Não temos todos – uns mais que outros -, pela nossa acção ou inacção, uma certa dose de responsabilidade pela actual situação? Mas não estaremos já presos a hábitos de consumo insustentáveis e difíceis de desabituar?
Já que falo em consumo, falo também em capitalismo, enquanto acepção relacionada. Volto também aos motivos para fazer greves. Qual deverá ser a posição do cidadão comum face ao desaprovar de um PEC – que já era penoso – somente para serem agora aplicadas medidas ainda mais restritivas? Há que reflectir agora um pouco sobre os responsáveis deste caso específico. Que partidos e facções políticas de direita, assumidamente ou tendencialmente mais defensores de políticas económicas liberais, de estado mínimo e do fim do Estado Social, tenham chumbado o tal 4 º PEC até se percebe. Podemos concordar ou não, mas percebe-se a sua posição, pois é minimamente coerente. Mas no caso dos partidos que se dizem seguir mais pela esquerda - os defensores de um estado forte e interventivo - torna-se difícil de perceber como permitiram e compactuaram com o espectro ideológico oposto, com a direita. O resultado foi evidente, o Estado fica ainda mais fragilizado e impedido de ter, na sua plenitude, o papel de garante da equidade social. São estas faltas de coerência que tornam, nos dias que correm, difícil defender a importância das ideologias.

Novamente a Greve. Contra quem então a faremos? Contra um governo que já não existe e que, apesar de poder ter cometido erros inegáveis – ou não fosse um governo de pessoas -, tentou claramente evitar tudo o que de mau virá após a acção obrigacional da Troika?

Bem, penso que só nos resta inovar: fazer greves futuras aos actos infrutíferos e que pouco ou nada acrescentam ou produzem.

Vamos lá fazer greves como oposição contra algumas contradições, trabalhando por algo diferente!

(texto publicado no Diário de Leiria em 15 de Maio de 2011)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Burocracia e sociedade clientelar - origens religiosas?

Em dias como hoje, quando transparece o quanto uma grande maioria dos portugueses partilha de rituais, ritos e tradições religiosas muito particulares, não posso deixar de formular e expressar um pensamento "politicamente" - no sentido religioso da maioria - incorrecto e deixar a seguinte questão:
Terá a influência religiosa, de se fazerem pedidos e preces através de processos longos, penosos, e que recorrem a muitos intermediários(as) - por exemplo a entidades equiparáveis a deuses, mas que não o são de facto - para ajudarem e intercederem pelos requerentes em vez de se "tratar" directamente com Deus, construído o modo burocrático e clientelar como funciona a nossa sociedade contemporânea?
Felizmente em Portugal existe liberdade religiosa e de expressão, pois neste dia 13, que por acaso é sexta-feira (ver texto do blogue A Busca pela Sabedoria sobre o assunto), há uns séculos bem que se podia ser combustível para uma fogueira por muito menos do que acabei de dizer... 

Viva a liberdade e o fim do obscurantismo do dias dos azares!

sábado, 7 de maio de 2011

Para aumentar a auto-estima Nacional

A propósito das recentes polémicas em torno da possível falta de apoio económico dos Finlandeses, em pleno espaço europeu - União Europeia , a Portugal, parece-me muito adequado fazer esta partilha e guardar o vídeo em causa aqui no blogue. Prescrevo este vídeo aos portugueses que sofram - com bastantes razões - de uma fraca auto-estima nacional.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Intervenção na Assembleia Municipal de Leiria sobre o Mobilis

Felizmente nem tudo o que se herdou na autarquia é negativo e de depreciar. Exemplo disso é a rede rodoviária urbana de transportes públicos, um caso de sucesso e de desenvolvimento sustentável. É mais que justo afirmar que o Mobilis foi uma boa herança. Justo será também dizer que a continuidade dada ao projecto e as reformulações implementadas pelo actual executivo foram muito benéficas.
 Nenhuma cidade se pode dizer desenvolvida ou sustentável sem um eficiente, fiável e confortável sistema de transportes públicos. Pois, na medida em que cresce a utilização desses meios de transporte, decresce o número de veículos na estrada e seus efeitos poluidores – reduzem-se as emissões gasosas, o ruído e a ocupação de áreas nobres das cidades pela presença dos ditos veículos. Tal aposta, indirectamente, até contribui para a melhoria do equilíbrio da balança comercial nacional, pois reduzimos a necessidade e importar combustíveis. Por fim, e não menos importante, viajar em transportes públicos permite, em simultâneo com o próprio acto de viajar, actividades de lazer e sociabilização entre utentes, potenciando, directa e indirectamente, a coesão, equidade e empatia social.
No caso de Leiria, pela sua dimensão e morfologia urbana, a adopção de autocarros de média dimensão - versáteis e confortáveis – mostrou-se adequada!

O sucesso do Mobilis evidencia-se pelo crescimento do número de passageiros. Se em 2006 se transportaram 178.976 passageiros, no ano passado, em 2010, já mais de 450.930 pessoas optarem pela utilização do Mobilis. Esta tendência, de crescimento de mais de 20% ao ano, deve-se principalmente a dois factores: primeiro, e acima de tudo, à actual crise económica, mais concretamente à escalada dos preços dos combustíveis; em segundo, também, à reformulação que o actual executivo fez nos percursos, que permitiu optimizar todo o sistema.
Assim, é de salutar a capacidade da actual gestão autárquica em continuar e aperfeiçoar esta herança já de si positiva. Por outro lado, é de salientar que com o aumento do número de passageiros é o próprio sistema de transportes urbanos que ganha outra sustentabilidade, pois quantos mais passageiros transportar menor será o peso a suportar pelo município para manter o sistema em funcionamento.

Só de 2009 para 2010, e também em 2008 - justiça seja feita -, o número de passageiros transportados aumentou em cerca de 100.000 ao ano. Este crescimento é sinal de que os leirienses valorizam o serviço, e que começam a existir condições para o alargar a outras zonas. Mas, quando se fala em alargar a rede há que ser claro! Esse alargamento não pode passar por aumentar a extensão dos circuitos existentes, pois tal aumentaria a frequência dos autocarros – já entre os 10 e 20 minutos -, o que tornaria o sistema ineficaz e disfuncional. O alargamento teria de passar pela criação de novos circuitos para novas zonas da cidade, mantendo ou reforçando também com mais veículos os actuais. Por exemplo, seria benéfico servir a maior freguesia do concelho – Marrazes –, a sua população residente e equipamentos e infra-estruturas mais relevantes. Pelo menos um novo circuito que servisse esta zona seria seguramente uma mais-valia.
Para além de novos circuitos, outras melhorias são necessárias ao modelo original. Tendo em conta que os veículos em sim são excelente e muito adequados ao fim que se destinam, dever-se-ia agora apostar na melhoria das paragens, construindo mais e melhores abrigos, dotados de modos de transmissão de informação aos utentes sobre os itinerários e a chegada dos autocarros. Tal poderia ser conseguido com as mais recentes tecnologias de informação – algo muito em voga noutras paragens, noutras cidades e países. Desde o inicio do projecto em 2005 que as paragens estão aquém do desejável, mas neste, como em qualquer outro caso, nada se faz sem um princípio, devendo posteriormente prevalecer a melhoria contínua. Melhorias que se têm feito e que espero que se continuem a fazer de futuro.

A actual conjuntura é de crise, tanto a nível económico como ambiental, por isso, a aposta do Município na melhoria dos transportes públicos é na minha opinião essencial, ou não fossem esse um modo de garantir a preservação ambiental, e o acesso a um meio de transporte de qualidade com custos muito acessíveis – potenciador de equidade social.

domingo, 1 de maio de 2011

Vamos pensar em deixar de trabalhar?

Neste dia 1 de Maio, dia importantíssimo e símbolo da evolução social pelas conquistas laborais que se conseguiram e que nos fizeram avançar civilizacionalmente, penso ser adequando, até porque o mundo laboral muito mudou, recordar um dos dizeres do filósofo Séneca:

"Descobre o que gostas de fazer e nunca mais terás de trabalhar"
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Redundâncias da Actualidade - criado em Novembro de 2009 por Micael Sousa





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