Apesar de não ir à manifestação, devido a algumas dúvidas de base e por impedimentos logísticos e de agenda, esta parece-me ser uma iniciativa positiva e um sinal de agitação benéfico, um produto positivo da crise. A minha pouca experiência diz-me que é benéfico pois algo de diferente me parece estar a ser despoletado. Só agora a geração à qual pertenço parece acordar e emancipar-se numa cidadania que parecia adormecida. Finalmente esta minha geração, que se habituara a um nível de vida sem precedentes em Portugal, percebe que tem de lutar na primeira pessoa! Lutar pelo que se acredita apresentando soluções em que quer ser parte activa, sendo esse o único caminho, pelo menos o único de responsabilidade. Até então poucas manifestações neste sentido se viam de forma espontânea na Sociedade Civil portuguesa. Mais vale tarde que nunca e este novo 2011 começa a revelar a coragem de uma geração para intervir, para querer propor novos caminhos e ideias. A crise está-se a demonstrar como uma oportunidade de exercer uma cidadania activa para toda uma geração!
As minhas ressalvas são ao nível do aprofundar dos conteúdos, da estrutura e dos líderes deste movimento. Com mais informação sobre quem organiza, como e o que quer fazer poderiam convencer muitos a faltar a uns compromissos e gastar tempo e dinheiro, porque à rasca de dinheiro estamos todos e isto de manifestar tem os seus custos - deslocações e no trabalho que se perde por não se fazer -, a participar na dita manifestação.
(Texto publicado na edição online do Jornal Público em 9-3-2011, posteriormente em excerto na edição papel do mesmo jornal em 12-03-2011. Texto publicado também no Diário de Leiria em 11-03-2011)
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